sábado, 12 de dezembro de 2015

Sofonias

2
1-3
O julgamento será uma destruição irreversível? Não! diz o profeta. Será um momento grave de chamada à conversão. Aqueles que oprimem e exploram o povo são intimados a se converterem (vv. 1-2). Os pobres, isto é, os que são oprimidos e explorados por uma estrutura baseada na idolatria do dinheiro, colocam sua confiança em Javé. Conforme o profeta, esses pobres são esperança de uma sociedade nova, baseada na fidelidade a Deus, único absoluto. Dessa forma, os pobres se tomam exemplo de conversão para a classe dirigente. Deus, portanto, inverte a situação: os grandes devem aprender com os pequenos poderosos com os fracos e os ricos com os pobres.


3
1-5
Quem traiu a Aliança foi toda a classe dirigente de Jerusalém (chefes, juízes, profetas e sacerdotes). Consequentemente, não há mais justiça, o direito é motivo de gozação, não há respeito pelo próximo. A infidelidade a Javé se manifesta pela decadência moral e social.
6-8
A ruína das nações deveria servir de lição para Jerusalém aprender que Javé julga com severidade as injustiças e opressões. Mas aconteceu justamente o contrário: dentro da cidade santa a corrupção aumentou cada vez mais. Por isso, agora, as nações servirão de instrumento para Javé fazer o julgamento contra Jerusalém.
9-20
Apesar da terrível perspectiva do Dia de Javé, Sofonias anuncia também a esperança: Javé salvará novamente o seu povo, a partir de um "resto" pobre e fiel. O projeto de Deus é sempre para a vida.
9-10
Jugando o seu próprio povo, Javé se torna reconhecido como o Senhor da história. Ao verem isso, as nações pagãs se converterão, serão perdoadas e servirão a Javé como único Deus. Este oráculo universalista é, provavelmente, de origem pós-exílica. 
11-13
O centro do projeto de Deus é a aliança com o povo pobre e fiel, germe de uma nova sociedade. Negativamente, ser pobre e fiel significa deixar a soberba e o orgulho, que levam o homem a cultivar a si próprio e a praticar a injustiça e a mentira; positivamente, significa abrir-se para Deus, praticando a justiça e a verdade. O ideal de pobreza, de que fala Sofonias, não é a miséria material, mas a abertura para o projeto de Deus, que traz vida e liberdade para o homem.
14-18a.
Este texto foi acrescentado no pós-exílio. Depois de terem voltado da Babilônia, os judeus iniciaram a reconstrução de Jerusalém. O autor ver nessa obra o perdão dos pecados anteriores e o início de uma nova era para Israel.
18b.-20
O exílio foi para Israel uma punição pelo pecado; punição que o envergonhou perante as outras nações. Javé, porem, o libertará e o reunirá novamente, refazendo a fama do povo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário