quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

7
1-5
A condição do doente é tão dolorosa, que o tempo parece arrastar-se lentamente. Por trás da impaciência esconde-se o anseio pela cura ou, se esta é impossível, pela libertação do sofrimento através da morte.
19
23-29
Jó não pode mais contar com a solidariedade de ninguém. Apesar de tudo, sabe que é inocente, e não lhe importa se os outros o consideram pecador por estar sofrendo. Ele declara que nessa condição terá uma experiência de Deus (“com os próprios olhos”), superando aquela concepção veiculada pelo dogma da retribuição. Na verdade, Deus não condena o justo que sofre; antes se solidariza com ele e o defende contra essa própria teologia que considera qualquer sofredor como pecador.
O tema do redentor (v. 25) prolonga o tema do árbitro (9,33) e da testemunha de defesa (16,19), salientando que é necessário um mediador vivo entre o homem e Deus.
38
1-3
Jó havia pedido insistentemente uma audiência com Deus, para lhe fazer muitas perguntas e rebater suas acusações. Por fim, a resposta veio. A tempestade, sinal grandioso da natureza, é um elemento das manifestações divinas. Aqui ela pode ser entendida como símbolo da situação desesperadora de Jó: é de dentro do sofrimento que Deus lhe vai falar, mas curiosamente nada lhe responde. Pelo contrário, traz outras perguntas. O encontro com Deus é sempre um desafio para o homem. Trata-se de Javé, o Deus do êxodo e da aliança, aquele que liberta e quer ser aliado do homem. Esse é o desafio fundamental e a melhor defesa consiste em aceitar esse convite e aliança.
4-38

De modo provocante, Deus pergunta a Jó onde estava quando o mundo foi criado. A seguir, faz uma série de desafios que mostram, ao mesmo tempo, a grandeza e ciência de Deus e a pequenez e ignorância do homem. Por trás dessas questões, há uma pergunta latente: Se o homem não é capaz de compreender as leis da criação, como pode atrever-se a questionar o Criador? Os VV. 26-27 chamam a atenção para o amor de Deus: ele cuida da natureza, mesmo em lugares desabitados, onde não há qualquer testemunha. O v. 36 mostra que certos animais instintivamente conhecem certos segredos da natureza que o homem desconhece, apesar de toda a ciência.

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