sábado, 27 de janeiro de 2018

Seguir Jesus Cristo é ouvir O Criador do Mundo

4º Domingo do Tempo
Comum Ano B 28/01/2018

1a Leitura - Deuteronômio 18,15-20


Moisés falou ao povo, dizendo: 18 15 “O Senhor, teu Deus, te suscitará dentre os teus irmãos um profeta como eu: é a ele que devereis ouvir.
16 Foi o que tu mesmo pediste ao Senhor, teu Deus, em Horeb, quando lhe disseste no dia da assembléia: ‘Oh! Não ouça eu mais a voz do Senhor, meu Deus, nem torne a ver mais esse fogo ardente, para que eu não morra!’
17 E o Senhor disse-me: ‘está muito bem o que disseram;
18 eu lhes suscitarei um profeta como tu dentre seus irmãos: pôr-lhe-ei minhas palavras na boca, e ele lhes fará conhecer as minhas ordens.
19 Mas ao que recusar ouvir o que ele disser de minha parte, pedir-lhe-ei contas disso.
20 o profeta que tiver a audácia de proferir em meu nome uma palavra que eu lhe não mandei dizer, ou que se atrever a falar em nome de outros deuses, será morto”.

Nota da 1ª Leitura

Todas as nações têm ideólogos que procuram preservar e dirigir a história e a sociedade de acordo com os interesses da classe dominante. Na antiguidade, essa função era exercida pelos adivinhos, astrólogos e magos, que as autoridades consultavam para tomar decisões importantes. O povo de Deus, porém, deve pertencer exclusivamente a Deus; por isso terá pessoas  como Moisés, que orientarão para construir uma história e sociedade de acordo com o projeto do Deus do êxodo. Esse é o critério básico para distinguir entre o profeta e os ideólogos de uma sociedade contrária ao projeto de Deus.

Salmo - 94/95

Não fecheis o coração, ouvi hoje a voz de Deus! 

Vinde, exultemos de alegria no Senhor, 
aclamemos o rochedo que nos salva! 
Ao seu encontro caminhemos com louvores 
e, com cantos de alegria, o celebremos! 

Vinde, adoremos e prostremo-nos por terra, 
e ajoelhemos ante o Deus que nos criou! 
Porque ele é o nosso Deus, nosso pastor, 
e nós somos o seu povo e seu rebanho, 
as ovelhas que conduz com sua mão. 

Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: 
“Não fecheis os corações como em Meriba, 
como em Massa, no deserto, aquele dia, 
em que outrora vossos pais me provocaram, 
apesar de terem visto as minhas obras”. 
Nota do Salmo

Oração de louvor, com advertência em estilo profético.
O motivo do louvor é o próprio Deus vivo que criou o mundo e está acima de todos os deuses das nações e seus projetos.
O soberano do universo criou o povo e se aliou a ele, dirigindo-o na história como pastor.
Advertência profética: Deus deu a terra ao povo. Seu usufruto, porém, depende da fidelidade dos  antepassados impediu que eles entrassem na terra da liberdade e da vida, a infidelidade da geração atual poderá perdê-la

2a Leitura - 1 Coríntios 7,32-35

7 32 Irmãos, eu gostaria que estivésseis livres de preocupações. O homem não casado é solícito pelas coisas do Senhor e procura agradar ao Senhor.
33 O casado preocupa-se com as coisas do mundo e procura agradar à sua mulher,
34 e, assim, está dividido. Do mesmo modo, a mulher não casada e a jovem solteira têm zelo pelas coisas do Senhor e procuram ser santas de corpo e espírito. Mas a que se casou preocupa-se com as coisas do mundo e procura agradar ao seu marido.
35 Digo isso para o vosso próprio bem e não para vos armar um laço. O que eu desejo é levar-vos ao que é melhor, permanecendo junto ao Senhor, sem outras preocupações.
Nota da 2ª Leitura
Para a Igreja primitiva era eminentes o fim do mundo e a manifestação final e gloriosa de Jesus (VV. 29.30). É nessa perspectiva que podemos compreender muitos conselhos referentes ao matrimônio, ao celibato e a virgindade: se o fim está próximo, para quer se casar e ter filhos? Na visão de Paulo, a virgindade é vista como dom total da própria vida ao Senhor, como maneira de empenhar-se totalmente no testemunho do Evangelho. Jesus já destacava a grandeza do celibato na consagração radical a Deus e ao Reino, mas sem o impor (cf. Mt 19,10-12).ª Leitura

Evangelho - Marcos 1,21-28

1 21 Dirigiram-se para Cafarnaum. E já no dia de sábado, Jesus entrou na sinagoga e pôs-se a ensinar.
22 Maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas.
23 Ora, na sinagoga deles achava-se um homem possesso de um espírito imundo, que gritou:
24 "Que tens tu conosco, Jesus de Nazaré? Vieste perder-nos? Sei quem és: o Santo de Deus!
25 Mas Jesus intimou-o, dizendo: "Cala-te, sai deste homem!"
26 O espírito imundo agitou-o violentamente e, dando um grande grito, saiu.
27 Ficaram todos tão admirados, que perguntavam uns aos outros: "Que é isto? Eis um ensinamento novo, e feito com autoridade; além disso, ele manda até nos espíritos imundos e lhe obedecem!"
28 A sua fama divulgou-se logo por todos os arredores da Galiléia.

Nota do Evangelho

A ação demoníaca escraviza e aliena o homem, impedindo-o de pensar e de agir por si mesmo (por exemplo: ideologias, propagandas, estruturas e sistemas etc.): outros pensam e agem através dele. O primeiro milagre de Jesus é fazer o homem voltar a consciência e à liberdade. Só assim o homem pode segui-lo.
Marcos não diz qual era o ensinamento de Jesus; contudo, mencionando-o junto com uma ação de cura, ele sugere que o ensinamento com autoridade repousa numa prática concreta de libertação: com sua ação Jesus interpreta as Escrituras de modo superior a toda cultura dos doutores das Lei.

Edinólia Oliveira

Ser seguidor de Jesus Cristo é romper com todo tipo de autoritarismo e ter conhecimento do poder de Deus, recolhendo Deus como o todo-poderoso e ser humilde em ouvir a Deus de forma comunitária visando a igualdade e o bem de todos.


domingo, 21 de janeiro de 2018

Esdras

1
1-11
O exílio na Babilônia terminou em 538 a.C. com o edito de Ciro (vv. 2-4). Os persas seguiam uma política de tolerância e respeito para com os costumes e a religião dos povos dominados, que continuavam politicamente dependentes e deviam pagar tributo.
Os vv. 4-6 relembram Ex. 3,21-22; 11,2-3; 12,35-36 (cf. notas). Esses versículos mostram que o "auxílio" prestado pelos estrangeiros funcionava como indenização pelo trabalho no exílio. A devolução dos objetos do Templo estimula a volta ao culto de Javé. Sasabassar é provavelmente filho do rei Jeconias (cf 2Rs 25,27-30 e nota).
A volta para a terra e a possibilidade de retornar ao projeto de Javé são passos importantes para continuar a luta pela vida e liberdade.
2
1-70
O texto é uma espécie de recenseamento dos grupos que voltaram do exílio numa caravana posterior à mencionada no capítulo 1. Os "doados" eram o grupo que fazia os trabalhos mais humildes no Templo (cf. Js 7,15-27 e nota).
Os vv. 59-63 mostram que a comunidade pós-exílica se constitui a partir do critério de raça. Sobre isso, porém, leiam-se os livros de Rute e Jonas.
3
1-13
Quem recebeu a missão de reconstruir o Templo e reorganizar o culto foi Sasabassar (5, 13-16; 6, 3-5). Mas o sumo sacerdote Josué e Zorobabel é que realizaram  obra (5,2). Os repatriados sofrem hostilidade das populações vizinhas, que se estabeleceram em Judá e que agora temem perder seus direitos (cf. 4, 1-5). Mesmo com a situação precária do Templo e com a dificuldade frente aos outros moradores da região, o culto de Javé é retomado e os sacrifícios já começaram a serem oferecidos regularmente. Desse modo, os judeus, apoiados pela política persa, procuram garantir a recuperação do seu antigo território.
4
1-24
A reconstrução do Templo por judeus repatriados conflita com os interesses da população local, formada de judeus pobres, que continuam na Palestina durante a época do exílio (cf. 2Rs 25,12) e de samaritanos. Estes últimos eram resultado de uma mistura de israelitas com gente provinda de outros países (cf. 2Rs 17, 24-41).Por ocasião do exílio, os judeus pobres e os samaritanos ocuparam as propriedades dos judeus exilados que, ao voltar, constituem ameaça para essa população local. Esta, num primeiro tempo, se propões conciliatoriamente a colaborar na reconstrução do Templo, o que certa forma lhes asseguraria a situação. Os repatriados recusam, valendo-se da vantagem que o rei persa lhes concedia.
O texto é complexo. Entre o v. 4 e o v. 24, foram inseridas duas cartas que se adaptambem ao contexto. Mas, na realidade, elas se referem a acontecimentos posteriores (reconstrução da muralha em 445 a.C.). Os dosi grupos conflitantes recorrem ao poder imperial para assegurar cada um dos seus direitos.
5,1-6,18
Após anos de interrupção, a construção do Templo é retomada em  520 a.C., graças ao encorajamento dos profetas Ageu e Zacarias (cf. livros de Ageu e Zacarias). A nova tentativa dos samaritanos para impedir a obra acaba por surtir o efeito contrário: o Templo é reconstruído e oi grupo de repatriados celebra em 515 a.C. a festa da dedicação, religando-se assim à tradição do passado.
6
19-22
A celebração da Pásoa, segundo o Êxodo, marcava o nascimento do povo de Javé e a abertura do tempo da liberdade. Sua celebração, em 515 a.C., marca um novo início na história desse povo. Depois de 50 anos de exílio e vinte anos de dificuldades com a população local, os judeus repatriados agora têm assegurado um novo ponto de coesão: o Templo. Ao mesmo tempo,  é colocado um critério para pertencer à comunidade, e isso provocará sérias consequências.
7
1-26
Esdras foi para Jerusalém depois que Neemias reconstruiu a muralha e reorganizou a comunidade judaica (cf. notas em Ne 1-2), provavelmente inspirada na ideologia social dos levitas, conservada na literatura deuteronômica (Dt, Js, Sm, Rs). A ação de Neemias parece não ter agradado aos persas, que temiam pela segurança na fronteira sudoeste, passagem importante para o Egito e a Grécia.
É nesse contexto que devemos avaliar a missão de Esdras. Ele é sacerdote, versado na Lei (Pentateuco). Graças à confiança do soberano persa, ele se torna delegado do rei para reorganizar a comunidade judaica dentro de um esquema religioso centrado apenas no culto. De fato a missão de Esdras era mais interessante a política persa, pois a comunidade judaica se tornaria independente do império (a Lei de Javé é a Lei do rei _ v. 26). Essa política assegurava não só a dependência de Judá, mas também a segurança no limite sudoeste do império.
7,27-8,36:
O texto se apresenta como relato do próprio Esdras. Note-se que a lista coloca em primeiro lugar os sacerdotes, depois os descendentes de Davi e, por fim, os leigos. O Cronista, porém, que é levita, remodelou o texto e acrescentou os versículos 15-20, fazendo os levitas tomarem parte nessa espécie de "êxodo" protegido por Javé (vv. 21-23.31). Desse modo, notamos que o Cronista tem a preocupação de equilibrar o poder sacerdotal, ligado aos dominadores, com a função dos levitas, que representavam os anseios do povo. (Cf. Introdução a Crônicas e a Esdras e Neemias).
9,1-10,17
Temos aqui o início do movimento que culminará com a estruturação da comunidade judaica e, portanto, do que se costuma chamar de judaísmo. Esdras usa o matrimônio como critério para separar definitivamente a comunidade dos repatriados da população local. Esta era formada de judeus que não estiverão no exílio e que se misturaram com elementos dos povos vizinhos (samaritanos, moabitas, edonitas e outros). Desse modo, o conflito latente desde a chegada dos repatriados (cf. 3,3;4,1ss) se manifestou de maneira permanente. Não faltaram vozes de protesto (10,150, mas a maioria dos repatriados concordou com Esdras.
A proibição de casamentos mistos apoiou-se numa nova interpretação de Ex 34, 15-16; Dt 7, 1-4. A medida tomada foi brutal e desumana. Provavelmente havia interesses econômicos em jogo, pois a classe ligada ao Templo se mantinha com recursos dos cofres reais da Pérsia (7,20-23) e gozava da isenção de impostos, tributos e pedágio (7,24). Além disso, Esdras podia dispor de um excedente (7,18) que seria revisto provavelmente para os que estivessem de acordo com as disposições legais.
A medida toamda por Esdras evitava que se desintegrasse a comunidade dos repatriados. No entanto, a tornava econômica e politicamente dependente do governo persa.
10, 18-44
A lista é limitada e, provavelmente, só pretende citar os nomes mais importantes. Podemos perceber que todos os grupos (sacerdotes, levitas, cantores, porteiros e leigos) contraíram matrimônios com mulheres estrangeiras. Isso denota que a tendência dos repatriados era de se misturar com a população local.Podemos dizer, portanto, que a atitude de Esdras demonstra uma intervenção direta da política persa na vida normal dos repatriados.



sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Os Educadores de Deus

III DOMINGO DO TEMPO COMUM  Ano B 21/01/2018

1a Leitura - Jonas 3,1-5.10

3 1 A palavra do Senhor foi dirigida pela segunda vez a Jonas nestes termos:
2 “Vai a Nínive, a grande cidade, e faze-lhe conhecer a mensagem que te ordenei”.
3 Jonas pôs-se a caminho e foi a Nínive, segundo a ordem do Senhor. Nínive era, diante de Deus, uma grande cidade: eram precisos três dias para percorrê-la.
4 Jonas foi pela cidade durante todo um dia, pregando: “Daqui a quarenta dias Nínive será destruída”.
5 Os ninivitas creram (nessa mensagem) de Deus, e proclamaram um jejum, vestindo-se de sacos desde o maior até o menor.
10 Diante de uma tal atitude, vendo como renunciavam aos seus maus caminhos, Deus arrependeu-se do mal que resolvera fazer-lhes, e não o executou.

Nota da 1ª Leitura

Uma nova ordem de Deus, e dessa vez Jonas obedece. Nínive é o símbolo do mundo pagão; por isso, é apresentada com dimensões incrivelmente vastas. O profeta ainda não mudou de idéia sobre os pagãos: sua pregação só apresenta ameaças. Todavia, vemos em Nínive aquilo que nenhum profeta conseguiu em Israel: os pagãos se arrependem e se convertem, participando da penitência inclusive os animais. Como é que Deus poderia negar o perdão a essa gente mais sensata que o povo de Israel?

Salmo - 24/25

Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos,
Vossa verdade me oriente e me conduza.


Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos
e fazei-me conhecer a vossa estrada!
Vossa verdade me oriente e me conduza,
Porque sois o Deus da minha salvação.

Recordai, Senhor meu Deus, vossa ternura
e a vossa compaixão, que são eternas!
De mim lembrai-vos, porque sois misericórdia
e sois bondade sem limites, ó Senhor!

O Senhor é piedade e retidão
e reconduz ao bom caminho os pecadores.
Ele dirige os humildes na justiça
e aos pobres ele ensina o seu caminho.

Nota do Salmo

Súplica em estilo de reflexão sapiencial.
1-3
A menção de “inimigos” mostra que a situação tem causas ou conseqüências sociais.
4-5
A situação é obscura. O salmista pede que Deus lhe abra perspectivas.
6-7
Pede que seus erros involuntários não sejam empecilho para que Deus o trate com amor na situação angustiante em que se encontra.
8-11
Não está claro qual seja a falta ou pecado. Em todo caso, é ocasião para uma tomada de consciência e conversão.
12-15
O temor de Deus é a atitude própria de quem reconhece que Deus é Deus, e o homem não é Deus. Quando o homem reconhece que só Deus é o absoluto, passa a relativizar os projetos humanos e permanece aberto à contínua novidade do projeto de Deus.
16-22
Descreve sua própria situação deplorável e clama por libertação.

2a Leitura - 1 Coríntios 7,29-31
7 29 Mas eis o que vos digo, irmãos: o tempo é breve. O que importa é que os que têm mulher vivam como se a não tivessem;
30 os que choram, como se não chorassem; os que se alegram, como se não se alegrassem; os que compram, como se não possuíssem;
31 os que usam deste mundo, como se dele não usassem. Porque a figura deste mundo passa.

Nota da 2ª Leitura

Para a Igreja primitiva era eminentes o fim do mundo e a manifestação final e gloriosa de Jesus (VV. 29.30). É nessa perspectiva que podemos compreender muitos conselhos referentes ao matrimônio, ao celibato e a virgindade: se o fim está próximo, para quer se casar e ter filhos? Na visão de Paulo, a virgindade é vista como dom total da própria vida ao Senhor, como maneira de empenhar-se totalmente no testemunho do Evangelho. Jesus já destacava a grandeza do celibato na consagração radical a Deus e ao Reino, mas sem o impor (cf. Mt 19,10-12).

Evangelho - Marcos 1,14-20

 Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
1 14 Depois que João foi preso, Jesus dirigiu-se para a Galiléia. Pregava o Evangelho de Deus, e dizia:
15 "Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo; fazei penitência e crede no Evangelho."
16 Passando ao longo do mar da Galiléia, viu Simão e André, seu irmão, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores.
17 Jesus disse-lhes: "Vinde após mim; eu vos farei pescadores de homens."
18 Eles, no mesmo instante, deixaram as redes e seguiram-no.
19 Uns poucos passos mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam numa barca, consertando as redes. E chamou-os logo.
20 Eles deixaram na barca seu pai Zebedeu com os empregados e o seguiram.
Nota do Evangelho

São as primeiras palavras de Jesus: elas apresentam a chave para interpretar toda a sua atividade. Cumprimento: em Jesus, Deus se entrega totalmente. Não é mais tempo de esperar. É hora de agir. O Reino é o amor de Deus que provoca transformação radical da situação injusta que domina os homens. Está próximo: o Reino é dinâmico e está sempre crescendo. Conversão: a ação de Jesus exige mudança radical da orientação de vida. Acreditar na Boa Notícia: é aceitar o que Jesus realiza e empenhar-se com ele.
O chamado dos primeiros discípulos é um convite aberto a todos os que ouvem as palavras de Jesus. Simão e André deixam a profissão; Tiago e João deixam a família... Seguir a Jesus implica deixar as inseguranças que possam impedir o compromisso com uma ação transformadora.

Edinólia Oliveira

Há um bom tempo fui catequista, e hoje tenho a graça de ser chamada a ser assessora da Infância Missionária. Educar crianças de 5 a 9 anos para a Missão. Anunciar a Palavra de Deus a outras crianças. Despertar desde criança o sentido missionário. O compromisso do Batizado. Eu acredito firmemente que a educação é a chave para diminuir a violência. A Palavra de Deus é o caminho para a Paz Mundial e  o manual de vida para a justiça e a igualdade social.


sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Como podemos ouvir a vós de Deus?

A Igreja Católica Romana, de acordo com o general romano Calendário, comemora em Domingo, 2018-01-14 o seguinte:
DOMINGO DO SEGUNDA SEMANA DO TEMPO COMUM Ano B14/01/2018
PRIMEIRA LEITURA Leitura do Primeiro Livro de Samuel 3,3b-10.19

Fala, Senhor, que teu servo escuta
Naqueles dias:
3b
Samuel estava dormindo no templo do Senhor,
onde se encontrava a arca de Deus.
4Então o Senhor chamou: 'Samuel, Samuel!'
Ele respondeu: 'Estou aqui'.
5E correu para junto de Eli e disse:
'Tu me chamaste, aqui estou'.
Eli respondeu: 'Eu não te chamei.
Volta a dormir!'
E ele foi deitar-se.
6O Senhor chamou de novo: 'Samuel, Samuel!'
E Samuel levantou-se, foi ter com Eli e disse:
'Tu me chamaste, aqui estou'.
Ele respondeu: 'Não te chamei, meu filho.
Volta a dormir!'
7Samuel ainda não conhecia o Senhor,
pois, até então, a palavra do Senhor
não se lhe tinha manifestado.
8O Senhor chamou pela terceira vez: 'Samuel, Samuel!'
Ele levantou-se, foi para junto de Eli e disse:
'Tu me chamaste, aqui estou'.
Eli compreendeu que era o Senhor
que estava chamando o menino.
9Então disse a Samuel:
'Volta a deitar-te e, se alguém te chamar, responderás:
'Senhor, fala, que teu servo escuta!'
E Samuel voltou ao seu lugar para dormir.
10O Senhor veio, pôs-se junto dele
e chamou-o como das outras vezes: 'Samuel! Samuel!'
E ele respondeu: 'Fala, que teu servo escuta'.
19Samuel crescia, e o Senhor estava com ele.
E não deixava cair por terra nenhuma de suas palavras.
Nota da 1ª Leitura
3,1 – 4,1
Narrando a vocação de Samuel, a Bíblia inicia a grande lista dos profetas, cuja função é serem porta-vozes de Deus: ele anunciam claramente o que Deus está realizando ou vai realizar dentro da história. Neste relato a função profética aparece em Israel antes de surgir e formar o Estado com autoridade política central. A Bíblia quer mostrar que o profeta é aquele que mantém viva a consciência crítica de um povo: ele deve impedir que as autoridades políticvas se absolutizem e oprimam o povo.
O texto faz pensar na vocação de cada pessoa. Deus chama cada um de nós para exercer uma função dentro do projeto de Deus. Projeto esse voltado para a liberdade e a vida. Cada pessoa é um modo de Deus dizer a palavra que constrói a sociedade e a história. É preciso que cada um  aprenda distinguir a voz de Deus, sem confundi-la com a voz daqueles produzem e matem uma estrutura de sociedade voltada para a escravidão e a morte.

SALMO RESPONSORIAL
Salmo - Sl 39,2.4ab.7-8a.8b-9.10 (R.8a.9a)
R. Eu disse: Eis que venho, Senhor, com prazer faço a vossa vontade.!
2Esperando, esperei no Senhor,*
e inclinando-se, ouviu meu clamor.
4Canto novo ele pôs em meus lábios,*
um poema em louvor ao Senhor.R.
7Sacrifício e oblação não quisestes,*
mas abristes, Senhor, meus ouvidos;
não pedistes ofertas nem vítimas,*
holocaustos por nossos pecados. R.
8E então eu vos disse: 'Eis que venho!'*
Sobre mim está escrito no livro:
9'Com prazer faço a vossa vontade,*
guardo em meu coração vossa lei!'R.
10Boas-novas de vossa justiça
anunciei numa grande assembléia;*
vós sabeis: não fechei os meus lábios!R.
Nota do Salmo
Oração de agradecimento, incluindo a súplica numa situação que acarreta perigo de vida.
2-4
Libertando um salmista de um perigo de morte, a ação de Deus torna-se motivo de confiança para a comunidade que participa do agradecimento.
5-6
Pequeno hino de louvor lembrando as intervenções libertadoras de Deus. Feliz o justo que na dificuldade não confia em seu projeto pessoal, mas busca libertação no projeto de Deus.
7-9
Por ocasião do agradecimento, costumava-se oferecer um sacrifício. Deus, porém, não  quer sacrifício, e sim que o homem realize a vontade dele. Para isso, é preciso assimilar o projeto de Deus (“lei”).
10-11
Não basta assimilar. É preciso também anunciar a justiça de Deus, através da palavra e ação.
12-13
A vivência e testemunho se transformam em súplica de Deus para que continue agindo em outras situações.
14-16
Talvez seja o conteúdo da súplica que gerou a libertação e o agradecimento.  A situação é claramente de conflito social.
17-18
O salmista pertence à comunidade dos pobres, cuja única defesa consiste em se organizar ao redor de Deus e de seu projeto.

SEGUNDA LEITURA Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios 6, 13c-15a.17-20

Vossos corpos são membros de Cristo
Irmãos: 
13cO corpo não é para a imoralidade, mas para o Senhor, e o Senhor é para o corpo;
14e Deus, que ressuscitou o Senhor, nos ressuscitará também a nós, pelo seu poder. 
15aPorventura ignorais que vossos corpos são membros de Cristo? 
17Quem adere ao Senhor torna-se com ele um só espírito. 
18Fugi da imoralidade. Em geral, qualquer pecado que uma pessoa venha a cometer fica fora do seu corpo. Mas o fornicador peca contra o seu próprio corpo. 
19Ou ignorais que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que mora em vós e que vos é dado por Deus? E, portanto, ignorais também que vós não pertenceis a vós mesmos? 
20De fato, fostes comprados, e por preço muito alto. Então, glorificai a Deus com o vosso corpo. Palavra do Senhor.
Nota da 2ª Leitura
Paulo enfrenta uma falsa concepção de liberdade, extremamente permissiva em questões de vida sexual. Como princípio, ele salienta que nem tudo convém à condição cristã. Em outras palavras: o cristão deve saber discernir o que leva ao crescimento e à realização da pessoa humana. Uma vez que foi resgatado por Cristo para viver a liberdade, ele não deve deixar-se escravizar de novo, nem mesmo pelo próprio corpo, muitas vezes injuriando o próprio corpo.

EVANGELHO João 1,35-42

Foram ver onde Jesus morava e permaneceram com ele
Naquele tempo:
35João estava de novo com dois de seus discípulos
36e, vendo Jesus passar, disse:
'Eis o Cordeiro de Deus!'
37Ouvindo essas palavras,
os dois discípulos seguiram Jesus.
38Voltando-se para eles e vendo que o estavam seguindo,
Jesus perguntou:
'O que estais procurando?'
Eles disseram:
'Rabi (que quer dizer: Mestre), onde moras?'
39Jesus respondeu: 'Vinde ver'.
Foram pois ver onde ele morava
e, nesse dia, permaneceram com ele.
Era por volta das quatro da tarde.
40André, irmão de Simão Pedro,
era um dos dois que ouviram as palavras de João
e seguiram Jesus.
41Ele foi encontrar primeiro seu irmão Simão
e lhe disse: 'Encontramos o Messias
(que quer dizer: Cristo)'.
42Então André conduziu Simão a Jesus.
Jesus olhou bem para ele e disse:
'Tu és Simão, filho de João;
tu serás chamado Cefas' (que quer dizer: Pedra).
Nota do Evangelho
João descreve os sete dias da nova criação. No primeiro dia, João Batista afirma: “No meio de vocês existe alguém que vocês não conhecem.” Nos dias seguintes vemos como João Batista, João, André, Simão, Filipe e Natanael descobrem a Jesus. É sempre uma testemunha que aponta Jesus para outra. O último dia será o casamento em Caná, onde Jesus manifesta a sua glória.
“O que vocês estão procurando?” São estas as primeiras palavras de Jesus neste evangelho. Essa pergunta, ele a faz a todos os homens. Nós queremos saber quem é Jesus, e ele nos pergunta sobre o que buscamos na vida.
Os homens que encontraram Jesus começaram a conviver com ele. E no decorrer do tempo vão descobrindo que ele é o Mestre, o Messias, o Filho de Deus. O mesmo acontece conosco: enquanto caminhamos com Cristo, vamos progredindo no conhecimento a respeito dele.
João Batista era apenas testemunha de Jesus, a quem tudo se deve dirigir. João sabia disso; por isso convida seus próprios discípulos para que se dirijam a Jesus. E os dois primeiros vão buscar  outros. É desse mesmo modo que nós encontramos a Jesus: porque outra pessoa nos falou dele ou nos comprometeu numa tarefa apostólica.
Jesus sempre conhece aquele que o Pai coloca em seu caminho. Ele conhece Natanael debaixo da figueira e também Simão, escolhido para ser a primeira Pedra da Igreja.

Vereis o céu aberto: No sonho de Jacó, os anjos subiam e desciam por uma escada que ligava a terra ao céu (leia Gn 28,10-22). Doravante é Jesus, o Filho do Homem, a nova ligação entre Deus e os homens.

Edinólia Oliveira

Como podemos ouvir a vós de Deus? A resposta é ser servo, obedecer a Deus. As Escrituras Sagradas Narra o contato que os profetas tem com Deus. Pessoas escolhidas para anunciar a Palavra de Deus. Jesus Cristo também se fez servo. Deus conosco se fez servo e nasceu numa manjedoura. Somos servos do Senhor para o escutar e anunciar a Sua Palavra. Se todos se calarem, as pedras falarão. Não podemos nos calar para que a paz no mundo.

sábado, 6 de janeiro de 2018

A Luz do Mundo

Liturgia de 07 de janeiro de 2018
DOMINGO - EPIFANIA DO SENHOR

1ª Leitura: Is 60, 1-6

- Leitura do livro do profeta Isaías - 1Levanta-te, acende as luzes, Jerusalém, porque chegou a tua luz, apareceu sobre ti a glória do Senhor. 2Eis que está a terra envolvida em trevas, e nuvens escuras cobrem os povos; mas sobre ti apareceu o Senhor, e sua glória já se manifesta sobre ti. 3Os povos caminham à tua luz e os reis ao clarão de tua aurora. 4Levanta os olhos ao redor e vê: todos se reuniram e vieram a ti; teus filhos vêm chegando de longe com tuas filhas, carregadas nos braços. 5Ao vê-los, ficarás radiante, com o coração vibrando e batendo forte, pois com eles virão as riquezas de além-mar e mostrarão o poderio de suas nações; 6será uma inundação de camelos e dromedários de Madiã e Efa a te cobrir; virão todos os de Sabá, trazendo ouro e incenso e proclamando a glória do Senhor.

Nota da 1ª Leitura
1-22
Cântico que manifesta a esperança da total restauração de Jerusalém. Javé habita a cidade santa e, de todos os lados, vêm os judeus dispersos, os mercadores e os povos; o Templo é reconstruído, reina a paz, e a glória de Javé irradia-se por todo o universo. Cf. Ap 21,9-22,5.

Salmo Responsorial: Sl 72, 1-2.7-8.10-11.12-13  (R:  11)

R: As nações de toda a terra hão de adorar-vos ó Senhor!

- Dai ao Rei vossos poderes, Senhor Deus, vossa justiça ao descendente da realeza!  Com justiça ele governe o vosso povo, com eqüidade ele julgue os vossos pobres.
 - Nos seus dias a justiça florirá e grande paz, até que a lua perca o brilho!
De mar a mar estenderá o seu domínio, e desde o rio até os confins de toda a terra! 
- Os reis de Társis e das ilhas hão de vir e oferecer-lhes seus presentes e seus dons; e também os reis de Seba e de Sabá hão de trazer-lhe oferendas e tributos. Os reis de toda a terra hão de adorá-lo,e todas as nações hão de servi-lo.
 - Libertará o indigente que suplica, e o pobre ao qual ninguém quer ajudar.
Terá pena do indigente e do infeliz, e a vida dos humildes salvará.

Nota do Salmo
Meditação em estilo sapiencial sobre a tentação sofrida pelo justo diante da prosperidade dos injustos.
1-3
A prosperidade dos injustos é um grande escândalo, que põe em dúvida a doutrina tradicional (v. 1 ) e provoca a tentação para os justos. 
4-12
Retrato do injusto visto pelo justo. O injusto é um privilegiado: goza de boa saúde, não sofre, trata todo mundo com soberba e violência, e vive a tramar injustiças. A sua ambição não tem limites: suga a liberdade e a vida de todo mundo, acumulando poder e riqueza. E tudo impunemente, inclusive blasfemando: "Deus não sabe nada!"
13-17
O justo olha para se mesmo e acha que não vale a pena ser justo. O que fazer? Concordar com o que dizem os injustos? Seria traição! A solução está em perceber o mistério de Deus, que é o seu modo de agir na história. 
18-22
Deus faz justiça, arruinando aqueles que arruinavam os outros. Se o homem não compreende isso, é porque ainda não entendeu o projeto de Deus. 
23-26
A parte positiva do projeto de Deus consiste na aliança dele com os pobres, para construírem juntos uma nova história. Agora já não importam nem o céu, nem a terra. O que importa é realizar o projeto de Deus. Aí a justiça constrói uma história nova, onde todos podem usufruir igualitariamente a liberdade e a vida. 
27-28
A história é testemunha do julgamento de Deus, e a tarefa dos justos consiste em proclamar a obra de Deus que destrói a injustiça.

2ª Leitura :  Ef  3, 2-3.5-6

- Leitura da carta de são Paulo aos Efésios - Irmãos: 2Se ao menos soubésseis da graça que Deus me concedeu para realizar o seu plano a vosso respeito, 3ª e como, por revelação, tive conhecimento do mistério. 5Este mistério, Deus não o fez conhecer aos homens das gerações passadas mas acaba de o revelar agora, pelo Espírito, aos seus santos apóstolos e profetas: 6os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo, por meio do Evangelho.

Nota da 2ª Leitura
1-13
O ministério é o centro do anúncio de Paulo, e está inseparavelmente ligado á sua vocação de missionário entre os pagãos. Esse ministério é o projeto de Deus, que se realizou em Jesus Cristo e que manifesta toda a sua grandeza na Igreja, mediante o ministério de Paulo: os pagãos são chamados a pertencer ao povo de Deus.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt  2, 1-12



1Tendo nascido Jesus na cidade de Belém, na Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que alguns magos do Oriente chegaram a Jerusalém, 2perguntando: 'Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo.3Ao saber disso, o rei Herodes ficou perturbado assim como toda a cidade de Jerusalém. 4Reunindo todos os sumos sacerdotes e os mestres da Lei, perguntava-lhes onde o Messias deveria nascer. 5Eles responderam: 'Em Belém, na Judéia, pois assim foi escrito pelo profeta: 6E tu, Belém, terra de Judá, de modo algum és a menor entre as principais cidades de Judá, porque de ti sairá um chefe que vai ser o pastor de Israel, o meu povo.' 7Então Herodes chamou em segredo os magos e procurou saber deles cuidadosamente quando a estrela tinha aparecido. 8Depois os enviou a Belém, dizendo: 'Ide e procurai obter informações exatas sobre o menino. E, quando o encontrardes, avisai-me, para que também eu vá adorá-lo.' 9Depois que ouviram o rei, eles partiram. E a estrela, que tinham visto no Oriente, ia adiante deles, até parar sobre o lugar onde estava o menino. 10Ao verem de novo a estrela, os magos sentiram uma alegria muito grande. 11Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele, e o adoraram. Depois abriram seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra. 12Avisados em sonho para não voltarem a Herodes, retornaram para a sua terra, seguindo outro caminho.
Nota do Evangelho
1-12
Jesus é o Rei Salvador prometido pelas Escrituras. Sua vinda, porém desperta reações diferentes. Aqueles que conhecem as Escrituras, em vez de se alegrarem com a realização das promessas, ficam alarmados, vendo em Jesus uma séria ameaça para o seu próprio modo de viver. Outros, apenas guiados por um sinal, procuram Jesus e o acolhem como Rei  Salvador. Não basta saber quem é o Messias; é preciso seguir os sinais da história que nos encaminham para conhecê-lo. A cena mostra o destino de Jesus: rejeitado de morto pelas autoridades do seu próprio povo, é aceito pelos pagãos.

Edinólia Oliveira
Eu começo a minha reflexão com a seguinte pergunta: Porque nascem tantos poderosos e Reis perversos, controladores, autoritários e se fazem Rei e escravizam o povo pobre das tribos e nações?  Qual a raiz dessa história de reis e líderes dominadores?
Esses poderosos temem perder seu posto, seu trono quando se ver ameaçados pela simplicidade e caridade e amor de Jesus Cristo.
O Projeto de Deus mediante o nascimento de Seu Filho,  que é Ele mesmo no meio de nós, como nós, enfraquece essa estrutura, esse sistema que cria leis e estratégias que dominam os fracos e empobrecidos.

O Evangelho é a Luz, é a Estrela que devemos seguir para Salvar vidas. Deus conta com, nossos presentes e adorações diante desta Luz. “Jesus Cristo” O simbolismo do Ouro , Incenso e Mirra marcam o nosso esforço em propagar as todas as nações a verdadeira Luz. Deus Nosso Salvador.