quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Primeira carta de São Pedro

1
3-5
O novo nascimento pelo batismo é participação na vida de Jesus ressuscitado. Trata-se de nascimento para outra vida e outra história, dando aos cristãos esperança incomparavemente superior a qualquer outro ideal humano. Assim como Deus havia concedido a herança da terra ao povo da antiga aliança, também o povo da nova aliança recebe como herança a própria vida de Deus.( cf. 2Pd 1, 4).  O Cristão vive impulsionado para a vida plena que está sempre em via de  se manifestar.
6-9
A fé é compromisso permanente com Cristo, até a morte. Cristo chegou a glória da ressurreição e da vida através de perseguições e sofrimentos. O cristão segue o mesmo caminho: mediante o testemunho de vida em meio as provas, pouco a pouco nele manifestou o próprio Cristo, que comunica a alegria da ressurreição.
13-21
O texto apresenta o código cristão da santidade. Pela conversão e batismo, o cristão começa uma vida nova que, por uma série de motivos, exige constante empenho de santificação: imitação da santidade de Deus que o chamou à fé; perspectiva do julgamento conforme as obras de cada um; o caro resgate realizado por Jesus Cristo. O clima da vida cristã é apresentado aqui como permanente conversão: de escravos do mundo das paixões, os cristãos foram libertos por Cristo para serem filhos de Deus, que se reúnem formando nova família. Para os que vivem num ambiente onde são discriminados, humilhados e até perseguidos, essa é a base fundamental para que eles se sintam em casa e possam enfrentar o clima hostil.
2
4-10
A situação dos imigrantes em terras estrangeiras é a mesma de Jesus, que foi descartado pelos homens e como pedra inútil. Mas, como Jesus ressuscitou e se tornou a pedra viva, do mesmo modo os cristãos menosprezados se tornam pedras vivas que, unidas a Cristo, formam o templo vivo, onde todos são sacerdotes, oferecendo os sacrifícios que são agradáveis a Deus, através da própria vida. Agora, já não há outros entre Deus e seu povo: todos participam da única mediação sacerdotal de Cristo. Os Cristãos não só tem uma casa, mas eles mesmos são essa casa; são o verdadeiro povo que dá testemunho das obras maravilhosas de Deus.
18-25
O ponto importante é que os cristãos devem sempre fazer o bem, em qualquer condição, mesmo que para isso tenham de suportar sofrimentos. Quando nem se pensava em abolição da escravatura, esta exortação mostra que Deus não quer a escravidão. De fato, Pedro considera os sofrimentos como injustos. Se na época era impensável deixar de ser escravo, torna-se claro que essa submissão é feita por temor a Deus a exemplo de Jesus Cristo e não como submissão servil aos patrões ( com todo temor se refere a Deus). A resistência Cristã numa situação sem saída. Consiste em fazer o bem. Se aqui não há nenhuma referência ao comportamentos  dos patrões é porque estes provavelmente, não fazem parte dos destinatários da carta. Já vimos que se trata de gente fora da pátria e em situação de oprimidos.
3
13-17
Os sofrimentos de que fala a carta, não são aqueles provindos de alguma doença ou de alguma perseguição programada pelo Estado. São os sofrimentos originados da situação que se encontram os destinatários: imigrantes sem direitos e, além disso, cristãos com  projetos de vida diversos do ambiente em que vivem. Com certeza  eles já eram vistos como subversivos e conspiradores. Por outro lado, tais sofrimentos não devem ser suportados pelo sofrimento em si, mas com finalidade bem precisa; “por causa da justiça”. Esse sofrimento é uma bem-aventurança (“felizes de vocês”), pois é conseqüência do  testemunho cristão.
18-22
Diante dos sofrimentos, o modelo sempre é a morte de Jesus, através do qual se realizou o ato definitivo da salvação. Pedro compara duas situações: o tempo de Noé e o tempo dos cristãos. No tempo de Noé, foi salvo um pequeno grupo de justos, enquanto a maioria pereceu. Com a descida de Jesus à mansão dos mortos, também eles tiveram que se confrontar com o Evangelho. No tempo dos cristãos, igualmente existe um grupo menor de batizados (“salvo pela água”), e a maioria ainda não se converteu. Agora, o testemunho dos batizados deve fazer com que os não convertidos se confrontem com o Evangelho.


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