7
1-5
A condição do doente
é tão dolorosa, que o tempo parece arrastar-se lentamente. Por trás da
impaciência esconde-se o anseio pela cura ou, se esta é impossível, pela
libertação do sofrimento através da morte.
19
23-29
Jó não pode mais
contar com a solidariedade de ninguém. Apesar de tudo, sabe que é inocente, e
não lhe importa se os outros o consideram pecador por estar sofrendo. Ele
declara que nessa condição terá uma experiência de Deus (“com os próprios
olhos”), superando aquela concepção veiculada pelo dogma da retribuição. Na
verdade, Deus não condena o justo que sofre; antes se solidariza com ele e o
defende contra essa própria teologia que considera qualquer sofredor como
pecador.
O tema do redentor
(v. 25) prolonga o tema do árbitro (9,33) e da testemunha de defesa (16,19),
salientando que é necessário um mediador vivo entre o homem e Deus.
38
1-3
Jó havia pedido
insistentemente uma audiência com Deus, para lhe fazer muitas perguntas e
rebater suas acusações. Por fim, a resposta veio. A tempestade, sinal grandioso
da natureza, é um elemento das manifestações divinas. Aqui ela pode ser
entendida como símbolo da situação desesperadora de Jó: é de dentro do
sofrimento que Deus lhe vai falar, mas curiosamente nada lhe responde. Pelo
contrário, traz outras perguntas. O encontro com Deus é sempre um desafio para
o homem. Trata-se de Javé, o Deus do êxodo e da aliança, aquele que liberta e
quer ser aliado do homem. Esse é o desafio fundamental e a melhor defesa
consiste em aceitar esse convite e aliança.
4-38
De modo provocante,
Deus pergunta a Jó onde estava quando o mundo foi criado. A seguir, faz uma
série de desafios que mostram, ao mesmo tempo, a grandeza e ciência de Deus e a
pequenez e ignorância do homem. Por trás dessas questões, há uma pergunta
latente: Se o homem não é capaz de compreender as leis da criação, como pode
atrever-se a questionar o Criador? Os VV. 26-27 chamam a atenção para o amor de
Deus: ele cuida da natureza, mesmo em lugares desabitados, onde não há qualquer
testemunha. O v. 36 mostra que certos animais instintivamente conhecem certos
segredos da natureza que o homem desconhece, apesar de toda a ciência.
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