quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Segunda carta aos Coríntios

4
7-15
A vida de Paulo parece frustração e fracasso diante do êxito que os novos mestres da doutrina conseguem. O prestígio fácil, porém, não é sinal de Evangelho autêntico. Este provoca sempre conflitos e perseguições, fazendo que a testemunha participe do caminho de Jesus em direção à morte e à ressurreição. E um primeiro aspecto dessa ressurreição já se manifesta no testemunho vivo da comunidade, que foi gerada pelo testemunho do apóstolo, cuja fraqueza humana se torna instrumento da força de Deus.
4,16-5,10
Para quem não tem fé, a morte é o fim de tudo. Mas para quem está comprometido na fé e segue a Jesus, a morte é passagem  para a dimensão definitiva da vida. Nosso corpo mortal se desgasta e desfaz na vida terrestre; mas, através da ressurreição, Deus leva o nosso ser à vida plena. Paulo emprega uma imagem muito familiar no Oriente: quando continua a caminhada, os nômades no deserto desmontam a tenda do acampamento porque o deserto não é sua moradia estável. O mesmo acontece conosco: este mundo é o lugar onde vivemos e construímos a nossa história, cujo fim é a comunhão e participação na vida divina.
5,14-6,2
Os inimigos de Paulo dizem que ele não é apóstolo porque não foi testemunha ocular da vida terrestre de Jesus, nem lhe conheceu as palavras e atos. Por isso, não pode ser testemunha do Evangelho. No entanto, o Apóstolo mostra que o Evangelho não é simples história de Jesus, e sim o anúncio de sua morte  e ressurreição, que restaura a condição humana, vence a alienação causada pelo pecado e inaugura nova era. A cruz de Jesus anuncia o fim da inimizade com Deus e inaugura a era da reconciliação universal. Enquanto esperamos o dia da ressurreição, Deus escolheu apóstolos para exercer o ministério da reconciliação. Por meio deles, o Senhor Jesus continua sua atividade na terra e convoca todos os homens: “reconciliem-se com Deus”.
12
7-10
Não se sabe ao certo ao que Paulo se refere quando fala de “espinho na carne.” Trata-se talvez de alguma doença que multiplica as dificuldades de sua vida apostólica. Ele experimenta um paradoxo: é na sua fraqueza que se manifesta a força de Deus.
12,19-13,4
As agitações na comunidade agravam o relaxamento que Paulo já lamentara na primeira carta. Agora ele está resolvido a punir os culpados teimosos aplicando as medidas que são comuns em outras igrejas (cf. Mt 18,16). 
13
5-10
O essencial é que os coríntios se convertam. Depois disso, a ameaça de intervenção com autoridade será apenas uma vaga lembrança. Se eles se converterem, Paulo não terá  como usar o seu poder. Os coríntios parecerão  fortes, e Paulo fraco e derrotado, porque os adversários continuarão a dizer que as ameaças dele são puramente verbais. No entanto, ele não busca vitória nem sucesso pessoal; prefere a última hipótese, humilhante para ele, mas gloriosa para os fiéis.


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