5
1-7
O dono da vinha fez de tudo para que ela produzisse uvas boas; como ela produziu só uvas azedas, seu dono abandonou-a. Javé fez de tudo para que seu povo vivesse o direito e a justiça; mas o povo só produziu violação do direito e injustiça. O cerne do cântico é o v. 3: o próprio povo é que deve julgar a situação e dar a sentença.
6
1-7
O dono da vinha fez de tudo para que ela produzisse uvas boas; como ela produziu só uvas azedas, seu dono abandonou-a. Javé fez de tudo para que seu povo vivesse o direito e a justiça; mas o povo só produziu violação do direito e injustiça. O cerne do cântico é o v. 3: o próprio povo é que deve julgar a situação e dar a sentença.
6
1-13
O relato da vocação de Isaías mostra que o âmago de toda e
qualquer vocação profética está no experimentar a transcedência e a santidade
de Javé. Só a partir dessa experiência é que alguém pode reconhecer a própria
relatividade (“estou perdido”) e desvendar as ideologias que se tornaram
absolutas. Assim, a segurança com que o profeta se sente porta-voz de Deus
provém do reconhecimento de que Javé é o único Absoluto: então ele fica sabendo
com certeza que é falso e mentiroso qualquer sistema, instituição ou ideologia
que se apresentem como absolutos. Dessa maneira, a crítica e o julgamento que o
profeta lança são investidos na autoridade divina.
7
1-17
O Reino do Norte (Efraim), cujo rei era Facéia, se aliou a
Rason, rei de Aram, numa tentativa de se libertar do perigo assírio. Como o
reino do Sul (Judá) não participou da coalizão entre o reino do Norte e Aram,
estes dois temeram que Judá se tornasse aliado da Assíria; resolveram
então atacar o reino do Sul, para
destronar o rei Acaz e colocar no seu lugar o filho de Tabeel, rei de Tiro.
Acaz teme o cerco e verificas a reserva de água da cidade. Isaías vai ao seu
encontro e tranquiliza, mostrando que não haverá perigo, pois continua válida a
promessa de que a dinastia de Davi será perene, desde que se coloque total
confiança em Javé. O sinal prometido a Acaz é o seu próprio filho, do qual a
rainha (a jovem) está grávida. Esse menino
que está para nascer é o sinal de que Deus permanece no meio do seu povo
(Emanuel = Deus conosco). Mt 1,23 vê na jovem a figura da Virgem Maria, e no
filho, a pessoa de Jesus.
8,23b-9,6
Em 732 a.C., o rei da Assíria toma os territórios da Galiléia e adjacências, incluindo Zabulon e Neftali. O povo do Reino do Sul teme o avanço assírio, mas o profeta mostra que Javé libertará os oprimidos e trará a paz. O que leva Isaías essa luminosa esperança é o nascimento do Emanuel (cf. 7,14), que é Ezequias, o filho herdeiro de Acaz. O profeta prevê um chefe sábio, fiel a Deus, duradouro e pacífico; ele perpetuará a dinastia de Davi, estendendo o reinado deste até às regiões agora dominadas pela Assíria e organizando uma sociedade fundada no direito e na justiça. Mateus, reinterpretando este oráculo, o aplica à pessoa e ação de Jesus (Mt 4, 13-16).
11
1-9
Isaías projeta para o reinado de Ezequias o ideal utópico de uma sociedade que chegou a realização plena (cf. 6,13; 7,14 e nota em 8,23b-9,6). Esse reinado se fundará no total espírito de Javé (sete dons) que fará surgir uma sociedade alicerçada na justiça, produzindo paz e harmonia. O Novo Testamento vê o cumprimento do oráculo da pessoa de Jesus (cf. Mt 3,16): é a partir da ação dele que se constrói o mundo novo, onde todas as coisas se reconciliam (Ef 1,10; Cl 1,20).
8,23b-9,6
Em 732 a.C., o rei da Assíria toma os territórios da Galiléia e adjacências, incluindo Zabulon e Neftali. O povo do Reino do Sul teme o avanço assírio, mas o profeta mostra que Javé libertará os oprimidos e trará a paz. O que leva Isaías essa luminosa esperança é o nascimento do Emanuel (cf. 7,14), que é Ezequias, o filho herdeiro de Acaz. O profeta prevê um chefe sábio, fiel a Deus, duradouro e pacífico; ele perpetuará a dinastia de Davi, estendendo o reinado deste até às regiões agora dominadas pela Assíria e organizando uma sociedade fundada no direito e na justiça. Mateus, reinterpretando este oráculo, o aplica à pessoa e ação de Jesus (Mt 4, 13-16).
11
1-9
Isaías projeta para o reinado de Ezequias o ideal utópico de uma sociedade que chegou a realização plena (cf. 6,13; 7,14 e nota em 8,23b-9,6). Esse reinado se fundará no total espírito de Javé (sete dons) que fará surgir uma sociedade alicerçada na justiça, produzindo paz e harmonia. O Novo Testamento vê o cumprimento do oráculo da pessoa de Jesus (cf. Mt 3,16): é a partir da ação dele que se constrói o mundo novo, onde todas as coisas se reconciliam (Ef 1,10; Cl 1,20).
12
1-6
O livrinho do Emanuel se encerra com duplo canto de ação de
graças, celebrando a ação salvadora de Javé, na qual se baseia a esperança e
confiança do povo.
25
6-12
A última palavra de Deus sobre a história não é o julgamento, mas a comunhão universal de todos entre si e com o próprio Deus (cf. 2Pd 1,4; Ap 21,1-22,5). Um redator acrescentou os vv. 10-12, tomando Moab como símbolo daqueles que estarão excluídos dessa grande comunhão, porque se negou a participar do projeto de Deus.
25
6-12
A última palavra de Deus sobre a história não é o julgamento, mas a comunhão universal de todos entre si e com o próprio Deus (cf. 2Pd 1,4; Ap 21,1-22,5). Um redator acrescentou os vv. 10-12, tomando Moab como símbolo daqueles que estarão excluídos dessa grande comunhão, porque se negou a participar do projeto de Deus.
35
1-10
O contraste entre este capítulo e o anterior é evidente:
enquanto as potências dominadores são arrasadas, ao povo de Deus se reservam
libertação, alegria e vida em abundância.
40
1-11
Em pleno exílio, o profeta entrevê a alegria de Jerusalém ao
saber que os exilados estão voltando. Terminou o tempo da escravidão e começa o
novo êxodo. Javé caminha junto com seu povo na ternura de um pastor que cuida
do rebanho. É do fundo triste de uma escravidão sofrida que brota a esperança
alegre e libertadora (cf. Ex 3,7-9). Os evangelhos sinóticos citam o texto para
falar da libertação definitiva trazida
por Jesus Cristo. (cf. Mt 3,3; Mc 1,3; Lc 3,4)
42
1-9
É o primeiro “cântico do Servo de Javé”. Quem é esse Servo?
De início, provavelmente, uma pessoa, depois essa pessoa foi tomada como
figuram coletiva, sendo aplicada a todo o povo pobre e fiel. O Servo é a grande
novidade que Javé prepara: o missionário escolhido que, graças ao Espírito de
Javé, recebe a missão de fazer que surja uma sociedade conforme a justiça e o
direito. Ele não submeterá os fracos ao seu domínio, mas o seu agir acabará
produzindo uma transformação radical: os cegos enxergarão e os presos serão
libertos. Os evangelhos aplicam a Jesus a figura do Servo (cf. Mt 3,17 e
paralelos; 12,17-21; 17,5).
43
14-21
Em comparação com o êxodo do Egito, a nova libertação é um
acontecimento bem mais grandioso: os exilados voltarão para a pátria por uma
estrada no deserto transformado em oásis. O povo liberto será testemunha da
ação de javé na história.
45
1-7
Javé, o Senhor da história, é quem dirige as nações e
acontecimentos para dar liberdade e vida ao povo que a ele se aliou. Para
realizar o seu projeto, Javé se serve da história dos povos, chegando mesmo a
tomar um rei pagão para revesti-lo com a função de messias (ungido), própria dos reis de Israel. O Deus
vivo não está confinado a um templo, nem a uma instituição, nem a determinada
estrutura de religião o lugar eminente de seu agir é a história e a vida. O v.
7 salienta que Javé criou todas as coisas, e sabemos, pela Bíblia, que toda
criação é boa (cf. Gn 1, 4.10.12 etc. Eclo 39, 12-35). A distinção entre o bem
e o mal começa a partir do posicionamento que o homem toma diante do projeto de
Deus.
49
1-9aÉ o segundo "cântico do Servo de Javé" (cf. nota em 42,1-9). Aqui se escrevem as características da missão profética: desde o início (ventre). o Servo recebe a missão (o nome) de anunciar a palavra de Javé para reunir e restaurar seu povo disperso. Essa restauração implica e organizar o povo, liderando-o no movimento da libertação: isso implica a reorganização político-social e a justa distribuição de terras (vv. 8-9a). Mas a missão do Servo ultrapassa as fronteiras de uma nação, pois fará com que o povo da aliança se torne luz para os outros povos.
49
1-9aÉ o segundo "cântico do Servo de Javé" (cf. nota em 42,1-9). Aqui se escrevem as características da missão profética: desde o início (ventre). o Servo recebe a missão (o nome) de anunciar a palavra de Javé para reunir e restaurar seu povo disperso. Essa restauração implica e organizar o povo, liderando-o no movimento da libertação: isso implica a reorganização político-social e a justa distribuição de terras (vv. 8-9a). Mas a missão do Servo ultrapassa as fronteiras de uma nação, pois fará com que o povo da aliança se torne luz para os outros povos.
50
4-11
É o terceiro “cântico do Servo Javé” (cf. notas em 42,1-9;
49, 1-9ª). A missão do Servo é, aqui, apresentada como encorajamento aos fracos
e abatidos . Para isso, não resiste ao que javé lhe pede ou não recua diante
das dificuldades e ataques de
adversários. Quem o acusará? Se o seu advogado é o próprio Deus? Os adversários
serão apanhados na mesma armadilha que lhe tinha preparado (v. 11). Tal foi a
atitude de Jesus, e é a característica fundamental de seus seguidores.
52.13-53,12
É o quarto “cântico do Servo de Javé” (cf. notas em 42,1-9;
49,1-9ª; 50,4-9). Descreve-se, agora, a paixão do Servo: ele é justo e
inocente, mas sofre as consequências de uma estrutura injusta da sociedade onde
vive, e por isso morre esmagado sob o peso dos erros de todos. Contudo, é
através do seu aparente fracasso que o projeto de Deus vai triunfar: o Servo é
glorificado e traz a salvação para todos. Ao narrar a paixão de Jesus, os
Evangelhos praticamente retomam este quarto cântico em todos os detalhes: na
sua vida e morte, Jesus se identificou completamente com o povo pobre que, em
todos os tempos e lugares, é vítima da injustiça e exploração, da opressão e
esquecimento.
55
1-5
Numa cidade dominada pelo ídolo dinheiro, o povo gasta tudo
o que tem e acaba na sede e fome. O profeta o convida a uma nova aliança com
Deus que coloca a vida humana como supremo valor, transformando todas as
relações sociais e assegurando a todos alimento e dignidade. A realização desse
projeto atrairá os povos, porque verão que esse é o verdadeiro projeto para a
vida.
6-11
Javé tem um projeto de verdadeira realização para a
história: liberdade e vida para todos. Esse projeto é revelado aos homens através
da Palavra que, gerando acontecimentos, concretiza o projeto de Deus. A
sabedoria do homem consiste em procurar Javé, isto é, converte-se para ele,
ouvir a sua palavra e tornar-se aliado seu na luta em prol da liberdade e vida
para todos.
56
1-8
O exílio mostrou que Javé não está ligado exclusivamente a
uma terra e nação. Doravante o povo de Deus está aberto aos pagãos, desde que aceitem a viver segundo
a justiça e o direito. Essa abertura ultrapassa as restrições previstas pela
Lei e começa a quebrar um nacionalismo fechado.
58
1-12
Procurar a Deus é praticar o direito e a justiça: essa
procura pode ser mascarada por atos que parecem mostrar disponibilidade em
realizar o projeto de Deus; e qualquer prática de piedade pode esconder um não
compromisso com a vontade de Deus. Ao contrário, a sinceridade se revela
através da solidariedade com os oprimidos e da participação afetiva num processo de libertação. Só assim estaremos
procurando a Deus, receberemos dele uma resposta benévola e seremos co-agentes deste
seu projeto: a construção de uma sociedade fundada no direito e na justiça.
60
1-22
Cântico que manifesta a esperança da total restauração de
Jerusalém. Javé habita a cidade santa e, de todos os lados, vêm os judeus
dispersos, os mercadores e os povos; o Templo é reconstruído, reina a paz, e a
glória de Javé irradia-se por todo o universo. Cf. Ap 21,9-22,5.
61
1-11
O profeta é enviado para
proclamar a Boa Notícia da libertação (VV. 1-3ª), e os destinatários são
os pobres (v.1), porque estão abertos à fraternidade e à partilha. Para que a
libertação se torne realidade, deverá acontecer no país uma restauração, que se
abre para o futuro. Dentro do país, terá que triunfar a justiça nas relações
entre os cidadãos; fora, terão que acessar as injustiças e opressões contra o
país. A condição para acabar com as opressões externas é abolir as explorações
que existem dentro do país; para isso, é preciso reconstruir a cidade e
reestruturar o campo, através de uma nova política agrícola e pastoril. Não
basta está na terra; é preciso possuí-la. Após sair da escravidão, é preciso
caminhar para a libertação e dar-lhe consistência, restaurando o país
dilapidado. Os estrangeiros já não irão explorar , participarão da partilha,
através do trabalho (VV. 4-5). Dessa maneira, o povo será sacerdote ou ministro
de Deus (v. 6), isto é, será oficiante de um culto que agrada a Javé (cf. cap.
58). Se há injustiça no país, exige-se conversão; se a injustiça vem de fora
por não de outros, deverão ser enfrentados. Direito e justiça são o fiel da
balança (v. 8b); através deles haverá alegria (v. 7), fidelidade a Deus
(Aliança, v. 8b), bênção e reconhecimento das nações (v. 9): é o ano da graça
de Javé.
62
1-12
A libertação do país (Jerusalém e terra), como se requer no
capítulo anterior para a construção da justiça, é dom de Javé, o parceiro
(noivo) da Aliança (vv. 1-5). As sentinelas da cidade relembram essa fidelidade
e gritam continuamente para o noivo (Javé) venha logo desposar a noiva (Jerusalém) e traga consigo o dote (VV. 6-7):
o grande presente de Deus para um país abençoado dos frutos do trabalho através
da partilha (v.8). A espoliação não deve ser substituída por outro tipo de
opressão. Para que isso não aconteça, é necessário reconhecer que o dono da
terra é Deus; esse reconhecimento explode em louvor. A economia sai do seu
círculo vicioso e não se torna “camisa de força”, mas gratuidade. É o presente
do noivo para a noiva. Todos os povos são convidados a participar desse tipo de
economia que exprime a gratuidade de Deus. Para um país viver na abundância, da
qual todos possam participar, não é preciso espoliar outros países; ao
contrário, os outros são convidados a fazer a mesma coisa: o banquete universal
das núpcias de Deus com o seu povo (VV. 10-12).
63,
7-64,11
Trata-se de uma súplica em quatro partes: meditação
histórica (63,7-14); invocação a Deus Pai (63,15-19a ); pedido por uma
manifestação de Deus (63, 19b-64, 4a ); confissão do pecado (64, 4b-11). Este
salmo data provavelmente dos início dos exílio: diante do sofrimento, o povo
relembra o passado com suas horas tristes e seus momentos de esperança, e
dirige sua súplica a Deus, Pai e protetor de Israel, único que pode libertar
seu filho da miséria. Para o povo, a libertação de uma questão de honra para
Javé: que ele perdoe os filhos humilhados e lhes reavive a esperança.
66
5-24
Os exilados voltaram para a sua terra e as promessas ainda
não se cumpriram. A comunidade se encontra em decadência, porém, os mais fiéis
permanecem confiantes. O profeta confirma a esperança deles com a visão de um
povo novo, que nasce de Jerusalém. A salvação e a paz vão chegar, pois Javé
julga o mundo. De todos os cantos da terra os povos vêm para se reunir com
Israel na adoração ao Deus vivo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário