2
1-3
O julgamento será uma destruição irreversível? Não! diz o profeta. Será um momento grave de chamada à conversão. Aqueles que oprimem e exploram o povo são intimados a se converterem (vv. 1-2). Os pobres, isto é, os que são oprimidos e explorados por uma estrutura baseada na idolatria do dinheiro, colocam sua confiança em Javé. Conforme o profeta, esses pobres são esperança de uma sociedade nova, baseada na fidelidade a Deus, único absoluto. Dessa forma, os pobres se tomam exemplo de conversão para a classe dirigente. Deus, portanto, inverte a situação: os grandes devem aprender com os pequenos poderosos com os fracos e os ricos com os pobres.
3
1-5
Quem traiu a Aliança foi toda a classe dirigente de Jerusalém (chefes, juízes, profetas e sacerdotes). Consequentemente, não há mais justiça, o direito é motivo de gozação, não há respeito pelo próximo. A infidelidade a Javé se manifesta pela decadência moral e social.
6-8
A ruína das nações deveria servir de lição para Jerusalém aprender que Javé julga com severidade as injustiças e opressões. Mas aconteceu justamente o contrário: dentro da cidade santa a corrupção aumentou cada vez mais. Por isso, agora, as nações servirão de instrumento para Javé fazer o julgamento contra Jerusalém.
9-20
Apesar da terrível perspectiva do Dia de Javé, Sofonias anuncia também a esperança: Javé salvará novamente o seu povo, a partir de um "resto" pobre e fiel. O projeto de Deus é sempre para a vida.
9-10
Jugando o seu próprio povo, Javé se torna reconhecido como o Senhor da história. Ao verem isso, as nações pagãs se converterão, serão perdoadas e servirão a Javé como único Deus. Este oráculo universalista é, provavelmente, de origem pós-exílica.
11-13
O centro do projeto de Deus é a aliança com o povo pobre e fiel, germe de uma nova sociedade. Negativamente, ser pobre e fiel significa deixar a soberba e o orgulho, que levam o homem a cultivar a si próprio e a praticar a injustiça e a mentira; positivamente, significa abrir-se para Deus, praticando a justiça e a verdade. O ideal de pobreza, de que fala Sofonias, não é a miséria material, mas a abertura para o projeto de Deus, que traz vida e liberdade para o homem.
14-18a.
Este texto foi acrescentado no pós-exílio. Depois de terem voltado da Babilônia, os judeus iniciaram a reconstrução de Jerusalém. O autor ver nessa obra o perdão dos pecados anteriores e o início de uma nova era para Israel.
18b.-20
O exílio foi para Israel uma punição pelo pecado; punição que o envergonhou perante as outras nações. Javé, porem, o libertará e o reunirá novamente, refazendo a fama do povo.
sábado, 12 de dezembro de 2015
quarta-feira, 9 de dezembro de 2015
Segundo Samuel
1
1-27
Temos aqui uma versão sobre a morte de Saul (cf. 1Sm 31). O respeito de Davi por Saul e sua amizade com Jônatas fazem que as tribos do Norte o aceitem mais rapidamente como o rei (cf. 2Sm 5). A lamentação é provavelmente obra do próprio Davi e se apresenta como um dos mais antigos poemas da Bíblia.
2
1-7
Com a morte de Saul, Davi consegue a realeza sobre a tribo de Judá. Os vv. 5-7 mostram que ele procura, desde o início, ampliar o poder slém das fronteiras de sua própria tribo.
8-32
Torna-se cada vez mais clara a oposição entre as tribos do Norte e a tribo de Judá. Com ela também a medição de forças entre Joab, partidária de Davi, e Abner, partidário da família de Saul. A intenção de Asael é, provavelmente, não perder de vista Abner, para que a tropa que vem atrás possa prendê-lo, desmoralizando o exército inimigo. O episódio mostra uma atitude de bom senso, pois os comodantes notam que se trata de uma luta entre irmãos. (vv. 26-27).
3
1-5
Aqui são nomeados somente os primogênitos de cada uma das esposas. Mais tarde, todos eles irão competir para suceder ao pai.
6-39
O episódio salienta mais uma vez a tática de Davi para conseguir o poder sobre todo o Israel: ele não quer usar a violência e o derramamento de sangue, mas o acordo pacífico.
4
1-12
Isbaal tinha sido feito rei das tribos do Norte (cf. 2,9). Com sua morte, fica aberto para Davi o caminho para unificar todas as tribos e formar uma nação única.
5
1-5
Davi colhe finalmente o fruto maduro de todos os seus esforços: a unificação das tribos sob sua chefia. E isso realizou-se conforme ele desejava: não atravéz da imposição, mas através do consentimento e pedido do povo. Termina aqui o Sistema das Tribos, e Israel começa a ser uma nação com regime monárquico. O pacto é uma espécie de contrato entre o rei e os representantes (anciãos) das tribos, regulando uma troca de deveres e direitos.Parte importante nessa transação é o compromisso mútuo: o povo se compadece a pagar o tributo; e o rei se compromete a defender o povo dos inimigos externos e a organizar a vida da sociedade de acordo com a justiça e o direito.
6-16
A escolha de Jerusalém como capital é um ato estratégico de Davi: tomando uma cidade que ainda não pertencia a Israel, ele evita possíveis ciúmes entre as várias tribos. O texto não fala propriamente de uma conquista. É provável que Davi tenha feito um pacto com a dinastia sacerdotal que governava a cidade: Davi seria o chefe político, e Sadoc, o chefe religioso (cf. 2Sm 8,17 e Gn 14).
17-25
Os filisteus se assustam com o crescente poder de Davi e tentam conservar os território as conquistados. Davi, porém, os encurrala cada vez mais à costa marítima.
6
1-23
A arca era, por excelência, o sacramento da religião das tribos. Colocando-a em Jerusalém, Davi se serve da religião para consolidar politicamente o seu reinado. O episódio dos vv. 6-10, porém, mostra que a religião está acima da política e não pode ser manipulada por ela. Ao mesmo tempo o texto deixa claro que a sacralidade da arca não impede a expressão religiosa popular, em clima de alegria e festa. Deus não deixa se manipular, por estruturas e instituições por melhores que sejam; mas está sempre perto da vida do povo. Participando da religiosidade popular, Davi está se comprometendo a conduzir o povo segundo o projeto de Deus.
7
1-27
Temos aqui uma versão sobre a morte de Saul (cf. 1Sm 31). O respeito de Davi por Saul e sua amizade com Jônatas fazem que as tribos do Norte o aceitem mais rapidamente como o rei (cf. 2Sm 5). A lamentação é provavelmente obra do próprio Davi e se apresenta como um dos mais antigos poemas da Bíblia.
2
1-7
Com a morte de Saul, Davi consegue a realeza sobre a tribo de Judá. Os vv. 5-7 mostram que ele procura, desde o início, ampliar o poder slém das fronteiras de sua própria tribo.
8-32
Torna-se cada vez mais clara a oposição entre as tribos do Norte e a tribo de Judá. Com ela também a medição de forças entre Joab, partidária de Davi, e Abner, partidário da família de Saul. A intenção de Asael é, provavelmente, não perder de vista Abner, para que a tropa que vem atrás possa prendê-lo, desmoralizando o exército inimigo. O episódio mostra uma atitude de bom senso, pois os comodantes notam que se trata de uma luta entre irmãos. (vv. 26-27).
3
1-5
Aqui são nomeados somente os primogênitos de cada uma das esposas. Mais tarde, todos eles irão competir para suceder ao pai.
6-39
O episódio salienta mais uma vez a tática de Davi para conseguir o poder sobre todo o Israel: ele não quer usar a violência e o derramamento de sangue, mas o acordo pacífico.
4
1-12
Isbaal tinha sido feito rei das tribos do Norte (cf. 2,9). Com sua morte, fica aberto para Davi o caminho para unificar todas as tribos e formar uma nação única.
5
1-5
Davi colhe finalmente o fruto maduro de todos os seus esforços: a unificação das tribos sob sua chefia. E isso realizou-se conforme ele desejava: não atravéz da imposição, mas através do consentimento e pedido do povo. Termina aqui o Sistema das Tribos, e Israel começa a ser uma nação com regime monárquico. O pacto é uma espécie de contrato entre o rei e os representantes (anciãos) das tribos, regulando uma troca de deveres e direitos.Parte importante nessa transação é o compromisso mútuo: o povo se compadece a pagar o tributo; e o rei se compromete a defender o povo dos inimigos externos e a organizar a vida da sociedade de acordo com a justiça e o direito.
6-16
A escolha de Jerusalém como capital é um ato estratégico de Davi: tomando uma cidade que ainda não pertencia a Israel, ele evita possíveis ciúmes entre as várias tribos. O texto não fala propriamente de uma conquista. É provável que Davi tenha feito um pacto com a dinastia sacerdotal que governava a cidade: Davi seria o chefe político, e Sadoc, o chefe religioso (cf. 2Sm 8,17 e Gn 14).
17-25
Os filisteus se assustam com o crescente poder de Davi e tentam conservar os território as conquistados. Davi, porém, os encurrala cada vez mais à costa marítima.
6
1-23
A arca era, por excelência, o sacramento da religião das tribos. Colocando-a em Jerusalém, Davi se serve da religião para consolidar politicamente o seu reinado. O episódio dos vv. 6-10, porém, mostra que a religião está acima da política e não pode ser manipulada por ela. Ao mesmo tempo o texto deixa claro que a sacralidade da arca não impede a expressão religiosa popular, em clima de alegria e festa. Deus não deixa se manipular, por estruturas e instituições por melhores que sejam; mas está sempre perto da vida do povo. Participando da religiosidade popular, Davi está se comprometendo a conduzir o povo segundo o projeto de Deus.
7
1-17
Davi quer construir uma casa, isto é,
um templo para Deus. Deus recusa, pois está presente no meio do povo que luta
pela vida e liberdade. Em troca, é Deus quem vai construir uma casa, isto é,
uma dinastia para Davi: o poder político estará sempre na mão de seus
descendentes. O oráculo é sem dúvida um ato político que procura justificar e
preservar o poder dinástico da família de Davi, principalmente o poder de
Salomão. As tribos do Norte, porém, vão logo rebelar-se contra esse verdadeiro
“ato institucional” (cf. 1Rs 12).
Esse texto fundou a concepção
messiânica, elaborada tanto no Antigo como no Novo Testamento. Com o fracasso
da realeza em Judá, o Messias (rei descendente de Davi) torna-se o rei ideal
que libertará o povo e o fará viver conforme a justiça e o direito (cf. Is 11,
1-9 e nota). O Novo Testamento vê a pessoa de Jesus como a realização da
promessa do Messias (Cristo = Ungido = Messias).
18-29
O texto é uma espécie de resposta ao oráculo de Natã (vv. 4-17). Talvez seja originariamente uma oração que os reis costumavam repetir em alguma celebração solene, relembrando o sentido da função política dentro de um povo que foi libertado por Javé.
8
1-14
O resumo das conquistas de Davi mostra que ele cumpriu a primeira parte do contrato: livrar o povo de seus inimigos.
15-18
O outro dever do rei era governar o povo, fazendo-o viver a justiça e o direito. O texto mostra que Davi cumpriu a segunda parte do contrato com o povo. Os vv. 16-18 comprovam a formação inicial de uma burocracia estatal, que se tornará bem mais complexa no tempo de Salomão.
9
1-13
Davi não esquece a amizade que tinha por Jônatas e o compromisso que fizera com ele (1Sm 20, 15-16.42); por isso, leva o único filho sobrevivente do amigo para viver no palácio real.
10
1-19
Com a vitória sobre os amonitas arameus, o reino de Davi atinge sua extensão máxima. Ao mesmo tempo, esse aumento de poder provoca a decadência de Davi, quando ele começa a romper o contrato com o povo.
11
1-27
A função da autoridade é servir ao povo, defendendo-o dos inimigos e fazendo-o viver segundo a justiça e o direito. Ora, Davi trai completamente a sua função de autoridade:não acompanha mais o exército (deixa de defender o povo), torce a justiça e viola o direito, usando o poder para satisfazer seus caprichos pessoais.
O texto deixa claro que o poder é sempre ambíguo e pode tornar-se algo extremamente perigoso. O poder em si não é próprio da humanidade, mas de Deus, e em mãos humanas só se justifica quando entendido como função de serviço, para que o povo tenha liberdade e vida. O poder torna-se totalmente mau, quando usado para satisfazer a interesses pessoais e de grupos privilegiados, à custa do povo.
12
1-15
a parábola contada por Natã força Davi a dar uma sentença contra si próprio. O erro de Davi foi usar o poder em proveito pessoal, e isso desencadeou ambições e competições dentro da sua própria família. Começa então a luta pela sucessão.
15-25
A morte do filho de Davi foi uma condenação do seu pecado. O nascimento de Salomão, desde já chamado "Querido de Javé", é sinal de que Deus não abandonou Davi.
26-31
Com a conquista de Rabá, termina a guerra contra os amonitas. Ao invés da consagração ao extermínio, os despojos são recolhidos e a população dominada é submetida a trabalhos forçados. Com isso começa justamente aquilo que o sistema das tribos queria evitar: o acúmulo de riquezas e a opressão.
13
1-39
Começa a competição pelo poder e a luta pela sucessão. Amnon é o primogênito e, naturalmente, o sucessor de Davi. Absalão certamente não pretendia vingar a honra da irmã, mas servir-se do caso para eliminar o mais forte concorrente ao trono.
14
1-33
Absalão é o terceiro filho de Davi e, como nada se diz de Queleab (2Sm 3,3), é o pretendente mais direto ao trono. Absalão, porém, está afastado de Davi. O estratagema de Joab visa a fazer com que Davi se reconcilie com Absalão, o que acontece em duas etapas: primeiro, Davi aceita o retorno do filho, mas não quer recebê-lo; mais tarde, Davi acolhe Absalão. A história da mulher de Técua é confusa, mas uma coisa é clara: Davi se compromete com juramento a não aplicar a sue filho a pena do "vingador do sangue" (v. 11; cf. nota em Nm 35, 9-24).
15
1-12
Absalão alicia demagogicamente o povo, aproveitando para atacar um ponto importante no contrato entre o rei e o povo. É que a administração da justiça provavelmente se arrastava nos meandros da burocracia. Com isso, Absalão consegue preparar um golpe de estado.
15,13-16,14
Temendo os acontecimentos, Davi foge de Jerusalém e foge para o deserto. Enquanto enfrenta a conspiração dentro de sua casa própria família, encontra fidelidade e apoio fora, inclusive de estrangeiros filisteus. Ao mesmo tempo, prepara um serviço espionagem, para manter-se informado sobre as manobras de Absalão. Em meio à fuga, Davi se defronta com partidários e descendentes de Saul: um ajuda, e outro amaldiçoa. Na situação de conjunto, podem-se perceber as divisões dentro do reino.
16
15-23
Estabelecendo-se em Jerusalém e tomando as concubinas do pai, Absalão assume o comportamento de verdadeiro sucessor. a profecia de Natã vê nisso um castigo pelo pecado de Davi (cf. 2Sm 12,11-12).
17
1-23
Davi e aqueles que o acompanham são salvos de um massacre graças a Cusai, que consegue retardar o ataque, e devido à rede de informações montada por Davi e ao apoio e acolhida de boa parte do povo.
17,24-19,9
Em toda a vida, mesmo depois de rei, Davi não deixou que o poder e a ambição se sobrepusessem a sues sentimentos. Tal proceder, onde a afetividade vence a fria razão política, embora pareça paradoxal, talvez seja um dos motivos que o levou a buscar sempre a reconciliação e a justiça, e que o fez estimado de todo o povo.
19,9-20,22
A volta de Davi não é fácil: durante sua ausência, os grupos tomaram partido, ora a favor, ora contra ele. a intenção do rei é refazer pacificamente a unidade, mas a antiga rivalidade entre as tribos do Norte e a tribo de Judá se reacende e exige que Davi tome atitudes de força para evitar a divisão.
20
23-26
Comparar com 2Sm 8,15-18. A presente lista mostra que a crise foi superada, e o governo de Davi novamente se estabilizou. Nota-se a preponderância de cargos militares, ao lado de uma nova classe social,talvez de grupos dominados, destinada aos trabalhos forçados, isto é, exclusivamente a serviço do estado. Esse novo grupo vai aumentar ainda mais durante o reinado de Salomão.
21-24
Esta sperie de textos foi acrescentada posteriormente, interrompendo a história da sucessão de Davi, que continua em 1Rs 1.
21
1-14
A fonte é vista como castigo de Javé por causa do crime de Saul contra os gabaonitas, que violara o pacto feito em Js 9. É provável que a intensão principal de Davi seja livrar-se dos descendentes de Saul, possíveis rivais. Talvez o lugar mais próprio para este episódio seja antes do capítulo 9.
15-22
Estes episódios, de sabor um tanto folclórico, ficariam melhor depois de 5,17-25, onde se narram as lutas contra os filisteus durante os primeiros anos do reinado de Davi.
22
1-51
Com poucas diferenças, este cântico está reproduzido no Sl 18. Trata-se de uma celebração para agradecer a proteção de Javé e comemorar a vitória sobre os inimigos. Nesse contexto, aparece a primeira função da autoridade: libertar o povo de sues inimigos. Cf. também Sl 18 e nota.
23
1-7
O texto salienta a segunda função da autoridade: fazer que o povo possa viver segundo a justiça e o direito. As autoridades justas são uma bênção para o povo e produzem vida; as autoridades injustas são como espinheiros, e serão rejeitadas e destruídas pelo próprio povo.
8-39
Após a fuga diante de Saul, Davi se tornou o líder de um grupo de descontentes (cf. 1Sm 22,1-5). Mesmo depois de rei, ele manteve seu exército pessoal. aqui são lembrados os nomes de seus soldados principais, com alguns pormenores de caráter épico e popular.
24
1-25
O recenseamento demonstrava ambição: de um lado, permitia o cadastramento da população que contribuía com tributos (exploração econômica); por outro lado, o levantamento dos homens aptos para a guerra (dominação política). As duas coisas não são criticáveis em si; só se rornam más quando a autoridade as absolutiza e nelas coloca sua total confiança. Comparar o v. 1 com 1Cr 21,1: depois do exílio, a tentação é atribuída a Satã, e não a Javé.
A eira comprada por Davi é o local onde Salomão mais tarde vai construir o Templo. a intenção do autor é mostrar Davi como fundador do culto em Jerusalém.
18-29
O texto é uma espécie de resposta ao oráculo de Natã (vv. 4-17). Talvez seja originariamente uma oração que os reis costumavam repetir em alguma celebração solene, relembrando o sentido da função política dentro de um povo que foi libertado por Javé.
8
1-14
O resumo das conquistas de Davi mostra que ele cumpriu a primeira parte do contrato: livrar o povo de seus inimigos.
15-18
O outro dever do rei era governar o povo, fazendo-o viver a justiça e o direito. O texto mostra que Davi cumpriu a segunda parte do contrato com o povo. Os vv. 16-18 comprovam a formação inicial de uma burocracia estatal, que se tornará bem mais complexa no tempo de Salomão.
9
1-13
Davi não esquece a amizade que tinha por Jônatas e o compromisso que fizera com ele (1Sm 20, 15-16.42); por isso, leva o único filho sobrevivente do amigo para viver no palácio real.
10
1-19
Com a vitória sobre os amonitas arameus, o reino de Davi atinge sua extensão máxima. Ao mesmo tempo, esse aumento de poder provoca a decadência de Davi, quando ele começa a romper o contrato com o povo.
11
1-27
A função da autoridade é servir ao povo, defendendo-o dos inimigos e fazendo-o viver segundo a justiça e o direito. Ora, Davi trai completamente a sua função de autoridade:não acompanha mais o exército (deixa de defender o povo), torce a justiça e viola o direito, usando o poder para satisfazer seus caprichos pessoais.
O texto deixa claro que o poder é sempre ambíguo e pode tornar-se algo extremamente perigoso. O poder em si não é próprio da humanidade, mas de Deus, e em mãos humanas só se justifica quando entendido como função de serviço, para que o povo tenha liberdade e vida. O poder torna-se totalmente mau, quando usado para satisfazer a interesses pessoais e de grupos privilegiados, à custa do povo.
12
1-15
a parábola contada por Natã força Davi a dar uma sentença contra si próprio. O erro de Davi foi usar o poder em proveito pessoal, e isso desencadeou ambições e competições dentro da sua própria família. Começa então a luta pela sucessão.
15-25
A morte do filho de Davi foi uma condenação do seu pecado. O nascimento de Salomão, desde já chamado "Querido de Javé", é sinal de que Deus não abandonou Davi.
26-31
Com a conquista de Rabá, termina a guerra contra os amonitas. Ao invés da consagração ao extermínio, os despojos são recolhidos e a população dominada é submetida a trabalhos forçados. Com isso começa justamente aquilo que o sistema das tribos queria evitar: o acúmulo de riquezas e a opressão.
13
1-39
Começa a competição pelo poder e a luta pela sucessão. Amnon é o primogênito e, naturalmente, o sucessor de Davi. Absalão certamente não pretendia vingar a honra da irmã, mas servir-se do caso para eliminar o mais forte concorrente ao trono.
14
1-33
Absalão é o terceiro filho de Davi e, como nada se diz de Queleab (2Sm 3,3), é o pretendente mais direto ao trono. Absalão, porém, está afastado de Davi. O estratagema de Joab visa a fazer com que Davi se reconcilie com Absalão, o que acontece em duas etapas: primeiro, Davi aceita o retorno do filho, mas não quer recebê-lo; mais tarde, Davi acolhe Absalão. A história da mulher de Técua é confusa, mas uma coisa é clara: Davi se compromete com juramento a não aplicar a sue filho a pena do "vingador do sangue" (v. 11; cf. nota em Nm 35, 9-24).
15
1-12
Absalão alicia demagogicamente o povo, aproveitando para atacar um ponto importante no contrato entre o rei e o povo. É que a administração da justiça provavelmente se arrastava nos meandros da burocracia. Com isso, Absalão consegue preparar um golpe de estado.
15,13-16,14
Temendo os acontecimentos, Davi foge de Jerusalém e foge para o deserto. Enquanto enfrenta a conspiração dentro de sua casa própria família, encontra fidelidade e apoio fora, inclusive de estrangeiros filisteus. Ao mesmo tempo, prepara um serviço espionagem, para manter-se informado sobre as manobras de Absalão. Em meio à fuga, Davi se defronta com partidários e descendentes de Saul: um ajuda, e outro amaldiçoa. Na situação de conjunto, podem-se perceber as divisões dentro do reino.
16
15-23
Estabelecendo-se em Jerusalém e tomando as concubinas do pai, Absalão assume o comportamento de verdadeiro sucessor. a profecia de Natã vê nisso um castigo pelo pecado de Davi (cf. 2Sm 12,11-12).
17
1-23
Davi e aqueles que o acompanham são salvos de um massacre graças a Cusai, que consegue retardar o ataque, e devido à rede de informações montada por Davi e ao apoio e acolhida de boa parte do povo.
17,24-19,9
Em toda a vida, mesmo depois de rei, Davi não deixou que o poder e a ambição se sobrepusessem a sues sentimentos. Tal proceder, onde a afetividade vence a fria razão política, embora pareça paradoxal, talvez seja um dos motivos que o levou a buscar sempre a reconciliação e a justiça, e que o fez estimado de todo o povo.
19,9-20,22
A volta de Davi não é fácil: durante sua ausência, os grupos tomaram partido, ora a favor, ora contra ele. a intenção do rei é refazer pacificamente a unidade, mas a antiga rivalidade entre as tribos do Norte e a tribo de Judá se reacende e exige que Davi tome atitudes de força para evitar a divisão.
20
23-26
Comparar com 2Sm 8,15-18. A presente lista mostra que a crise foi superada, e o governo de Davi novamente se estabilizou. Nota-se a preponderância de cargos militares, ao lado de uma nova classe social,talvez de grupos dominados, destinada aos trabalhos forçados, isto é, exclusivamente a serviço do estado. Esse novo grupo vai aumentar ainda mais durante o reinado de Salomão.
21-24
Esta sperie de textos foi acrescentada posteriormente, interrompendo a história da sucessão de Davi, que continua em 1Rs 1.
21
1-14
A fonte é vista como castigo de Javé por causa do crime de Saul contra os gabaonitas, que violara o pacto feito em Js 9. É provável que a intensão principal de Davi seja livrar-se dos descendentes de Saul, possíveis rivais. Talvez o lugar mais próprio para este episódio seja antes do capítulo 9.
15-22
Estes episódios, de sabor um tanto folclórico, ficariam melhor depois de 5,17-25, onde se narram as lutas contra os filisteus durante os primeiros anos do reinado de Davi.
22
1-51
Com poucas diferenças, este cântico está reproduzido no Sl 18. Trata-se de uma celebração para agradecer a proteção de Javé e comemorar a vitória sobre os inimigos. Nesse contexto, aparece a primeira função da autoridade: libertar o povo de sues inimigos. Cf. também Sl 18 e nota.
23
1-7
O texto salienta a segunda função da autoridade: fazer que o povo possa viver segundo a justiça e o direito. As autoridades justas são uma bênção para o povo e produzem vida; as autoridades injustas são como espinheiros, e serão rejeitadas e destruídas pelo próprio povo.
8-39
Após a fuga diante de Saul, Davi se tornou o líder de um grupo de descontentes (cf. 1Sm 22,1-5). Mesmo depois de rei, ele manteve seu exército pessoal. aqui são lembrados os nomes de seus soldados principais, com alguns pormenores de caráter épico e popular.
24
1-25
O recenseamento demonstrava ambição: de um lado, permitia o cadastramento da população que contribuía com tributos (exploração econômica); por outro lado, o levantamento dos homens aptos para a guerra (dominação política). As duas coisas não são criticáveis em si; só se rornam más quando a autoridade as absolutiza e nelas coloca sua total confiança. Comparar o v. 1 com 1Cr 21,1: depois do exílio, a tentação é atribuída a Satã, e não a Javé.
A eira comprada por Davi é o local onde Salomão mais tarde vai construir o Templo. a intenção do autor é mostrar Davi como fundador do culto em Jerusalém.
Segundo Reis
1
1-18
Elias não é profeta de corte, a serviço da autoridade, mas porta-voz de Javé. Por isso não obedece às ordens do rei, pois seu único Senhor é Javé. Baal-Zebub significa "senhor das moscas"; é um nome depreciativo que deu origem à forma de Belzebu. Elias não teme essa divindade, que é considerada "chefe dos demônios" no Novo Testamento (cf. Mc 3,20-30). ,
2
1-18
O fim de Elias é misterioso: ele não morre; arrebatado por Deus. Com ele começa em Israel a profecia clássica, e seu arrebatamento mostra que o espírito profético não morre. Assim como Elizeu recebe o espírito de Elias, sempre haverá no meio do povo de Deus, em todos os tempos, pessoas que obedecem unicamente a Deus e enfrentam sem medo os ídolos e seus perseguidores, sejam eles sacerdotes, reis ou gente poderosa. Se deixarem de existir, reinará o silêncio desorientador, o silêncio do próprio Deus.
19-22
A primeira ação de Eliseu é parecida com a do seu mestre Elias: trazer vida para o povo. A água que matava a vida na raiz, agora se transforma em água potável, que refaz as forças.
23-25
Essa historinha, provavelmente inventada, quer incultar nas crianças que o profeta deve ser respeitado no meio do povo.
3
1-27
O profeta de Javé é respeitado além das fronteiras. ele age não só trazendo vida no cotidiano do povo, mas também tomando posição nas grandes decisões que tocam as relações internacionais.
4
1-18
Elias não é profeta de corte, a serviço da autoridade, mas porta-voz de Javé. Por isso não obedece às ordens do rei, pois seu único Senhor é Javé. Baal-Zebub significa "senhor das moscas"; é um nome depreciativo que deu origem à forma de Belzebu. Elias não teme essa divindade, que é considerada "chefe dos demônios" no Novo Testamento (cf. Mc 3,20-30). ,
2
1-18
O fim de Elias é misterioso: ele não morre; arrebatado por Deus. Com ele começa em Israel a profecia clássica, e seu arrebatamento mostra que o espírito profético não morre. Assim como Elizeu recebe o espírito de Elias, sempre haverá no meio do povo de Deus, em todos os tempos, pessoas que obedecem unicamente a Deus e enfrentam sem medo os ídolos e seus perseguidores, sejam eles sacerdotes, reis ou gente poderosa. Se deixarem de existir, reinará o silêncio desorientador, o silêncio do próprio Deus.
19-22
A primeira ação de Eliseu é parecida com a do seu mestre Elias: trazer vida para o povo. A água que matava a vida na raiz, agora se transforma em água potável, que refaz as forças.
23-25
Essa historinha, provavelmente inventada, quer incultar nas crianças que o profeta deve ser respeitado no meio do povo.
3
1-27
O profeta de Javé é respeitado além das fronteiras. ele age não só trazendo vida no cotidiano do povo, mas também tomando posição nas grandes decisões que tocam as relações internacionais.
4
1-7
Tal como essa viúva, muitíssimos pobres, para sobreviver têm que se submeter a dívidas e à exploração no trabalho. A ação profética ensina os pobres a se organizar para se libertarem de tais situações. A libertação, porém, não é dom paternalista: ela se realiza a partir do que os pobres têm e do seu esforço em conjunto.
8-37
A mulher era rica, mas fazia questão de viver no meio do povo simples, sem pretensão nenhuma de participar da alta sociedade. Além do mais sua atenção para Eliseu, que defendia os pobres, e o fato de não se ligar aos poderosos, mostram que ela não estava comprometida com o sistema opressor. por isso, Deus faz a vida renascer para ela. O profeta, mais uma vez, é o portador da vida;.
38-41
Mais do que um milagre, o texto mostra a habilidade de Elizeu em eliminar os efeitos nocivos de uma planta. Trata-se aqui da coloquíntida, fruta amarga de violento efeito purgativo.
42-44
Tal como essa viúva, muitíssimos pobres, para sobreviver têm que se submeter a dívidas e à exploração no trabalho. A ação profética ensina os pobres a se organizar para se libertarem de tais situações. A libertação, porém, não é dom paternalista: ela se realiza a partir do que os pobres têm e do seu esforço em conjunto.
8-37
A mulher era rica, mas fazia questão de viver no meio do povo simples, sem pretensão nenhuma de participar da alta sociedade. Além do mais sua atenção para Eliseu, que defendia os pobres, e o fato de não se ligar aos poderosos, mostram que ela não estava comprometida com o sistema opressor. por isso, Deus faz a vida renascer para ela. O profeta, mais uma vez, é o portador da vida;.
38-41
Mais do que um milagre, o texto mostra a habilidade de Elizeu em eliminar os efeitos nocivos de uma planta. Trata-se aqui da coloquíntida, fruta amarga de violento efeito purgativo.
42-44
Eliseu recebe um presente e o distribui a comunidade. Desse
modo, ensina que, havendo partilha, todos podem ficar satisfeitos, e ainda ter
de sobra. Cf. Mc 6,30-44 e nota.
5
1-27
O único Deus que pode curar é Javé, e ele está ligado a um
povo, a uma terra e a um projeto. A terra de Israel é sagrada, porque é a terra
que Javé deu a seu povo, para realizar aí o projeto de vida. O Profeta realiza
sinais que mostram a presença de Deus no meio do seu povo, o qual sofre as
consequências de um sistema que causa mais opressão do que libertação. Uma das
moças, escrava no estrangeiro, é capaz de ver esse Deus ultrapassando as
fronteiras para curar e dar vida, enquanto o próprio rei de Israel desconhece o
fato. Ao ser curado, o estrangeiro aprende que a vida é dom de Deus, e não
objeto de troca. Por isso, reconhece que o único Deus é Javé. Giezi, que vive
ao lado do profeta, não compreende essa gratuidade e procura tirar proveito
para enriquecer-se, ganhando com isso a própria ruína.
6
1-7
O texto deixa claro que os profetas levam vida de pobre, sem maiores recursos (casa pequena, machado emprestado). E é através dessa pobreza que Javé se manifesta, trazendo a vida.
8-23
O texto mostra que o profeta está profundamente inscrito na vida política do seu povo, inclusive em questões de espionagem internacional. Além disso, ele sabe criar estratégias e tomar decisões diplomáticas, para evitar conflitos maiores.
6,24-7,20
Na situação desesperadora, a angústia leva as pessoas a atitudes selvagens, como essa mãe que devora o próprio filho. Nesse momento, o profeta reabre o caminho da esperança, mostrando caminhos de vida. E a libertação vem justamente daqueles que nada mais têm a perder. É a partir dos marginalizados, isto é, daqueles que nada mais podem esperar do "status quo", que se organiza o movimento para encontrar alguma saída. Surge então a novidade de Deus. A solução encontrada, porém, não será a libertação que Deus quer, se a vida não for repartida com todo o povo.
8
1-6
A história da sunamita foi narrada em 4,8-37. O episódio mostra como as histórias dos profetas eram transmitidas, e como influenciavam nas decisões da justiça.
7-15
Mostrando que o rei de Aram vai morrer, mas não dessa doença, Elizeu faz ver que o profeta é capaz de discernir as intrigas de quem anda em busca do poder.
16-24
É o tempo de decadência em Judá. O fato se torna claro pela independência que os reinos vassalos vão conquistando. A esposa de Jorão é Atalia, e sua história é apresentada em 2Rs 11.
25-29
A política de aliança entre os dois reinos continua. O texto funciona como introdução aos capítulos seguintes.
9
1-13
Dependendo das circunstâncias, a ação profética influi e até interfere na política de forma direta e decisiva. É o que se verifica, principalmente em situações onde o povo é oprimido por um governo injusto, que se mantém por muito tempo no poder. Nesse momento, e em nome de Deus, o profeta provoca uma corrente contrária, chegando até mesmo a apontar um novo líder. Cf. 1Rs 19,16.
14-37
Elias tinha previsto o fim trágico da família de Acab. Escolhido pelo círculo profético e apoiado pelo povo, Jeú começa a fazer justiça, matando os eis Jorão e Ocozias, bem como Jezabel, que tinha influência na política dos dois reinos. Desse modo, Jeú se apresenta como instrumento de vingança de um povo que foi longamente oprimido por uma família tirânica.
10
1-36
O banho de sangue continua. Jeú procura exterminar todos os que estão ligados à família de acab e ao culto de Baal. Javé quer acabar com todo tipo de idolatria e opressão. Cabe aos homens a difícil tarefa de escolher os meios para realizar as vontade divina.
11
1-20
Atalia era filha de Jezabel e tinha reinado, com Jorão, sobre Judá. Ela pretendia acabar com todos os descendentes de Davi. A astúcia de outra mulher, a oposição de sacerdotes, da guarda do Templo e do palácio e a revolta do povo, frustraram os planos dela. O documento da aliança (v. 12). (v. 12) é o contrato que traz os deveres e direitos do rei e do povo.
12
1-22
Joás faz de tudo para restaurar o Templo, que era importante para preservar a dinastia de Davi. Entretanto, exposto às lutas internas e ataques externos, Joás acaba sendo vítima de uma conspiração. O cofre no Templo, colocado por Joás, era para evitar desvio de verbas. Esse uso acontece em nossas igrejas ainda hoje.
13
1-9
Retoma-se o esquema da história apresentado pelo autor deuteronomista (cf. nota em Jz 2,6-3,6). O novo libertador é provavelmente Jeroboão II (veja 14,23-29).
10-13
A expressão do v. 11, que aparece em todos os reis de Israel, provavelmente indica a separação entre este e o Reino de Judá.
14-25
A morte de Eliseu não marca o fim do profetismo. Pelo contrário, Elias e Eliseu iniciaram o movimento profético, que influenciará por séculos a vida política, social e religiosa de Israel. O ato simbólico realizado por Joás (vv. 16-19) se realiza concretamente logo a seguir (v. 25).
14
1-22
Amasias teve reinado glorioso, porém a sua ambição o levou a uma guerra desastrosa contra Israel. Terminou a vida tragicamente, vitimado por uma conspiração. O v. 6 mostra um grande progresso na legislação: estabelecendo que a punição não deve atingir parentes, evita a vingança desmedida e a má fama que alguém carrega pela culpa de algum parente (cf. nota em Dt 24,16).
23-29
Durante o governo de Jeroboão II, Israel conhece grande desenvolvimento econômico, acompanhado pela aceleração das desigualdades sociais, denunciadas pelo profeta Amós. Nesse mesmo tempo os levitas realizam a catequese que irá formar o núcleo central do Deuteronômio (Dt 12-28).
15
1-7
Na Bíblia, este rei é chamado também de Azarias. Reino até o ano 740a.C., quando o profeta Isaías começou a exercer sua atividade.
8-12
A partir do rei Zacarias começa em Israel uma série de golpes de estado que provocarão a anarquia política no país. É durante esse período que Oséias exerce sua atividade profética.
13-16
O costume de rasgar o ventre das mulheres grávidas era a condenação até mesmo pelo direito internacional (cf. Am 1,13).
17-22
Pul é Teglat-Falasar III, rei da Assíria, que estende o seu poder cada vez mais. Por enquanto ele se satisfaz com o tributo, mas o Rei do Norte não escapará mais do domínio assírio.
23-26
Facéias era protegido da Assíria, mas Facéia se aproveita da preocupação da Assíria com outras regiões para matar o rei e usurpar o poder. É provável que o oficial Facéia pertencesse a um partido antiassírio.
27-31
Facéia se uniu ao rei de Aram numa tentativa de conter o avanço assírio, que já estava tomando os territórios pertencentes aos dois reinos.
32-38
Joatão foi convidado a participar da coalizão contra a Assíria, mas preferiu manter posição neutra, o que lhe valeu a hostilidade dos reis Rason e Facéia.
16
1-20
Acaz também se recusou a participar d coalizão contra a Assíria, formada pelos reinos de Israel e Aram, que tentam invadir o reino de Judá. Por isso, Acaz pede ajuda à Assíria, entregando-se como vassalo. Cf. Is 7,1-17 e nota.
17
1-6
Em 722a.C., o Reino do Norte é tomado pela Assíria e deixa definitivamente de existir.
7-23
O autor faz reflexões sobre a ruína de Israel, o Reino do Norte. O grande erro foi abandonar o projeto de Javé, o Deus libertador, para servir aos ídolos e viver como as outras nações. Desse modo, Israel perdeu a própria identidade, e a consequência foi perder também a sua terra. Outra grande lição da história: o povo dividido torna-se fraco e incapaz de resistir ao inimigo.
24-41
A mistura de israelitas do Norte com gente de outras nações formou o grupo dos samaritanos, que serão sempre mal vistos e rejeitados pelos israelitas do Sul. Ensinando uma nova forma de relacionamento humano e de adoração a Deus, Jesus quebrará essa "maldição" que os judaítas cair sobre os samaritanos (cf. Lc 10,25-37; Jo 4 e notas).
18
1-8
Ezequias é elogiado porque, no seu tempo, foi feita uma tentativa de reforma político-religiosa, que procurava reunir todo o povo em torno de um só Deus e de um só rei.
9-12
Cf. nota em 17,1-6.
13-16
A reforma iniciada por Ezequiel foi interrompida por uma violenta invasão dos assírios, que conquistaram muitas cidades e recomeçaram a cobrar tributo de Judá.
18,17-19,37
Cf. notas em Is 36-37.
20
1-11
Cf. nota em Is 39,1-8.
12-21
Cf. nota em Is 39,1-8.
21
1-18
O longo reinado de Manassés significou, para o povo, opressão externa da Assíria e interna por parte da corte de Jerusalém. Foi uma volta ao paganismo, principalmente. através do culto aos astros. Quem mais sofreu, durante esse período, foi a população camponesa, explorada pelos ricos da cidade. a voz dos profetas impedida de comunicar a vontade de Javé. A tradição que o profeta Isaías foi morto durante o reinado de Manassés. Quando um poder tirânico de Manassés. Quando um poder tirânico se instala, ele procura cortar pela raiz toda crítica, para assim alienar o povo, fazendo que ele aceite passivamente a ideologia opressora.
19-26
A conspiração de oficiais, talvez pertencentes ao partido antiassírio, deu margem para que surgisse uma nova força política em Judá: o partido camponês. Colocaram o menino Josias no trono, dando continuidade à dinastia de Davi, porém estabelecendo um regime voltado para os moldes javistas de sociedade. Foi provavelmente esse partido camponês que assumiu a regência durante a minoridade de Josias.
O Livro da lei é certamente o núcleo legislativo do Deuteronômio (Dt 12-26). Esse livro, nascido em meio às tribos do Norte, certamente já fora utilizado de Ezequias, que foi bruscamente interrompida com a invasão de Senaquerib (701 a.C.). Perdido ou esquecido no Templo, o livro é redescoberto e servirá de estímulo radical para a reforma de Josias.
22
1-10
O tempo de Josias é marcado por um clima de reforma político-religiosa. Aproveitando-se da instabilidade assíria, Josias retoma os ideais de Ezequias, procurando refazer o antigo império de Israel, com todas as tribos reunidas sob um único chefe.
O Livro da lei é certamente o núcleo legislativo do Deuteronômio (Dt 12-26). Esse livro, nascido em meio às tribos do Norte, certamente já fora utilizado de Ezequias, que foi bruscamente interrompida com a invasão de Senaquerib (701 a.C.). Perdido ou esquecido no Templo, o livro é redescoberto e servirá de estímulo radical para a reforma de Josias.
11-20
Josias certamente imagina utilizar o livro como razão a mais para a centralização político-religiosa. Contudo, era necessário verificar a autenticidade do livro. A profetisa Hulda não só responde afirmadamente, como também mostra que as maldições contidas no livro se realizarão de modo inevitável.
23
1-3
O Deuteronômio, aqui chamado Livro da Aliança, é solenemente proclamando e acolhido. De catequese dos levitas ele se transforma agora em Lei de Estado.
4-14
Influenciado pelo Deuteronômio, Josias procura, começando pela tribo de Judá, refontizar a identidade javista do povo, a fim de o libertar das influências religiosas e culturais de povos estrangeiros (cananeus, assírios, fenícios, egípcios, moabitas, amonitas). Não se trata de recusar o valor dos estrangeiros, mas de possibilitar o florescimento dos valores nativos, frequentemente abafados e até mesmo destruídos por influências estrangeiras.
15-20
A reforma atinge as tribos do Norte, outrora Reino de Israel, e é muito mais implacável, porque pretende destruir tudo o que poderia impedir a unificação do povo. O episódio do túmulo do profeta se refere a 1Rs 13.
21-23
Sobre a festa da Páscoa, cf. Dt 16,1-8. Desse modo, Josias recupera uma importante tradição do povo camponês, ligada à libertação e ao ideal de uma sociedade livre e fraterna.
24-30
Josias é o único rei que recebe elogio incondicional do autor bíblico, porque procurou eliminar a opressão e corrupção, e reunificar o povo em torno do projeto de Javé (cf. Jr 22,15-16).
31-35
Com a morte de Josias, a reforma política e religiosa é completamente interrompida: por breve espaço de tempo, o país fica sob o domínio do Egito. Como sempre, a maior vítima é o povo, que deve pagar tributos ao dominador.
23,36-24,7
Muda a política internacional: o império da Babilônia se apodera do Oriente Médio, e o reino de Judá se torna vassalo dos babilônicos. A tentativa de reforma prepara a fulminante ruína de Judá.Sobre o comportamento de Joaquim, cf. também Jr 22,13-19.
6
1-7
O texto deixa claro que os profetas levam vida de pobre, sem maiores recursos (casa pequena, machado emprestado). E é através dessa pobreza que Javé se manifesta, trazendo a vida.
8-23
O texto mostra que o profeta está profundamente inscrito na vida política do seu povo, inclusive em questões de espionagem internacional. Além disso, ele sabe criar estratégias e tomar decisões diplomáticas, para evitar conflitos maiores.
6,24-7,20
Na situação desesperadora, a angústia leva as pessoas a atitudes selvagens, como essa mãe que devora o próprio filho. Nesse momento, o profeta reabre o caminho da esperança, mostrando caminhos de vida. E a libertação vem justamente daqueles que nada mais têm a perder. É a partir dos marginalizados, isto é, daqueles que nada mais podem esperar do "status quo", que se organiza o movimento para encontrar alguma saída. Surge então a novidade de Deus. A solução encontrada, porém, não será a libertação que Deus quer, se a vida não for repartida com todo o povo.
8
1-6
A história da sunamita foi narrada em 4,8-37. O episódio mostra como as histórias dos profetas eram transmitidas, e como influenciavam nas decisões da justiça.
7-15
Mostrando que o rei de Aram vai morrer, mas não dessa doença, Elizeu faz ver que o profeta é capaz de discernir as intrigas de quem anda em busca do poder.
16-24
É o tempo de decadência em Judá. O fato se torna claro pela independência que os reinos vassalos vão conquistando. A esposa de Jorão é Atalia, e sua história é apresentada em 2Rs 11.
25-29
A política de aliança entre os dois reinos continua. O texto funciona como introdução aos capítulos seguintes.
9
1-13
Dependendo das circunstâncias, a ação profética influi e até interfere na política de forma direta e decisiva. É o que se verifica, principalmente em situações onde o povo é oprimido por um governo injusto, que se mantém por muito tempo no poder. Nesse momento, e em nome de Deus, o profeta provoca uma corrente contrária, chegando até mesmo a apontar um novo líder. Cf. 1Rs 19,16.
14-37
Elias tinha previsto o fim trágico da família de Acab. Escolhido pelo círculo profético e apoiado pelo povo, Jeú começa a fazer justiça, matando os eis Jorão e Ocozias, bem como Jezabel, que tinha influência na política dos dois reinos. Desse modo, Jeú se apresenta como instrumento de vingança de um povo que foi longamente oprimido por uma família tirânica.
10
1-36
O banho de sangue continua. Jeú procura exterminar todos os que estão ligados à família de acab e ao culto de Baal. Javé quer acabar com todo tipo de idolatria e opressão. Cabe aos homens a difícil tarefa de escolher os meios para realizar as vontade divina.
11
1-20
Atalia era filha de Jezabel e tinha reinado, com Jorão, sobre Judá. Ela pretendia acabar com todos os descendentes de Davi. A astúcia de outra mulher, a oposição de sacerdotes, da guarda do Templo e do palácio e a revolta do povo, frustraram os planos dela. O documento da aliança (v. 12). (v. 12) é o contrato que traz os deveres e direitos do rei e do povo.
12
1-22
Joás faz de tudo para restaurar o Templo, que era importante para preservar a dinastia de Davi. Entretanto, exposto às lutas internas e ataques externos, Joás acaba sendo vítima de uma conspiração. O cofre no Templo, colocado por Joás, era para evitar desvio de verbas. Esse uso acontece em nossas igrejas ainda hoje.
13
1-9
Retoma-se o esquema da história apresentado pelo autor deuteronomista (cf. nota em Jz 2,6-3,6). O novo libertador é provavelmente Jeroboão II (veja 14,23-29).
10-13
A expressão do v. 11, que aparece em todos os reis de Israel, provavelmente indica a separação entre este e o Reino de Judá.
14-25
A morte de Eliseu não marca o fim do profetismo. Pelo contrário, Elias e Eliseu iniciaram o movimento profético, que influenciará por séculos a vida política, social e religiosa de Israel. O ato simbólico realizado por Joás (vv. 16-19) se realiza concretamente logo a seguir (v. 25).
14
1-22
Amasias teve reinado glorioso, porém a sua ambição o levou a uma guerra desastrosa contra Israel. Terminou a vida tragicamente, vitimado por uma conspiração. O v. 6 mostra um grande progresso na legislação: estabelecendo que a punição não deve atingir parentes, evita a vingança desmedida e a má fama que alguém carrega pela culpa de algum parente (cf. nota em Dt 24,16).
23-29
Durante o governo de Jeroboão II, Israel conhece grande desenvolvimento econômico, acompanhado pela aceleração das desigualdades sociais, denunciadas pelo profeta Amós. Nesse mesmo tempo os levitas realizam a catequese que irá formar o núcleo central do Deuteronômio (Dt 12-28).
15
1-7
Na Bíblia, este rei é chamado também de Azarias. Reino até o ano 740a.C., quando o profeta Isaías começou a exercer sua atividade.
8-12
A partir do rei Zacarias começa em Israel uma série de golpes de estado que provocarão a anarquia política no país. É durante esse período que Oséias exerce sua atividade profética.
13-16
O costume de rasgar o ventre das mulheres grávidas era a condenação até mesmo pelo direito internacional (cf. Am 1,13).
17-22
Pul é Teglat-Falasar III, rei da Assíria, que estende o seu poder cada vez mais. Por enquanto ele se satisfaz com o tributo, mas o Rei do Norte não escapará mais do domínio assírio.
23-26
Facéias era protegido da Assíria, mas Facéia se aproveita da preocupação da Assíria com outras regiões para matar o rei e usurpar o poder. É provável que o oficial Facéia pertencesse a um partido antiassírio.
27-31
Facéia se uniu ao rei de Aram numa tentativa de conter o avanço assírio, que já estava tomando os territórios pertencentes aos dois reinos.
32-38
Joatão foi convidado a participar da coalizão contra a Assíria, mas preferiu manter posição neutra, o que lhe valeu a hostilidade dos reis Rason e Facéia.
16
1-20
Acaz também se recusou a participar d coalizão contra a Assíria, formada pelos reinos de Israel e Aram, que tentam invadir o reino de Judá. Por isso, Acaz pede ajuda à Assíria, entregando-se como vassalo. Cf. Is 7,1-17 e nota.
17
1-6
Em 722a.C., o Reino do Norte é tomado pela Assíria e deixa definitivamente de existir.
7-23
O autor faz reflexões sobre a ruína de Israel, o Reino do Norte. O grande erro foi abandonar o projeto de Javé, o Deus libertador, para servir aos ídolos e viver como as outras nações. Desse modo, Israel perdeu a própria identidade, e a consequência foi perder também a sua terra. Outra grande lição da história: o povo dividido torna-se fraco e incapaz de resistir ao inimigo.
24-41
A mistura de israelitas do Norte com gente de outras nações formou o grupo dos samaritanos, que serão sempre mal vistos e rejeitados pelos israelitas do Sul. Ensinando uma nova forma de relacionamento humano e de adoração a Deus, Jesus quebrará essa "maldição" que os judaítas cair sobre os samaritanos (cf. Lc 10,25-37; Jo 4 e notas).
18
1-8
Ezequias é elogiado porque, no seu tempo, foi feita uma tentativa de reforma político-religiosa, que procurava reunir todo o povo em torno de um só Deus e de um só rei.
9-12
Cf. nota em 17,1-6.
13-16
A reforma iniciada por Ezequiel foi interrompida por uma violenta invasão dos assírios, que conquistaram muitas cidades e recomeçaram a cobrar tributo de Judá.
18,17-19,37
Cf. notas em Is 36-37.
20
1-11
Cf. nota em Is 39,1-8.
12-21
Cf. nota em Is 39,1-8.
21
1-18
O longo reinado de Manassés significou, para o povo, opressão externa da Assíria e interna por parte da corte de Jerusalém. Foi uma volta ao paganismo, principalmente. através do culto aos astros. Quem mais sofreu, durante esse período, foi a população camponesa, explorada pelos ricos da cidade. a voz dos profetas impedida de comunicar a vontade de Javé. A tradição que o profeta Isaías foi morto durante o reinado de Manassés. Quando um poder tirânico de Manassés. Quando um poder tirânico se instala, ele procura cortar pela raiz toda crítica, para assim alienar o povo, fazendo que ele aceite passivamente a ideologia opressora.
19-26
A conspiração de oficiais, talvez pertencentes ao partido antiassírio, deu margem para que surgisse uma nova força política em Judá: o partido camponês. Colocaram o menino Josias no trono, dando continuidade à dinastia de Davi, porém estabelecendo um regime voltado para os moldes javistas de sociedade. Foi provavelmente esse partido camponês que assumiu a regência durante a minoridade de Josias.
O Livro da lei é certamente o núcleo legislativo do Deuteronômio (Dt 12-26). Esse livro, nascido em meio às tribos do Norte, certamente já fora utilizado de Ezequias, que foi bruscamente interrompida com a invasão de Senaquerib (701 a.C.). Perdido ou esquecido no Templo, o livro é redescoberto e servirá de estímulo radical para a reforma de Josias.
22
1-10
O tempo de Josias é marcado por um clima de reforma político-religiosa. Aproveitando-se da instabilidade assíria, Josias retoma os ideais de Ezequias, procurando refazer o antigo império de Israel, com todas as tribos reunidas sob um único chefe.
O Livro da lei é certamente o núcleo legislativo do Deuteronômio (Dt 12-26). Esse livro, nascido em meio às tribos do Norte, certamente já fora utilizado de Ezequias, que foi bruscamente interrompida com a invasão de Senaquerib (701 a.C.). Perdido ou esquecido no Templo, o livro é redescoberto e servirá de estímulo radical para a reforma de Josias.
11-20
Josias certamente imagina utilizar o livro como razão a mais para a centralização político-religiosa. Contudo, era necessário verificar a autenticidade do livro. A profetisa Hulda não só responde afirmadamente, como também mostra que as maldições contidas no livro se realizarão de modo inevitável.
23
1-3
O Deuteronômio, aqui chamado Livro da Aliança, é solenemente proclamando e acolhido. De catequese dos levitas ele se transforma agora em Lei de Estado.
4-14
Influenciado pelo Deuteronômio, Josias procura, começando pela tribo de Judá, refontizar a identidade javista do povo, a fim de o libertar das influências religiosas e culturais de povos estrangeiros (cananeus, assírios, fenícios, egípcios, moabitas, amonitas). Não se trata de recusar o valor dos estrangeiros, mas de possibilitar o florescimento dos valores nativos, frequentemente abafados e até mesmo destruídos por influências estrangeiras.
15-20
A reforma atinge as tribos do Norte, outrora Reino de Israel, e é muito mais implacável, porque pretende destruir tudo o que poderia impedir a unificação do povo. O episódio do túmulo do profeta se refere a 1Rs 13.
21-23
Sobre a festa da Páscoa, cf. Dt 16,1-8. Desse modo, Josias recupera uma importante tradição do povo camponês, ligada à libertação e ao ideal de uma sociedade livre e fraterna.
24-30
Josias é o único rei que recebe elogio incondicional do autor bíblico, porque procurou eliminar a opressão e corrupção, e reunificar o povo em torno do projeto de Javé (cf. Jr 22,15-16).
31-35
Com a morte de Josias, a reforma política e religiosa é completamente interrompida: por breve espaço de tempo, o país fica sob o domínio do Egito. Como sempre, a maior vítima é o povo, que deve pagar tributos ao dominador.
23,36-24,7
Muda a política internacional: o império da Babilônia se apodera do Oriente Médio, e o reino de Judá se torna vassalo dos babilônicos. A tentativa de reforma prepara a fulminante ruína de Judá.Sobre o comportamento de Joaquim, cf. também Jr 22,13-19.
24
8-17
No reinado de Jeconias, acontece o primeiro exílio da comunidade de Judá (597 a.C.). Note-se quem era levado para o exílio: a classe governante, os militares, os donos dos meios de produção e os intelectuais. O povo pobre permanecia na terra para trabalhar e pagar tributos ao dominador. O exílio, portanto, era a maneira drástica de desarticular um povo, impedindo-o de se organizar novamente.
24,18-25,7
8-17
No reinado de Jeconias, acontece o primeiro exílio da comunidade de Judá (597 a.C.). Note-se quem era levado para o exílio: a classe governante, os militares, os donos dos meios de produção e os intelectuais. O povo pobre permanecia na terra para trabalhar e pagar tributos ao dominador. O exílio, portanto, era a maneira drástica de desarticular um povo, impedindo-o de se organizar novamente.
24,18-25,7
Levando para sua falta de tato, Sedecias segue o conselho de
seus oficiais e se opõe ao domínio dos babilônios. As Consequências são
desastrosas e, na última hora, o rei e o exército abandonam Jerusalém, deixando
a população entregue ao inimigo. O livro de Jeremias mostra como ele tentou, de
todos os modos, refrear a política suicida de Sedecias. (cf. Jr 37-39).
25
8-21
É o segundo exílio (586 a.C.). Dessa vez, a deportação é maior e o saque é completo. Só fica no país o povo pobre, para servir de mão-de-obra barata ao dominador.
22-26
Um grupo de oficiais tenta ainda uma última cartada, matando o governador Godolias, nomeado por Nabucodonosor. Sobre o que Jeremias pensa dessa atitude, cf. Jr 40-42.
27-30
A história dos reis termina com leve fio de esperança: os privilégios concedidos a Jeconias prenunciam o ressurgimento do povo. Este último acontecimento se situa em 561 a.C.
25
8-21
É o segundo exílio (586 a.C.). Dessa vez, a deportação é maior e o saque é completo. Só fica no país o povo pobre, para servir de mão-de-obra barata ao dominador.
22-26
Um grupo de oficiais tenta ainda uma última cartada, matando o governador Godolias, nomeado por Nabucodonosor. Sobre o que Jeremias pensa dessa atitude, cf. Jr 40-42.
27-30
A história dos reis termina com leve fio de esperança: os privilégios concedidos a Jeconias prenunciam o ressurgimento do povo. Este último acontecimento se situa em 561 a.C.
Segundo Pedro
3
1-10
Duas
gerações de cristãos haviam esperado a vinda eminente de Jesus, e isso os
ajudava a serem mais comprometidos na própria fé. Diante da demora os falsos
mestres semeiam a dúvida, dizendo que tudo continua como antes. A isso o autor
responde, mostrando que Deus não mede o tempo como nós; e, de outro lado, que o
tempo se torna longo para ser como sinal de que Deus está dando a todos
oportunidade de conversão. Quanto ao fim do mundo, ninguém sabe quando
acontecerá. É preciso vigiar, pois “esse dia chegará como um ladrão”.
11-16
Assim
como Deus espera pacientemente que os pecadores se convertam antes do
julgamento final, do mesmo modo os que se convertem aceleram a vinda da
plenitude do Reino. Não se fala propriamente de fim do mundo, mas de uma
transformação em “novos céus e nova terra”: a humanidade renovada, onde se
realizará nova ordem com justiça.
Segundo Macabeus
7
1-42
É uma das páginas mais comoventes de toda a Bíblia,
mostrando que o tempo de perseguição se torna ocasião de educar para o
testemunho capaz de enfrentar até o
sacrifício da própria vida. Aqui aparece, pela primeira vez e com clareza, a
crença na ressurreição: esta se baseia na compaixão de Deus para com seus fiéis
(v. 6), no poder de Deus que do nada e da morte é capaz de criar a vida (VV.
28-29), e na aliança de Deus com o seu povo, que jamais será rompida (V. 36). A
fé na ressurreição, porém, aparece em contexto difícil, onde pessoa é chamada a
dar a sua própria vida em favor do povo (v. 38). O texto também deixa claro que
os mártires são testemunhas radicais da verdade. A coragem de entregar a
própria vida liberta a língua para mostrar o verdadeiro porte do seguidor:
este, na verdade, luta contra o próprio Deus e é portanto, o maior criminoso do
mundo (v. 19). A fé na ressurreição não é neutra: Deus ressuscita os justos
para a vida; quanto aos injustos, não ressuscitarão (v. 14): seu seu destino é
a morte definitiva.
Segunda carta aos Coríntios
4
7-15
A vida de Paulo parece frustração e fracasso diante do êxito que os novos mestres da doutrina conseguem. O prestígio fácil, porém, não é sinal de Evangelho autêntico. Este provoca sempre conflitos e perseguições, fazendo que a testemunha participe do caminho de Jesus em direção à morte e à ressurreição. E um primeiro aspecto dessa ressurreição já se manifesta no testemunho vivo da comunidade, que foi gerada pelo testemunho do apóstolo, cuja fraqueza humana se torna instrumento da força de Deus.
4,16-5,10
7-15
A vida de Paulo parece frustração e fracasso diante do êxito que os novos mestres da doutrina conseguem. O prestígio fácil, porém, não é sinal de Evangelho autêntico. Este provoca sempre conflitos e perseguições, fazendo que a testemunha participe do caminho de Jesus em direção à morte e à ressurreição. E um primeiro aspecto dessa ressurreição já se manifesta no testemunho vivo da comunidade, que foi gerada pelo testemunho do apóstolo, cuja fraqueza humana se torna instrumento da força de Deus.
4,16-5,10
Para quem não tem fé, a morte é o fim de tudo. Mas para
quem está comprometido na fé e segue a Jesus, a morte é passagem para a dimensão definitiva da vida. Nosso
corpo mortal se desgasta e desfaz na vida terrestre; mas, através da
ressurreição, Deus leva o nosso ser à vida plena. Paulo emprega uma imagem
muito familiar no Oriente: quando continua a caminhada, os nômades no deserto
desmontam a tenda do acampamento porque o deserto não é sua moradia estável. O
mesmo acontece conosco: este mundo é o lugar onde vivemos e construímos a nossa
história, cujo fim é a comunhão e participação na vida divina.
5,14-6,2
Os inimigos de Paulo dizem que ele não é apóstolo porque
não foi testemunha ocular da vida terrestre de Jesus, nem lhe conheceu as
palavras e atos. Por isso, não pode ser testemunha do Evangelho. No entanto, o
Apóstolo mostra que o Evangelho não é simples história de Jesus, e sim o
anúncio de sua morte e ressurreição, que
restaura a condição humana, vence a alienação causada pelo pecado e inaugura
nova era. A cruz de Jesus anuncia o fim da inimizade com Deus e inaugura a era
da reconciliação universal. Enquanto esperamos o dia da ressurreição, Deus
escolheu apóstolos para exercer o ministério da reconciliação. Por meio deles,
o Senhor Jesus continua sua atividade na terra e convoca todos os homens:
“reconciliem-se com Deus”.
12
7-10
Não se sabe ao certo ao que Paulo se refere quando fala
de “espinho na carne.” Trata-se talvez de alguma doença que multiplica as
dificuldades de sua vida apostólica. Ele experimenta um paradoxo: é na sua
fraqueza que se manifesta a força de Deus.
12,19-13,4
As agitações na comunidade agravam o relaxamento que Paulo já lamentara na primeira carta. Agora ele está resolvido a punir os culpados teimosos aplicando as medidas que são comuns em outras igrejas (cf. Mt 18,16).
12,19-13,4
As agitações na comunidade agravam o relaxamento que Paulo já lamentara na primeira carta. Agora ele está resolvido a punir os culpados teimosos aplicando as medidas que são comuns em outras igrejas (cf. Mt 18,16).
13
5-10
O essencial é que os coríntios se convertam. Depois
disso, a ameaça de intervenção com autoridade será apenas uma vaga lembrança.
Se eles se converterem, Paulo não terá
como usar o seu poder. Os coríntios parecerão fortes, e Paulo fraco e derrotado, porque os
adversários continuarão a dizer que as ameaças dele são puramente verbais. No
entanto, ele não busca vitória nem sucesso pessoal; prefere a última hipótese,
humilhante para ele, mas gloriosa para os fiéis.
Segunda carta aosTessalonicenses
1
5-12
Julgamento é o ato que Deus realizou em Jesus Cristo e continua a realizar através de todos aqueles que dão o testemunho de Jesus, manifestando a justiça e a vida queridas por Deus. Esse julgamento desmascara a verdade de um e produz separação, fazendo que cada um sofra as consequências da escolha que dirigiu sua vida e ação: os que viveram, lutaram e sofreram pela justiça e pela vida serão declarados dignos de possuir o Reino de Deus; aqueles que resistiram a Deus e ao Evangelho, preferindo a injustiça e a morte e perseguindo Jesus e suas testemunhas, serão excluídos do Reino para sempre.
2
1-7
Em tempos de dificuldade e perseguição há sempre boatos que perturbam e assustam a comunidade cristã, afirmando que a vinda gloriosa de Jesus (parusia) está próxima, marcando o fim do mundo. Usando a mesma linguagem dos profetas e dos autores de apocalipse, Paulo desmente esses boatos, apresentando dois motivos: ainda não chegou o tempo da apostasia, isto é, da crise geral causada pelas perseguições e tribulações que levam muitos a abandonarem a fé (cf. Mt 24, 12-13); e ainda não se manifestou o homem ímpio, isto é, o grande adversário de Deus e do povo fiel; esse adversário se absolutizará a ponto de se apresentar como Deus, oprimindo o povo e perseguindo os Cristãos. Tais coisas já são conhecidas pelos destinatários, pois eles sabem inclusive que existe um obstáculo para a plena manifestação do adversário (vv. 6-7). Talvez Paulo esteja aludindo a absolutização e divinização de pessoas, coisas e estruturas.
5-12
Julgamento é o ato que Deus realizou em Jesus Cristo e continua a realizar através de todos aqueles que dão o testemunho de Jesus, manifestando a justiça e a vida queridas por Deus. Esse julgamento desmascara a verdade de um e produz separação, fazendo que cada um sofra as consequências da escolha que dirigiu sua vida e ação: os que viveram, lutaram e sofreram pela justiça e pela vida serão declarados dignos de possuir o Reino de Deus; aqueles que resistiram a Deus e ao Evangelho, preferindo a injustiça e a morte e perseguindo Jesus e suas testemunhas, serão excluídos do Reino para sempre.
2
1-7
Em tempos de dificuldade e perseguição há sempre boatos que perturbam e assustam a comunidade cristã, afirmando que a vinda gloriosa de Jesus (parusia) está próxima, marcando o fim do mundo. Usando a mesma linguagem dos profetas e dos autores de apocalipse, Paulo desmente esses boatos, apresentando dois motivos: ainda não chegou o tempo da apostasia, isto é, da crise geral causada pelas perseguições e tribulações que levam muitos a abandonarem a fé (cf. Mt 24, 12-13); e ainda não se manifestou o homem ímpio, isto é, o grande adversário de Deus e do povo fiel; esse adversário se absolutizará a ponto de se apresentar como Deus, oprimindo o povo e perseguindo os Cristãos. Tais coisas já são conhecidas pelos destinatários, pois eles sabem inclusive que existe um obstáculo para a plena manifestação do adversário (vv. 6-7). Talvez Paulo esteja aludindo a absolutização e divinização de pessoas, coisas e estruturas.
13-17
A comunidade cristã não precisa temer o final dos tempos. Ao
contrário, deve agradecer a Deus, pois, ouvindo o Evangelho, abraçando o
compromisso da fé e abrindo-se para dar o testemunho de Jesus Cristo, ela já se
encontra o caminho da salvação. O importante é continuar fiel à tradição
apostólica e dar testemunho da fé através do anúncio e da prática do bem.
3
1-5
Ao lado da prática da fé, a oração em favor dos
evangelizadores exprime a solidariedade no testemunho e na difusão do
Evangelho.
6-15
Com seu exemplo, Paulo mostra que um pregador ou agente de
pastoral em casos especiais pode ser liberado pela comunidade e ser sustentado
por ela. Mas insiste: em situações normais, os responsáveis devem viver do
próprio trabalho, para se dedicarem gratuitamente ao serviço do Evangelho. O
Apóstolo também caracteriza os “beatos” da comunidade: vivem à custa e são
peritos em perturbar os outros. As tenções normais que poderiam facilmente ser
superada, se agravam por causa desses “fofoqueiros espirituais”.
Sabedoria
1,16-2,24
O texto apresenta a filosofia de vida do injusto. Para este
a única dimensão de vida é aquela que existe antes da morte. Como viver diante
dessa perspectiva? Gozar o mais que for possível, já que não existe nada além
dos prazeres desta vida. Por outro lado, para viver no ócio e no prazer, é
preciso ter alguém que pague por isso. Daí nasce a desigualdade social, onde os
bem-pensantes e privilegiados exploram os pobres, forçando-os a sustentar o seu estilo de vida. Para quem
acredita, é claro que tal construção é enganosa. O justo que não participa
dessa filosofia, ergue seu grito e se torna um grande obstáculo para o modo de
viver do injusto. Quando o povo explorado descobre que está servindo os
caprichos de uma classe privilegiada, então se revolta e não teme sequer a própria morte, pois sabe que ela pode ser o
supremo testemunho de repúdio a injustiça, e assim tornar-se uma porta para a
vida, “porque a injustiça é imortal”
3
1-16
É um
comentário ao quarto mandamento do Decálogo. O respeito e o cuidado para com os
pais preservam a consciência viva da identidade de um povo.
6
12-21
A sabedoria é o bom senso que cresce e se aprofunda em meio a adversidade. No exercício continuo do discernimento sobre circunstâncias e situações. O desejo de aprender é o ponto de partida; o ponto de chagada ultrapassa a nossa vida, pois a perfeição da sabedoria é o próprio discernimento de Deus.
6
12-21
A sabedoria é o bom senso que cresce e se aprofunda em meio a adversidade. No exercício continuo do discernimento sobre circunstâncias e situações. O desejo de aprender é o ponto de partida; o ponto de chagada ultrapassa a nossa vida, pois a perfeição da sabedoria é o próprio discernimento de Deus.
6,22-7,14
A sabedoria
de Salomão tornou-se legendária em Israel. Até hoje, muita gente pensa que para
ser sábio é preciso ter muito dinheiro e cultura. O autor, porém, personificado
como rei Salomão, mostra que, diante da
sabedoria, todos os homens são iguais e têm as mesmas chances. O importante é o
que muita gente esquece: suplicar a Deus e pedir que ele a conceda, porque a
sabedoria é dom de Deus. A riqueza e a cultura muitas vezes podem ser
obstáculos para se atingir o bom senso da sabedoria.
8,17-9,18
Encerrando a
longa advertência às autoridades (6,1-9,18), o autor apresenta a oração que
deve nortear todos os governantes. O primeiro pedido é o dom da sabedoria, que
permite às autoridades o discernimento, para realizar a justiça que Deus quer.
Esta oração mostra que a autoridade não deve usurpar o lugar de Deus. Sua
função é suplicar o dom de compreender o projeto dele, a fim de poder
viabilizá-lo na história.
11,15-12,2
A vida do homem é determinada pelo culto á divindade que ele adora. Quem serve aos ídolos sofre as conseqüências destrutiva da idolatria. Estas, na verdade, são o castigo com que Deus chama a atenção dos idólatras. Ele é o único Senhor da vida, e quer que todos se convertam e encontrem o caminho para a vida.
12
11,15-12,2
A vida do homem é determinada pelo culto á divindade que ele adora. Quem serve aos ídolos sofre as conseqüências destrutiva da idolatria. Estas, na verdade, são o castigo com que Deus chama a atenção dos idólatras. Ele é o único Senhor da vida, e quer que todos se convertam e encontrem o caminho para a vida.
12
3-18
A conquista
da terra foi outro grande marco na história do povo. Depois de longamente
explorado e oprimido, o povo consegue construir uma sociedade igualitária,
voltada para a liberdade e a vida, superando assim os projetos idolátricos que
produzem escravidão e morte. Isso trouxe compreensão de que o projeto de Deus
está sempre voltado para a vida. Quem serve a outros projetos acaba por
decretar a sua própria ruína, que virá repentinamente ou aos poucos. Nasce
então a consciência de que Deus é o Senhor dos povos, e só ele conduz a
história rumo a construção da liberdade e da vida. Qualquer outro Deus levará o
povo a própria destruição.
15
11-20
Os inúmeros
males que afligem a pessoa e a sociedade desafiam qualquer explicação. Podem
até fazer com que as pessoas cheguem a afirmar que, em última análise, “foi
Deus que fez as coisas assim”. No entanto, ele criou a humanidade livre, e isso
comprova a grandeza , tanto de Deus como do ser humano. De fato, ser livre
significa tomar decisões pessoais e coletivas para encaminhar a sociedade e a
história. Os erros e acertos, em primeiro lugar, são méritos e responsabilidade
do próprio homem, sempre convidado a rever seus projetos à Luz do Projeto de
Deus, que só quer liberdade e vida para todos.
18
5-19
Variação bastante livre sobre a praga dos primogênitos, a
Páscoa (Ex 12) e a travessia do mar Vermelho (Ex 14). É o ápice da ação de
Deus, libertando o seu povo para a vida e julgando o opressor, com as mesmas
armas que este antes havia usado contra o povo.
35
11-24
A suprema audácia dos mantenedores de uma estrutura social
injusta está em tentar corromper Deus, procurando colocá-lo do lado deles. O
grito do pobre denuncia a injustiça e obriga Deus a tomar o partido dele,
restabelecendo a justiça. Cf. Lc 18,1-8 e nota.
44,1-50,26
A grande manifestação de Deus é a história, na qual ele age através daqueles que se comprometem com o seu projeto. O povo de Deus não precisa invejar a história dos povos estrangeiros, pois, revendo a própria, ele se encontra com aqueles que incorporaram o desejo do povo para realizar grandes transformações. O último desses heróis é o sumo sacerdote Simão II, que exerceu sua função entre 220-195 a.C.
44,1-50,26
A grande manifestação de Deus é a história, na qual ele age através daqueles que se comprometem com o seu projeto. O povo de Deus não precisa invejar a história dos povos estrangeiros, pois, revendo a própria, ele se encontra com aqueles que incorporaram o desejo do povo para realizar grandes transformações. O último desses heróis é o sumo sacerdote Simão II, que exerceu sua função entre 220-195 a.C.
Romanos
1
1-7
Paulo ainda
não conhece os cristãos de Roma. Por isso, apresenta-se com todos os seus
títulos: servo, apóstolo e escolhido. Sua missão é anunciar o Evangelho, isto
é, a Boa Notícia que Deus revela ao mundo, enviando Jesus Cristo para libertar
os homens e instaurar o seu Reino. O centro desse Evangelho é, portanto, a
pessoa de Jesus na sua vida terrena, morte e ressurreição, que o constituem
Senhor do mundo e da história. A originalidade da missão de Paulo é conduzir os
pagãos à obediência da fé, ou seja, uma submissão livre, que os faz viver de
acordo com a vontade de Deus, manifestada em Jesus Cristo.
5
1-11
Justificados pela fé em Jesus Cristo, estamos em paz com
Deus; por isso, começamos a viver a esperança na salvação. Essa esperança é
vivida em meio a uma luta perseverante, ancorada na certeza, garantida pelo
Espírito Santo que nos foi dado (VV. 1-5). Deus manifestou seu amor em Jesus
Cristo, que morreu por nós quando ainda éramos pecadores (VV. 6-8). Agora que
já fomos reconciliados podemos crer com maior razão e esperar que seremos
salvos pela vida-ressurreição de Jesus (VV. 9-11).
O termo “tribulação”, que aparece muitas vezes no Novo
Testamento, se refere às opressões de que é vítima o povo de Deus. Opressões e
repressões por parte dos poderes humanos, que procuram reduzir o alcance do
testemunho cristão para que este não abale a estrutura vigente na sociedade.
12-21
Paulo contrapões duas figuras, dois reinos e duas
conseqüências: Adão-Cristo, pecado-graça; morte-vida. Adão é o único e a
personificação da humanidade mergulhada no reino do pecado e caminhando para a
morte; Cristo, o novo Adão, é início e personificação da humanidade introduzida
no reino da graça e caminhando para a vida. Paulo não está interessado nas
semelhanças entre Cristo e Adão. Ele os contrapõe apenas para mostrar a supremacia de Cristo e do reino da
graça sobre Adão e o reino do pecado;
pois o dom de Deus supera de longe o pecado dos homens.
6
1-11
Jesus foi morto por um sistema social injusto, pecaminoso e
mortal. Mas Deus o ressuscitou para sempre, condenando assim o sistema que
matou Jesus. Pela fé e o batismo, o cristão participa da morte e ressurreição
de Jesus. Em outras palavras, cristão é aquele que passa por uma transformação
radical: rompe com o sistema pecaminoso, gerador de injustiça e morte, e
ressuscita para viver vida nova, que promova a justiça e a vida.
8
1-13
A libertação do homem foi realizada por Cristo não como ato
vindo de fora, mas como obra que se realiza a partir de dentro. Cristo se
encarnou, trazendo o Espírito de Deus para dentro da própria condição humana,
que é dominada pelo egoísmo. Desse modo, o homem pode seguir a Cristo que
passou da morte para a ressurreição, passando do egoísmo para a doação de si
aos outros. A entrada do Espírito de Deus no homem, mediante Cristo, determina
uma renovação pela qual o homem sente, pensa e age conforme a vontade de Deus.
Em lugar da “lei dos instintos egoístas, surge a Lei do Espírito que dá a
vida”. Trata-se de um novo dinamismo interior que, com a própria força de Deus,
liberta o homem da tirânica “lei do pecado e da morte”. Em lugar do pecado ou
egoísmo, que determina o ser e ação do homem, existe agora o Espírito ou o
Amor; em lugar da morte , existe a vida. A unidade entre querer o bem e
realizá-lo é recomposta. A situação desesperadora do homem é superada. Com
isso, as relações sociais podem ser refeitas e a estrutura social injusta e
opressora pode ser superada.
14-17
Contrapondo-se ao egoísmo, a ação do Espírito cria um novo
tipo de relacionamento dos homens entre si e com Deus: a relação de família.
Agora podemos chamar Deus de Pai, pois somos seus filhos. E isso é a base para
as relações sociais compostas: o clima de família se alastra, porque todos são
irmãos. A herança prometida por Deus aos “que são guiados pelo Espírito”
consiste em participar do Reino. Mas isso implica a seriedade de um testemunho,
como o de Jesus Cristo.
18-27
A luta contra o egoísmo é possível para aqueles que entram
no âmbito do Espírito. Essa luta não terminou, mas está em contínuo processo:
vivemos na esperança de conseguir a vitória final. Esse anseio é universal e se
expressa nos clamores da natureza e do homem. A natureza espera ser
libertada do uso egoísta, para ser
partilhada e colocada a serviço de todos. Os homens esperam ser libertos de
toda exploração e opressão que escravizam seus corpos, a fim de sempre mais se
projetarem gratuitamente a serviço dos irmãos. Entretanto, a salvação plena é
uma realidade futura e inimaginável. Cegos pelo sistema egoísta, muitas vezes
não conseguimos enxergar o caminho. É o clamor do Espírito que nos dirige,
então, orientando-nos conforme a vontade de Deus.
28-30
O projeto eterno de Deus é predestinar, chamar, tornar justo
e glorificar a cada um e a todos os homens, fazendo com que todos se tornem a
imagem de seu Filho e se reúnam como a
grande família de Deus. O projeto não exclui ninguém. Mas o homem é livre: pode
aceitar ou recusar tal projeto, pode escolher a vida ou a morte, salvar-se ou
condenar-se.
31-39
Com o amor de Deus, manifestado em seu Filho, nada mais
temos a temer: nem dificuldades, nem perseguições, nem martírio, nem qualquer forma de dominação. Nada poderá
desfazer o que Deus já realizou. Nada poderá impedir o testemunho dos Cristãos.
E nada poderá opor-se à plena realização do projeto de Deus.
9
1-5
Nos capítulos 9-11, Paulo analisa a situação do povo de
Israel, procurando responder à difícil questão: “Não é uma contradição o fato
de que o próprio povo escolhido, portador da história da salvação, e se
tenha rejeitado Jesus e se tenha
excluído da salvação?”Esse problema escandalizava judeus e pagão e comprometia
o êxito do Evangelho.
6-13
Os privilégios ou promessas de Deus a Israel não falharam. O
verdadeiro Israel, herdeiro das promessas. Não são os filhos carnais de Abraão,
mas aqueles que têm fé, como ele teve. Além disso, Deus escolhe quem ele quer
para colocar a seu serviço, a fim de assegurar a realização do seu projeto na
história.
14-29
Neste texto não devemos procurar uma doutrina fatalista
sobre a predestinação. Paulo apenas salienta os imprevisíveis chamados de Deus, que age soberanamente, escolhendo homens e povos como
instrumentos de seu projeto. Ao escolher, Deus é soberanamente livre; não é
obrigado nem a ter misericórdia nem a punir. Isso não quer dizer que Deus seja
injusto. Um vaso reclama contra um oleiro? Os profetas anunciaram tanto a
salvação dos pagãos como a eleição de Israel.
10
5-13
Não é preciso fazer grandes esforços (subir ao céu ou descer aos abismos) para conhecer a vontade de Deus, porque Deus veio ao nosso encontro em Jesus Cristo. O Evangelho da salvação é acessível a todos sem distinção, e está pronto a ser acolhido, a fim de libertar o homem e conduzi-lo para a vida nova. Seu conteúdo fundamental é este: Jesus é o Senhor da vida, porque Deus o ressuscitou dos mortos. E esse anúncio supõe apenas que o homem acredite em Jesus, dê sua adesão a ele e o testemunhe na vida prática.
10
5-13
Não é preciso fazer grandes esforços (subir ao céu ou descer aos abismos) para conhecer a vontade de Deus, porque Deus veio ao nosso encontro em Jesus Cristo. O Evangelho da salvação é acessível a todos sem distinção, e está pronto a ser acolhido, a fim de libertar o homem e conduzi-lo para a vida nova. Seu conteúdo fundamental é este: Jesus é o Senhor da vida, porque Deus o ressuscitou dos mortos. E esse anúncio supõe apenas que o homem acredite em Jesus, dê sua adesão a ele e o testemunhe na vida prática.
13
8-10
Na vida cristã a única tarefa que não tem limites é o amor,
pois ele não só resume tudo o que deve
ser feito, mas é também o espírito com que deve ser feito. Como nos evangelhos,
Paulo também ver o amor como a expressão perfeita de toda Lei.
15
1-6
Os cristãos mais conscientes não devem usar a sua força e prestígio para impor aos outros a própria opinião e consegui poderes sobre a comunidade. Não foi esse o modo de proceder de Jesus Cristo, que veio para servir e dar a vida. O respeito e o bem do outro são o maior sinal do cristão consciente.
7-13
O acolhimento mútuo no amor é o caminho para que as mentalidades diferentes não quebrem a união da comunidade. assim fez Cristo, que acolheu judeus e pagãos num só povo. Além disso, a comunidade não deve julgar que o fato de pertencer ao povo de Deus seja privilégio que a separa dos outros; antes, é fonte de responsabilidade, pois a vocação da comunidade é acolher todos como irmãos, testemunhando assim o projeto divino de reunir todos os homens.
15
1-6
Os cristãos mais conscientes não devem usar a sua força e prestígio para impor aos outros a própria opinião e consegui poderes sobre a comunidade. Não foi esse o modo de proceder de Jesus Cristo, que veio para servir e dar a vida. O respeito e o bem do outro são o maior sinal do cristão consciente.
7-13
O acolhimento mútuo no amor é o caminho para que as mentalidades diferentes não quebrem a união da comunidade. assim fez Cristo, que acolheu judeus e pagãos num só povo. Além disso, a comunidade não deve julgar que o fato de pertencer ao povo de Deus seja privilégio que a separa dos outros; antes, é fonte de responsabilidade, pois a vocação da comunidade é acolher todos como irmãos, testemunhando assim o projeto divino de reunir todos os homens.
16
25-27
O louvor exprime a alegria da Igreja que já vive o tempo que
se realiza o mistério da salvação. (cf. nota em Ef 3, 1-13).
Provérbios
8
22-36
É o ponto mais alto da reflexão dos sábios. A Sabedoria é a
primeira criatura de Deus, uma espécie de arquiteto que o acompanhou e inspirou
em toda sua atividade criadora. Pode-se dizer, portanto, que ela é o sentido
vital que Deus imprimiu a toda criação. Observando o mundo e a história, a
humanidade pode encontrá-la e tomar consciência dela, tomando-a como guia para
a realização da vida. João se lembrou desse texto quando escreveu o prólogo do
seu evangelho (cf. Jo 1,1-5).
31
10-31
Mais do que elogio a uma determinada esposa, o poema proclama a sabedoria personificada como esposa ideal, que leva o homem para a justiça, honra, prosperidade e vida. É a companheira ideal para todos, homens e mulheres. Dessa forma a mulher fica livre das exigências desmedidas que a sociedade patriarcal e machista lhe impõe.
31
10-31
Mais do que elogio a uma determinada esposa, o poema proclama a sabedoria personificada como esposa ideal, que leva o homem para a justiça, honra, prosperidade e vida. É a companheira ideal para todos, homens e mulheres. Dessa forma a mulher fica livre das exigências desmedidas que a sociedade patriarcal e machista lhe impõe.
Primeiro Timóteo
1
12-17
Em meio à confusão de ideias e interpretações, é importante
voltar sempre ao sentido profundo e primeiro de Evangelho: Deus enviou Jesus ao
mundo, não para condenar, mas para salvar os homens. A salvação, portanto, é
ato de graça e se confirma como graça abundante porque é oferecida
gratuitamente aos pecadores, isto é, a todos aqueles que jamais poderiam
merecê-la. Paulo é exemplo vivo do Evangelho da graça. O povo de Deus não é
formado opor pessoas que nunca erraram, mas por pecadores que se convertem e
são salvos por pura graça.
2
1-8
O autor recomenda que os cristãos incluam na sua oração
todos os homens. É a oração litúrgica universal, impulsionada pela convicção de
que Deus enviou seu filho para salvar o mundo inteiro. Ser Igreja no mundo é
testemunhar que o projeto de Deus está aberto para todos.
6
11-16
O verdadeiro doutor é
aquele que foge da ambição e vive com sobriedade. Seu compromisso primeiro é
com a verdade, a qual se manifesta no ministério de Cristo, relembrado nos VV.
15-16.
Primeiro Samuel
1
1-28
É um momento importante da história na história de Israel: o povo vai passar do sistema tribal para o sistema tributário. A mudança é de grandes proporções: a religião que sustentava a participação política e divisão igualitária dos bens, agora servirá para cimentar uma ideologia de Estado, onde a economia e a política ficarão concentradas em mãos de um poder central. A história de Samuel é a abertura dessa nova fase, que será o grande desafio para o povo.
Como em outros casos (Isaac, Sansão e João Batista), o nascimento de Samuel é apresentado de forma milagrosa. Da mulher estéril e humilhada (figura do povo) nasce, por graça de Javé, aquele que será o símbolo da fidelidade a Javé dentro do novo sistema.
2
1-10
Este cântico nasceu em data posterior e, provavelmente, celebra uma vitória do rei sobre os inimigos (v. 10). Certamente foi colocado aqui para expressar a esperança do povo de que o novo regime significasse de fato uma salvação: a função do rei é tornar visível a própria ação de Javé, que liberta dos inimigos (v. 1) e instaura o reino da justiça (vv. 3-9). Para isso, espera-se que desapareçam as desigualdades, e todos possam usufruir da liberdade e da vida. Lucas seguiu de perto este cântico, para compor o de Maria (cf. Lc 1,46-56 e nota).
11-36
O texto procura explicar por que o sumo sacerdote, no tempo de Salomão, passou de Abiatar, descendente de eli, para Sadoc (cf. 1Rs 2,27.35). Ao mesmo tempo, procura justificar a destruição dos levitas de seus diversos santuários locais, quando se centralizou o culto em Jerusalém, no fim do séc. VII (cf. 2Rs 23,9). O autor se serve da profecia, como estilo literário, para justificar a política centralizadora do rei Salomão e do rei Josias. Isso nos mostra que os poderosos, em todos os tempos e lugares, usam frequentemente a religião para explicar e justificar as próprias atitudes. Por outro lado, o texto sugere que, nessa época, o sistema das tribos já começa a se corromper.
3,1 – 4,1
1-28
É um momento importante da história na história de Israel: o povo vai passar do sistema tribal para o sistema tributário. A mudança é de grandes proporções: a religião que sustentava a participação política e divisão igualitária dos bens, agora servirá para cimentar uma ideologia de Estado, onde a economia e a política ficarão concentradas em mãos de um poder central. A história de Samuel é a abertura dessa nova fase, que será o grande desafio para o povo.
Como em outros casos (Isaac, Sansão e João Batista), o nascimento de Samuel é apresentado de forma milagrosa. Da mulher estéril e humilhada (figura do povo) nasce, por graça de Javé, aquele que será o símbolo da fidelidade a Javé dentro do novo sistema.
2
1-10
Este cântico nasceu em data posterior e, provavelmente, celebra uma vitória do rei sobre os inimigos (v. 10). Certamente foi colocado aqui para expressar a esperança do povo de que o novo regime significasse de fato uma salvação: a função do rei é tornar visível a própria ação de Javé, que liberta dos inimigos (v. 1) e instaura o reino da justiça (vv. 3-9). Para isso, espera-se que desapareçam as desigualdades, e todos possam usufruir da liberdade e da vida. Lucas seguiu de perto este cântico, para compor o de Maria (cf. Lc 1,46-56 e nota).
11-36
O texto procura explicar por que o sumo sacerdote, no tempo de Salomão, passou de Abiatar, descendente de eli, para Sadoc (cf. 1Rs 2,27.35). Ao mesmo tempo, procura justificar a destruição dos levitas de seus diversos santuários locais, quando se centralizou o culto em Jerusalém, no fim do séc. VII (cf. 2Rs 23,9). O autor se serve da profecia, como estilo literário, para justificar a política centralizadora do rei Salomão e do rei Josias. Isso nos mostra que os poderosos, em todos os tempos e lugares, usam frequentemente a religião para explicar e justificar as próprias atitudes. Por outro lado, o texto sugere que, nessa época, o sistema das tribos já começa a se corromper.
3,1 – 4,1
Narrando a vocação de Samuel, a Bíblia inicia a grande
lista dos profetas, cuja função é serem porta-vozes de Deus: ele anunciam
claramente o que Deus está realizando ou vai realizar dentro da história. Neste
relato a função profética aparece em Israel antes de surgir e formar o Estado
com autoridade política central. A Bíblia quer mostrar que o profeta é aquele
que mantém viva a consciência crítica de um povo: ele deve impedir que as
autoridades políticvas se absolutizem e oprimam o povo.
O texto faz pensar na vocação de cada pessoa. Deus chama
cada um de nós para exercer uma função dentro do projeto de Deus. Projeto esse
voltado para a liberdade e a vida. Cada pessoa é um modo de Deus dizer a
palavra que constrói a sociedade e a história. É preciso que cada um aprenda distinguir a voz de Deus, sem
confundi-la com a voz daqueles produzem e matem uma estrutura de sociedade
voltada para a escravidão e a morte.
4
1-22
O esforço das tribos, no sentido de construir um sistema igualitário contra o sistema das cidades-estado cananéias, já começava a se corromper (cf. 2,11-36 e nota) e ficou ainda mais comprometido com o avanço dos filisteus.Estes possuíam o domínio do ferro e lutavam com armas muito mais poderosas. A arca era uma espécie de sacramento da presença de Javé, que apoiava a luta das tribos por um sistema novo. Ela foi tomada pelos filisteus, e esse fato mostra, por um lado, o projeto de Javé já estava sendo corrompido pelos israelitas; por outro lado, indica que o sistema das tribos não era suficiente para conter o avanço de um forte inimigo externo.
4
1-22
O esforço das tribos, no sentido de construir um sistema igualitário contra o sistema das cidades-estado cananéias, já começava a se corromper (cf. 2,11-36 e nota) e ficou ainda mais comprometido com o avanço dos filisteus.Estes possuíam o domínio do ferro e lutavam com armas muito mais poderosas. A arca era uma espécie de sacramento da presença de Javé, que apoiava a luta das tribos por um sistema novo. Ela foi tomada pelos filisteus, e esse fato mostra, por um lado, o projeto de Javé já estava sendo corrompido pelos israelitas; por outro lado, indica que o sistema das tribos não era suficiente para conter o avanço de um forte inimigo externo.
5
1-12
Os filisteus tentam assimilar Javé junto com o Deus deles. Mas o Deus vivo se torna, para os idólatras, um Deus de morte: ele não só destrói os ídolos, mas também castiga quem os adora.
6, 1-7,1
A volta da arca lembra a saída de Israel do Egito (cf. v. 6). O fato de as vacas não voltarem para seus bezerros mostra que foi Javé quem castigou os filisteus. Os vv. 19-20 sugerem que, embora próximo e íntimo do povo, Javé deve, ao mesmo tempo, ser temido e respeitado.
7
2-17
Termina o tempo dos juízes e, praticamente, encerra-se também o período em que Israel procurou organizar-se no sistema de tribos. A figura de Samuel é apresentada como o ideal de uma autoridade voltada para a libertação do povo. O autor certamente pretendeu fazer uma crítica antecipada do sistema monárquico, que vai começar logo a seguir.
8-12
Encontramos aqui duas versões diferentes sobre o aparecimento da monarquia em Israel. A primeira é formada por 1Sm 8; 10,17-27. Apresenta uma visão desfavorável à monarquia, mostrando-a como algo ambíguo e perigoso. A segunda versão está em 1Sm 9,1-10,16;11. É favorável, mostrando a monarquia como Dom de Deus para libertar o povo. Conservando as duas versões, a Bíblia sugere que toda autoridade é, no mínimo, ambígua: pode ser instrumento de Deus a serviço da libertação do povo; mas quando se absolutiza, tentando ocupar o lugar de Deus, ela passa a explorar e oprimir o povo, tornando-se assim má e ilegítima.
8
1-22
Começa aqui a versão desfavorável à criação de um poder político central. O povo se sente inseguro, vê a corrupção, e pede um novo regime. O grande risco desse novo regime será o de abandonar o projeto de Javé, para repetir exatamente o regime dos cananeus, que as tribos até agora tinham combatido. Samuel deixa tudo bem claro, ao mostrar "o direito do rei": em poucas palavras, o rei e sua corte formarão uma classe que viverá à custa da exploração e opressão sobre o povo. A resposta do povo (v. 20) mostra que, por trás do desejo de segurança, há um grande desconhecimento do que significa viver "como as outras nações". Preferir um poder centralizado - para o qual o povo delega todas as decisões - em vez de um poder participado, é o caminho inevitável para a escravidão. O texto faz pensar nas sérias consequências de escolher um regime político e votar em governantes. Até que ponto essas autoridades vão representar os interesses do povo e servi ao bem comum? Esta versão continua em 10,17-27.
9,1-10,16
É o começo da segunda narrativa, favorável à criação de um poder político central. Neste relato, a iniciativa é de Javé. Samuel unge secretamente Saul como rei, e os sinais que seguem apresentam Saul como alguém escolhido por Javé. Aqui a instituição do poder central é vista como dom de Javé. A continuação do relato está em 1Sm 11.
10
17-27
Temos aqui a continuação da primeira versão, desfavorável ao poder político central, iniciada em 1Sm 8,1-22. Fica bem claro o contraste entre o regime tribal, inspirado por Javé, e o regime monárquico, que rejeita Javé. A eleição do rei é feita através de sorteio público. O v. 27 já mostra um início de descontentamento.
11
1-15
Continua aqui a segunda versão sobre o surgimento do poder central, iniciada em 1Sm 9,1-10,16. O sinal anunciado em 10, 1.7 realiza-se agora: a liderança de Saul na libertação do povo é um sinal de que ele foi escolhido por Deus. Dessa forma, a realeza aparece como continuação da era dos juízes e não como ruptura. Talvez seja esse o relato mais antigo sobre o surgimento da monarquia.
12
1-25
É a passagem difícil para o sistema tributário, dirigido por um regime monárquico. O discurso de Samuel apresenta uma avaliação do que significou a autoridade dentro do regime tribal: o povo não foi explorado, e nem oprimido.A previsão sobre o regime monárquico, ao contrário, é sombria: será que o novo regime vai significar realmente um passo à frente em direção a uma sociedade justa e igualitária? Samuel parece ter suas dúvidas (cf. 1Sm 8, 10-22), que mais tarde serão confirmadas pela história. Mas, como os profetas que lhe sucederão, ele não abandona o povo, e insiste para que este seja fiel ao projeto libertador de Javé.
13
1-15
Num momento difícil, o rei Saul é posto à prova. Com medo de perder o povo, ele ultrapassa suas funções, usurpando uma que era própria de Samuel; com isso, desobedece àquele que intercedia pelo povo diante de Javé (10,8; 12,23). O grande perigo de um poder político é ultrapassar suas funções e se absolutizar, pretendendo dar a última palavra sobre a vida e o destino do povo. A função da política é servir ao bem de todo o povo; ela se corrompe quando acumula poderes para oprimir o povo e servir apenas uma classe privilegiada.
16-23
Os filisteus dominavam a tecnologia do ferro, e isso lhes garantia a supremacia sobre Israel. A situação era crítica, pois Israel dependia dos filisteus para a fabricação e manutenção dos instrumentos agrícolas. No campo bélico, os filisteus boicotavam completamente os povos vizinhos na fabricação de armas. é nesse difícil contexto que Israel busca um novo regime político para preservar a sua autonomia.
14
1-52
Mas uma vez, Saul toma decisões arbitrárias que provocam desânimo, ao invés de estimular a confiança. Agindo com mais sabedoria e solidariedade, Jônatas consegue lançar pânico entre os inimigos. É ele quem se torna o instrumento da vitória concedida por Deus ao povo.
15
1-35
Saul desobedece à ordem de executar o extermínio total, o ponto mais importante de uma guerra santa. Esse extermínio visava impedir a contaminação religiosa, cultural e política, e o desencadear de guerras que visassem unicamente acumular riquezas. A resposta de Samuel deixa bem claro: "obedecer a Javé vale mais do que oferecer sacrifícios", isto é, a verdadeira fé se manifesta na execução integral do projeto de Deus e não em atos religiosos que o possam comprometer. Por trás da justificativa de Saul (vv. 20-21), o verdadeiro motivo da desobediência era talvez a ambição de acumular riquezas.
1-12
Os filisteus tentam assimilar Javé junto com o Deus deles. Mas o Deus vivo se torna, para os idólatras, um Deus de morte: ele não só destrói os ídolos, mas também castiga quem os adora.
6, 1-7,1
A volta da arca lembra a saída de Israel do Egito (cf. v. 6). O fato de as vacas não voltarem para seus bezerros mostra que foi Javé quem castigou os filisteus. Os vv. 19-20 sugerem que, embora próximo e íntimo do povo, Javé deve, ao mesmo tempo, ser temido e respeitado.
7
2-17
Termina o tempo dos juízes e, praticamente, encerra-se também o período em que Israel procurou organizar-se no sistema de tribos. A figura de Samuel é apresentada como o ideal de uma autoridade voltada para a libertação do povo. O autor certamente pretendeu fazer uma crítica antecipada do sistema monárquico, que vai começar logo a seguir.
8-12
Encontramos aqui duas versões diferentes sobre o aparecimento da monarquia em Israel. A primeira é formada por 1Sm 8; 10,17-27. Apresenta uma visão desfavorável à monarquia, mostrando-a como algo ambíguo e perigoso. A segunda versão está em 1Sm 9,1-10,16;11. É favorável, mostrando a monarquia como Dom de Deus para libertar o povo. Conservando as duas versões, a Bíblia sugere que toda autoridade é, no mínimo, ambígua: pode ser instrumento de Deus a serviço da libertação do povo; mas quando se absolutiza, tentando ocupar o lugar de Deus, ela passa a explorar e oprimir o povo, tornando-se assim má e ilegítima.
8
1-22
Começa aqui a versão desfavorável à criação de um poder político central. O povo se sente inseguro, vê a corrupção, e pede um novo regime. O grande risco desse novo regime será o de abandonar o projeto de Javé, para repetir exatamente o regime dos cananeus, que as tribos até agora tinham combatido. Samuel deixa tudo bem claro, ao mostrar "o direito do rei": em poucas palavras, o rei e sua corte formarão uma classe que viverá à custa da exploração e opressão sobre o povo. A resposta do povo (v. 20) mostra que, por trás do desejo de segurança, há um grande desconhecimento do que significa viver "como as outras nações". Preferir um poder centralizado - para o qual o povo delega todas as decisões - em vez de um poder participado, é o caminho inevitável para a escravidão. O texto faz pensar nas sérias consequências de escolher um regime político e votar em governantes. Até que ponto essas autoridades vão representar os interesses do povo e servi ao bem comum? Esta versão continua em 10,17-27.
9,1-10,16
É o começo da segunda narrativa, favorável à criação de um poder político central. Neste relato, a iniciativa é de Javé. Samuel unge secretamente Saul como rei, e os sinais que seguem apresentam Saul como alguém escolhido por Javé. Aqui a instituição do poder central é vista como dom de Javé. A continuação do relato está em 1Sm 11.
10
17-27
Temos aqui a continuação da primeira versão, desfavorável ao poder político central, iniciada em 1Sm 8,1-22. Fica bem claro o contraste entre o regime tribal, inspirado por Javé, e o regime monárquico, que rejeita Javé. A eleição do rei é feita através de sorteio público. O v. 27 já mostra um início de descontentamento.
11
1-15
Continua aqui a segunda versão sobre o surgimento do poder central, iniciada em 1Sm 9,1-10,16. O sinal anunciado em 10, 1.7 realiza-se agora: a liderança de Saul na libertação do povo é um sinal de que ele foi escolhido por Deus. Dessa forma, a realeza aparece como continuação da era dos juízes e não como ruptura. Talvez seja esse o relato mais antigo sobre o surgimento da monarquia.
12
1-25
É a passagem difícil para o sistema tributário, dirigido por um regime monárquico. O discurso de Samuel apresenta uma avaliação do que significou a autoridade dentro do regime tribal: o povo não foi explorado, e nem oprimido.A previsão sobre o regime monárquico, ao contrário, é sombria: será que o novo regime vai significar realmente um passo à frente em direção a uma sociedade justa e igualitária? Samuel parece ter suas dúvidas (cf. 1Sm 8, 10-22), que mais tarde serão confirmadas pela história. Mas, como os profetas que lhe sucederão, ele não abandona o povo, e insiste para que este seja fiel ao projeto libertador de Javé.
13
1-15
Num momento difícil, o rei Saul é posto à prova. Com medo de perder o povo, ele ultrapassa suas funções, usurpando uma que era própria de Samuel; com isso, desobedece àquele que intercedia pelo povo diante de Javé (10,8; 12,23). O grande perigo de um poder político é ultrapassar suas funções e se absolutizar, pretendendo dar a última palavra sobre a vida e o destino do povo. A função da política é servir ao bem de todo o povo; ela se corrompe quando acumula poderes para oprimir o povo e servir apenas uma classe privilegiada.
16-23
Os filisteus dominavam a tecnologia do ferro, e isso lhes garantia a supremacia sobre Israel. A situação era crítica, pois Israel dependia dos filisteus para a fabricação e manutenção dos instrumentos agrícolas. No campo bélico, os filisteus boicotavam completamente os povos vizinhos na fabricação de armas. é nesse difícil contexto que Israel busca um novo regime político para preservar a sua autonomia.
14
1-52
Mas uma vez, Saul toma decisões arbitrárias que provocam desânimo, ao invés de estimular a confiança. Agindo com mais sabedoria e solidariedade, Jônatas consegue lançar pânico entre os inimigos. É ele quem se torna o instrumento da vitória concedida por Deus ao povo.
15
1-35
Saul desobedece à ordem de executar o extermínio total, o ponto mais importante de uma guerra santa. Esse extermínio visava impedir a contaminação religiosa, cultural e política, e o desencadear de guerras que visassem unicamente acumular riquezas. A resposta de Samuel deixa bem claro: "obedecer a Javé vale mais do que oferecer sacrifícios", isto é, a verdadeira fé se manifesta na execução integral do projeto de Deus e não em atos religiosos que o possam comprometer. Por trás da justificativa de Saul (vv. 20-21), o verdadeiro motivo da desobediência era talvez a ambição de acumular riquezas.
16
1-13
As narrativas sobre Saul e Davi misturam diversas
tradições, muitas vezes bem diferentes entre si e até contraditórias. A unção
de Davi serve de contraste com a rejeição de Saul, e salienta que Deus age segundo critérios humanos (v. 7).
14-23
Cumpre-se o que Samuel havia anunciado em 1Sm 15,28: rejeitado por Deus e abandonado pelo profeta, Saul cai em crises maníaco-depressivas. O serviço de Davi como músico da corte é uma das versões sobre o início de sua relação com Saul. Davi exerce poder sobre Saul através da música, porque "Javé está com ele". (v. 18).
1714-23
Cumpre-se o que Samuel havia anunciado em 1Sm 15,28: rejeitado por Deus e abandonado pelo profeta, Saul cai em crises maníaco-depressivas. O serviço de Davi como músico da corte é uma das versões sobre o início de sua relação com Saul. Davi exerce poder sobre Saul através da música, porque "Javé está com ele". (v. 18).
1-58
Outra versão da entrada de Davi para o serviço de Saul. O texto deixa claro a superioridade bélica dos filisteus, bem simbolizada no tamanho e nas armaduras de Golias, que provocam medo e insegurança no povo israelita. Na boca de Davi, porém, manifesta-se a fonte de onde brotam a força e a coragem dos fracos: Javé está do lado deles e os ajuda a se organizar para vencer os poderosos. A confiaça e esperteza de Davi mostram que o grande recurso do povo fraco e oprimido é a criatividade, que desmonta o poder opressor, atingindo-lhe o ponto nevrálgico.
18,1-19,7
Por trás da crescente inimizade entre Saul e Davi, podemos vislumbrar a luta pelo poder entre Judá (davi) e as tribos do Norte (Saul). O poder central (realiza) se torna motivo de inveja, cobiça e competição. A história da amizade entre Jônatas e Davi antecipa o apoio necessário para que Davi chegue a se tornar chefe de todo o povo.
19
8-24
Na trama de perseguição de Saul contra Davi, este episódio ressalta que o profetismo tem a força de desnudar o rei, isto é, fazer com que o poder seja ironizado e submetido à sua real condição. O profeta, como defensor da consciência de um povo, sempre colocará um limite para o exercício de qualquer autoridade.
20.1-21,1
A amizade entre Jônatas e Davi é um exemplo de fraternidade (v.17), porque mostra que as relações humanas estão acima da competição pelo poder.
21
2-16
Davi começa aque sua vida de fugitivo, e precisa recorrer à proteção de Deus ("pães sagrados"), à sua própria força ("espada") e, sobretudo, à própria astúcia.
22
1-5
Começa uma nova fase na vida de Davi. Perseguido e forçado a abandonar o contato com a elite, ele se torna pólo de atração que reúne s marginalizados pelo sistema. A voz do profeta mostra que Davi não deve ficar escondido, mas preparar-se para uma nova ação.
6-23
Com medo de perder o poder, Saul começa a agir arbitrariamente: vê todos como conspiradores e inimigos, incita à traição, não aceita a defesa do acusado, massacra toda uma população pela suposta culpa de uma só pessoa. Quando o poder passa a ser usado em proveito pessoal e não a serviço do povo, começa a gerar descontentamento e, para se manter, lança mão da arbitrariedade e tirania.
23
1-28
Três grupos começam a aparecer com clareza: o de Saul, preocupado em conter o movimento do seu rival; o de Davi, comprometido com a defesa das povoações atacadas por filisteus; e o grupo dos filisteus, que exerce contínua pressão sobre os território as israelitas. Pouco a pouco se delineiam a derrota de Saul e o triunfo de Davi.
24
1-23
Davi poderia matar Saul e usurpar o poder. A história, porém, mostra que ele não chegou ao poder por essa via, e sem pelo reconhecimento progressivo das tribos (cf. 2Sm 2;5).
25
1-44
Embora nascida em ambiente patriarcal, a Bíblia conserva relatos que mostram o quanto era importante a presença e o discernimento das mulheres. Abigail é um exemplo: enquanto o marido rejeita grosseiramente qualquer tipo de ligação com o movimento de Davi, considerando-o marginal, ela percebe a importância e grandeza desse grupo marginalizado e procura aliar-se com ele.
26
Esta narrativa tem o mesmo sentido que a de 24,1-23; cf. nota.
27,1-28,2
Entretanto em aparente aliança com os filisteus, Davi consegue várias coisas: a escapar de Saul, desestabilizar a zona rural dos filisteus e conquistar a simpatia dos camponeses de Judá. Pouco a pouco, vai se delineando a ascensão de Davi ao poder
28
3-25
O texto relata mais uma vez como Saul foi rejeitado e por fim substituído por Davi. Samuel repete o que já dissera quando em vida: o discernimento da história pertence ao mundo dos vivos.
29
1-11
O apelativo "hebreus" provavelmente se refere a um grupo social chamado hapiru. Inicialmente, era um grupo formado de guerreiros mercenários que servia às cidades-estado e, ao mesmo tempo, estava interessado em desestabilizá-las. Mais tarde, esse apelativo se estendeu a todos os descendentes com o sistema em vigor (cf. 1Sm 22,2). A estratégia de Davi talvez consistisse em abalar o sistema, agindo por dentro dele.
30
1-31
Novo grande trunfo de Davi para ganhar a simpatia popular, é a sua capacidade de distribuir igualitariamente os despojos conseguidos. Assim, ele vai fazendo que o povo, pouco a pouco, tenha a sensação de estar conquistando a própria liberdade.
31
1-13
O primeiro livro de Samuel termina de modo sombrio: o povo é derrotado, o rei se suicida e os filisteus se apoderam da região mais fértil, isolando as tribos.
1-23
Davi poderia matar Saul e usurpar o poder. A história, porém, mostra que ele não chegou ao poder por essa via, e sem pelo reconhecimento progressivo das tribos (cf. 2Sm 2;5).
25
1-44
Embora nascida em ambiente patriarcal, a Bíblia conserva relatos que mostram o quanto era importante a presença e o discernimento das mulheres. Abigail é um exemplo: enquanto o marido rejeita grosseiramente qualquer tipo de ligação com o movimento de Davi, considerando-o marginal, ela percebe a importância e grandeza desse grupo marginalizado e procura aliar-se com ele.
26
Esta narrativa tem o mesmo sentido que a de 24,1-23; cf. nota.
27,1-28,2
Entretanto em aparente aliança com os filisteus, Davi consegue várias coisas: a escapar de Saul, desestabilizar a zona rural dos filisteus e conquistar a simpatia dos camponeses de Judá. Pouco a pouco, vai se delineando a ascensão de Davi ao poder
28
3-25
O texto relata mais uma vez como Saul foi rejeitado e por fim substituído por Davi. Samuel repete o que já dissera quando em vida: o discernimento da história pertence ao mundo dos vivos.
29
1-11
O apelativo "hebreus" provavelmente se refere a um grupo social chamado hapiru. Inicialmente, era um grupo formado de guerreiros mercenários que servia às cidades-estado e, ao mesmo tempo, estava interessado em desestabilizá-las. Mais tarde, esse apelativo se estendeu a todos os descendentes com o sistema em vigor (cf. 1Sm 22,2). A estratégia de Davi talvez consistisse em abalar o sistema, agindo por dentro dele.
30
1-31
Novo grande trunfo de Davi para ganhar a simpatia popular, é a sua capacidade de distribuir igualitariamente os despojos conseguidos. Assim, ele vai fazendo que o povo, pouco a pouco, tenha a sensação de estar conquistando a própria liberdade.
31
1-13
O primeiro livro de Samuel termina de modo sombrio: o povo é derrotado, o rei se suicida e os filisteus se apoderam da região mais fértil, isolando as tribos.
Primeiro Reis
1
1-10
Continua aqui a hitória da sucessão, interrompida em 2Sm 20,22. Com a velhice de Davi, formam-se dois partidos opostos: um apóia Adonias, o filho que teria direito natural à sucessão. Outro apóia Salomão, filho de Davi com Betsabéia. Adonias conta com seus outros irmãos, além de Joab, chefe do exército, e o sacerdote levita Abiatar. Salomão contava com o sacerdote Sadoc, o profeta Natã, o chefe da guarda Banaías, além dos valentes de Davi. Os dois grupos lutam pela supremacia, tanto no campo político, como religioso e militar. A festa dada por Adonias é praticamente o lançamento público e oficial de sua candidatura.
11-40
O partido de Salomão toma providências imediatas. Trata-se de uma intriga de corte: em nenhum outro lugar se menciona esse juramento de Davi a Betsabéia. Por outro lado, Adonias nem sequer fora aclamado rei. Davi é manobrado pela intriga e nomeia imediatamente Salomão como sucessor.
41-53
A trama do partido de Salomão foi mortal para os partidários de Adonias que, temerosos, se dispersaram. Por enquanto as punições ficam suspensas, pois é dia de festa para Salomão e sues seguidores. As pontas do altar serviam de asilo: enquanto o perseguido estivesse agarrado a elas, o vingador do sangue não poderia tocá-lo, antes do julgamento e sentença.
2
1-11
Davi encarrega Salomão de realizar vinganças que ele próprio não pôde realizar. O mais importante do seu "testamento" são os vv. 3-4: a autoridade política não deve estar acima da lei. Portanto, não pode agir arbitrariamente. Pelo contrário, deve ser instrumento da lei a serviço do povo.
12-25
Adonias faz última tentativa para se manter próximo do poder: pedindo uma das esposas do próprio pai, mostra que ainda tem pretensões ao trono. Salomão se aproveita da oportunidade para eliminar o forte concorrente.
26-46
Salomão dá os últimos passos para assegurar definitivamente o poder: destitui do sacerdócio o levita abiatar, deixando em seu lugar Sadoc, provavelmente chefe de Jerusalém, antiga cidade dos jebuseus (cf. 2Sm 5,6-15 e nota). Desse modo, a ideologia levítica, que fermentava a criação de uma sociedade igualitária, é banida juntamente com Abiatar e continuará viva entre as tribos do Norte. Por outro lado, a fim de assegurar o controle militar, Salomão elimina Joab e passa a chefia do exército para Banaías.
3
1-3
O casamento de Salomão com a filha do Faraó (provavelmente Psusenés II) representa na verdade uma aliança política com o Egito. Aliança, no mínimo, ambígua, porque significa uma importação da cultura egípcia e, ao mesmo tempo, uma cópia do modelo político e econômico que vai causar sérios problemas para o povo.
4-15
1-10
Continua aqui a hitória da sucessão, interrompida em 2Sm 20,22. Com a velhice de Davi, formam-se dois partidos opostos: um apóia Adonias, o filho que teria direito natural à sucessão. Outro apóia Salomão, filho de Davi com Betsabéia. Adonias conta com seus outros irmãos, além de Joab, chefe do exército, e o sacerdote levita Abiatar. Salomão contava com o sacerdote Sadoc, o profeta Natã, o chefe da guarda Banaías, além dos valentes de Davi. Os dois grupos lutam pela supremacia, tanto no campo político, como religioso e militar. A festa dada por Adonias é praticamente o lançamento público e oficial de sua candidatura.
11-40
O partido de Salomão toma providências imediatas. Trata-se de uma intriga de corte: em nenhum outro lugar se menciona esse juramento de Davi a Betsabéia. Por outro lado, Adonias nem sequer fora aclamado rei. Davi é manobrado pela intriga e nomeia imediatamente Salomão como sucessor.
41-53
A trama do partido de Salomão foi mortal para os partidários de Adonias que, temerosos, se dispersaram. Por enquanto as punições ficam suspensas, pois é dia de festa para Salomão e sues seguidores. As pontas do altar serviam de asilo: enquanto o perseguido estivesse agarrado a elas, o vingador do sangue não poderia tocá-lo, antes do julgamento e sentença.
2
1-11
Davi encarrega Salomão de realizar vinganças que ele próprio não pôde realizar. O mais importante do seu "testamento" são os vv. 3-4: a autoridade política não deve estar acima da lei. Portanto, não pode agir arbitrariamente. Pelo contrário, deve ser instrumento da lei a serviço do povo.
12-25
Adonias faz última tentativa para se manter próximo do poder: pedindo uma das esposas do próprio pai, mostra que ainda tem pretensões ao trono. Salomão se aproveita da oportunidade para eliminar o forte concorrente.
26-46
Salomão dá os últimos passos para assegurar definitivamente o poder: destitui do sacerdócio o levita abiatar, deixando em seu lugar Sadoc, provavelmente chefe de Jerusalém, antiga cidade dos jebuseus (cf. 2Sm 5,6-15 e nota). Desse modo, a ideologia levítica, que fermentava a criação de uma sociedade igualitária, é banida juntamente com Abiatar e continuará viva entre as tribos do Norte. Por outro lado, a fim de assegurar o controle militar, Salomão elimina Joab e passa a chefia do exército para Banaías.
3
1-3
O casamento de Salomão com a filha do Faraó (provavelmente Psusenés II) representa na verdade uma aliança política com o Egito. Aliança, no mínimo, ambígua, porque significa uma importação da cultura egípcia e, ao mesmo tempo, uma cópia do modelo político e econômico que vai causar sérios problemas para o povo.
4-15
O sonho de Salomão mostra que o
grande anseio do povo é uma autoridade realmente capaz de discernir e realizar
a justiça. Para isso, a principal tarefa da autoridade consiste em saber
ouvir. É o requisito básico, não só para resolver o exercício contínuo de um governo justo.
Autoridade justa age sempre a partir de assessoramento que lhe permita ouvir as
legítimas aspirações do povo. Em outras
palavras, a verdadeira função da autoridade é servir ao povo que pertence a Deus.
16-28
Este episódio ilustra o que foi dito no trecho anterior: para fazer justiça, é preciso ouvir o povo que clama pela vida.
4
1-6
Comparando-se com as listas de funcionários de Davi (cf. 2Sm 8,15-18; 20,23-26), podemos notar que os cargos burocráticos se multiplicam para atender a uma administração sempre mais complexa.
7-20
Salomão organiza e aperfeiçoa o sistema tributário, seguindo o modelo egípcio: divide o país em doze prefeituras ou distritos, a fim de assegurar a arrecadação dos tributos, que sustentam a corte e o exército. A consolidação desse sistema desarticulou completamente a economia vigente no sistema das tribos.
5
1-8
O texto nos dá uma idéia do peso que a máquina do Estado representa para o povo. Os tributos, em geral, eram pagos em víveres, e se destinavam a sustentar não só a família real e frequentadores da corte, mas também os oficiais, funcionários e exército. Resta uma pergunta: é o rei que está a serviço do povo, ou é o povo que serve ao rei?
9-14
A fama de Salomão como rei sábio provém do fato que ele aparelhou a corte com uma scola sapiencial, que tinha duas tarefas: assessorar a política, formando diplomatas e altos funcionários, e sistematizar o conhecimento, organizando a experiência do povo e o conhecimento científico. O conteúdo dos vv. 12-13 não se refere nem ao livro Provérbios nem ao Cântico dos Cânticos. Trata-sde de listas enciclopédicas, muito comuns no Egito, onde se fazia a classificação das ciências tanto do mundo vegetal, como animal, e outros. É uma espécie de elenco precursor das nossas modernas enciclopédias.
15-32
O período de paz reinante permite que Salomão faça aliança com nações vizinhas e projete a realização de obras faraônicas. Note-se que o acordo comercial com o rei de Tiro envolvesse a troca de tecnologia especializada por bens de primeira necessidade. Isso acabará acarretando grande peso para o povo.
6
1-37
A construção do Templo, aqui minuciosamente descrita, é um passo importante para consolidar a política centralizadora de Salomão. Em todo poder centralizador, a religião torna-se instrumento poderoso de manipulação do povo. De fato, no contexto religioso, as pessoas se abrem e se expõem com facilidade às influências ideológicas. Revestida de caráter religioso, essas ideologias em geral se tornam absolutas e indiscutíveis. O Templo terá importância também nas reformas posteriores, principalmente no tempo do rei Josias.
7
1-12
O palácio real ficava à direita do Templo, isto é, no lugar de honra (cf. Sl 110,1). A descrição é mais extensa nas dependências públicas, tornando-se difícil ter idéia clara sobre o restante da construção.
13-51
Os utensílios do Templo são descritos minuciosamente, mas nem sempre é fácil imaginar sua forma, função e simbolismo. O Mar de bronze era um grande reservatório de água, necessária para as purificações rituais e a limpeza do Templo.
8
1-13
A inauguração do Templo é o momento solene para reunir todo o povo. Nota-se que o centro da festa é a introdução da Arca da Aliança no Santíssimo. Contudo, o que é sagrado nessa arca são as tábuas de pedra, isto é, o Decálogo, onde estão normas que testemunham a aliança de Deus com o seu povo. O Decálogo é a fonte de uma sociedade nova, fundada na liberdade e na vida, que gera novas relações entre as pessoas (cf. notas em Ex 20 e Dt 5). Observa-se ainda que a presença de Javé se manifesta e, ao mesmo tempo, se esconde na Nuvem escura (provavelmente formada pela fumaça do incenso). Deus está presente, mas de modo misterioso. Ele não se deixa reduzir a idéias ou formas definidas. Noutras palavras, Deus é o mistério insondável, que não pode ser reduzido ou manipulado dentro de um sistema teológico, instituição religiosa ou política, nem mesmo numa representação teológica definida (cf. v. 27).
14-29
Esta primeira parte da oração tem importância política e ideológica muito grande: Javé, o Deus libertador dos pobres e oprimidos, é tomado agora como o Deus que protege o poder político, perpetuando na descendência de Davi. Os profetas, através de suas críticas, mostrarão que isso no mínimo é ambíguo, e no máximo é um grande mal. Tal ambiguidade e mal já aparecerão na própria vida de Salomão. Sobre o templo como lugar do Nome, cf. nota em Dt 12,2-13,1.
30-66
Nesta prece, o Templo é visto como lugar de oração, e não de sacrifícios. O núcleo da oração de Salomão (vv. 30-51) contempla sete casos que mostram a ligação entre o Templo e o céu, entre o orar e o escutar, salientando a relação do povo com Deus: o povo suplica, e Deus responde com a libertação.
O sétimo pedido (vv. 46-51) foi acrescentado no período do exílio na Babilônia e contêm a chave para se compreender toda a história que vai de Josué até Segundo Reis. O que pretendia o autor dessa história? Mostrar o que o povo exilado deve fazer: rever a própria história, reconhecer seu pecado e converter-se a Javé, a fim de que este o reúna de novo para uma vida e histórias novas.
9
1-9
A dinastia de Davi, para continuar, deverá ser fiel ao projeto de Javé, que deseja construir uma sociedade livre dos ídolos e alicerçada na justiça e liberdade. O texto soa como solene advertência para o regime monárquico, consolidado através de Salomão.
10-25
Era a febre faraônica de construir um Estado poderoso "como as outras nações": grandes construções, burocracia complicada, aparelhamento militar e bélico, luxo da corte. Isso implicava em pesados impostos e até mesmo em trabalhos forçados parte do povo. As informações de 1Rs 5,27 e 11,28 contradizem o v. 22: também os israelitas foram recrutados para o trabalho forçado. O peso de todas essas iniciativas foi aos poucos gerando descontentamento, que iria provocar sérias consequências no futuro.
26-28
Embora seja breve, o texto mostra que Salomão praticava por via marítima o comércio com o exterior. Aqui só se menciona o comércio de luxo (ouro), mas não se diz o que se pagava em troca.
10
1-13
A visita da rainha de Sabá é um exemplo das relações diplomáticas mantidas por Salomão com os reinos vizinhos. O que mais chama a atenção nessas relações é, de um lado, a superficialidade (brincadeiras e adivinhação) e, de outro, o gasto com o luxo despendido nessas visitas (grande comitiva, presentes caros, banquetes). Os vv. 11 e 12 ficariam melhor antes do v. 14.
14-25
O fascínio provocado pelo esplendor e riqueza hipnotizam o povo e lhe tiram o senso crítico. Para quem serve toda essa riqueza? Quem goza de toda essa mordomia? Quem sustenta esse cúmulo de riquezas?
26-29
A descrição do exército de Salomão é grandiosa: 1.400 carros e 12.000 cavaleiros! É a preocupação com a segurança nacional de um império rico. O que o texto não conta é de onde vinha toda prata para esse comércio bélico. O texto de Dt 17,16 faz supor que o rei Salomão chegou a comprar cavalos do Egito em troca de mão-de-obra escrava. Em outras palavras, como se pode justificar a busca de segurança que faz o povo voltar à escravidão? Até que ponto os gastos para sustentar o aparato militar trazem benefícios e segurança~para o povo? O exército defende o povo ou defende o sistema que explora e oprime o povo?
11
1-13
O texto mostra que o pecado de Salomão foi a idolatria provocada por suas mulheres. Isso não quer dizer que a mulher seja fonte de infidelidade a Deus. Devemos lembrar que os casamentos de reis, em geral com filhas de outros monarcas, implicava em verdadeiras alianças econômicas, políticas, ideológicas e religiosas. Tais casamentos, portanto, significavam desvio dos ideais de um povo: deixava-se de lado a ideologia igualitária da religião javista, para seguir a ideologia da desigualdade sustentada pela religião de outras nações. Já se começa a perceber a decadência do grande império.
14-25
O império começa a desmoronar: Edom no Sul, e Aram no Norte, proclamam a própria independência. Israel perde duas importantes vias de acesso aos países vizinhos.
26-40
Os sinais da ruína se manifestam também internamente. O texto não deixa claro o motivo da revolta de Jeroboão, porque aí foi inserido um texto sobre o profeta Aías, texto que procura explicar a divisão do império entre Judá e as tribos do Norte. A revolta foi motivada provavelmente pelos trabalhos forçados que Salomão impunha às tribos (vv. 27-28). O regime que explora o povo vai fabricando a própria ruína: cedo ou tarde, o povo toma consciência e se rebela.
41-43
O "Livro da História de Salomão" é um documento antigo; talvez Anais da corte de Salomão.
12
1-24
É um momento crucial na história de Israel: as tribos se dividem, e a ruptura nunca mais vai ser curada. O povo do Norte, explorado e oprimido por Salomão, pede que i novo rei alivie o fardo. Os anciãos, depositários da experiência popular, relembram ao jovem rei que é função da autoridade servir ao povo e ouvir o seu clamor. Os jovens da corte, porém, aconselham o contrário: aumentar a exploração e opressão, para não perder a autoridade sobre o povo. Roboão segue o último conselho, e acaba perdendo o povo, ao violar o requisito básico para ser autoridade justa: saber escutar o povo (cf. nota em 1Rs 3,4-15). Diante de uma autoridade que não o escuta, cedo ou tarde o povo acaba se revoltando e declarando: "Não temos nada com você".
E Javé, de que lado está? Ele vê a exploração e a opressão, e ouve o clamor do seu povo (cf. Ex 3,7). O v. 24 deixa bem claro que Javé aprova a revolta do povo contra uma autoridade injusta.
25-33
Jeroboão procura dar uma nova identidade político-religiosa para as tribos do Norte. Para isso, muda o calendário, os lugares de culto, a data das festas, e institui o sacerdócio não levítico, tudo para impedir o povo de frequentar Jerusalém e voltar para Roboão. Os santuários de Betel e Dá, ao Sul e ao Norte, criam a delimitação religiosa para as tribos do Norte. Os bezerros de ouro não são deuses estrangeiros, mas representações ou símbolos da presença e poder de Javé. Equivalem a arca com os querubins que estavam no Templo de Jerusalém.
13
1-34
O texto deve ser compreendido no clima da reforma político-religiosa, que será realizada, trezentos anos mais tarde, pelo rei Josias (cf. 2Rs 22-23 e notas). Para reunir as tribos, Josias centraliza o culto em Jerusalém e destrói todos os outros santuários. Para tornar isso aceitável, se faz uma nova redação da história, projetando no passado uma "profecia" que já anunciava os atos do rei (cf. 2Rs 23, 15-18).
14
1-20
O mesmo profeta que anunciou a divisão do reino de Salomão e estimulou a revolta de Jeroboão (cf. 11,29-39), agora profetiza a desgraça para toda a dinastia de Jeroboão. O profeta é um crítico da revolução: também está sob o julgamento de Javé, pois aqueles que realizaram continuam a praticar a idolatria.
21-31
A situação em Judá é semelhante à de Israel: Roboão pratica a idolatria. A campanha do Faraó Sesac é a principal responsável pelo empobrecimento da região. E isso mostra porque o grand eimpério de Salomão se transforma de repente em dois reinos sem projeção. O fausto da corte diminui sensivelmente (bronze em lugar do ouro) e Roboão, provavelmente, se torna vassalo do Egito.
15
1-8
O breve reinado de Abiam é visto como castigo de seus pecados. Seu governo fraco e cheio de erros faz relembrar o tempo de Davi e acreditar que Judá ainda mantém o seu rei porque Davi realizou a vontade de Javé.
9-24
O elogio ao rei Asa se deve ao fato de ele ter se esforçado para preservar o javismo no país, eliminando parcialmente o culto a outros divindades.
25-32
Com o golpe de Baasa, termina a dinastia de Jeroboão e se inicia uma nova.
15,33-16,7
A mudança de dinastia não muda a situação no Reino do norte.
16
8-14
O curto reinado de ela é marcado pelo golpe dado por um de seus oficiais.
15-22
Sem o apoio do exército e do povo, Zambri não teve como se manter no trono.
23-28
Com Amri começa a dinastia mais estável do Reino do Norte. Mas seus sucessores, principalmente Acab, serão os principais responsáveis pela introdução de outras divindades. Amri fundou a cidade de Samaria, nova capital do Reino.
29-34
Com Acab se inicia um período importante na história de Israel: nasce o profetismo, dentro de uma época em que a religião javista se verá profundamente ameaçada. Não se trata de sincretismo, mas de substituição oficial: Javé no lugar de Baal.
1Rs 17-2Rs 2
Estes capítulos apresentam a história de elias, que praticamente encabeça em Israel a história do profetismo clássico. O texto fornece seis episódios, que transmitem narrativas populares sobre a pessoa e atividade do profeta. O tema central é o confronto de Elias com a política do rei Acab, que trazia sérias consequências para a vida do povo. Desse modo, Elias cunhou o profetismo clássico com a marca da ação política e social, que estará presente em todos os outros profetas.
17
16-28
Este episódio ilustra o que foi dito no trecho anterior: para fazer justiça, é preciso ouvir o povo que clama pela vida.
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1-6
Comparando-se com as listas de funcionários de Davi (cf. 2Sm 8,15-18; 20,23-26), podemos notar que os cargos burocráticos se multiplicam para atender a uma administração sempre mais complexa.
7-20
Salomão organiza e aperfeiçoa o sistema tributário, seguindo o modelo egípcio: divide o país em doze prefeituras ou distritos, a fim de assegurar a arrecadação dos tributos, que sustentam a corte e o exército. A consolidação desse sistema desarticulou completamente a economia vigente no sistema das tribos.
5
1-8
O texto nos dá uma idéia do peso que a máquina do Estado representa para o povo. Os tributos, em geral, eram pagos em víveres, e se destinavam a sustentar não só a família real e frequentadores da corte, mas também os oficiais, funcionários e exército. Resta uma pergunta: é o rei que está a serviço do povo, ou é o povo que serve ao rei?
9-14
A fama de Salomão como rei sábio provém do fato que ele aparelhou a corte com uma scola sapiencial, que tinha duas tarefas: assessorar a política, formando diplomatas e altos funcionários, e sistematizar o conhecimento, organizando a experiência do povo e o conhecimento científico. O conteúdo dos vv. 12-13 não se refere nem ao livro Provérbios nem ao Cântico dos Cânticos. Trata-sde de listas enciclopédicas, muito comuns no Egito, onde se fazia a classificação das ciências tanto do mundo vegetal, como animal, e outros. É uma espécie de elenco precursor das nossas modernas enciclopédias.
15-32
O período de paz reinante permite que Salomão faça aliança com nações vizinhas e projete a realização de obras faraônicas. Note-se que o acordo comercial com o rei de Tiro envolvesse a troca de tecnologia especializada por bens de primeira necessidade. Isso acabará acarretando grande peso para o povo.
6
1-37
A construção do Templo, aqui minuciosamente descrita, é um passo importante para consolidar a política centralizadora de Salomão. Em todo poder centralizador, a religião torna-se instrumento poderoso de manipulação do povo. De fato, no contexto religioso, as pessoas se abrem e se expõem com facilidade às influências ideológicas. Revestida de caráter religioso, essas ideologias em geral se tornam absolutas e indiscutíveis. O Templo terá importância também nas reformas posteriores, principalmente no tempo do rei Josias.
7
1-12
O palácio real ficava à direita do Templo, isto é, no lugar de honra (cf. Sl 110,1). A descrição é mais extensa nas dependências públicas, tornando-se difícil ter idéia clara sobre o restante da construção.
13-51
Os utensílios do Templo são descritos minuciosamente, mas nem sempre é fácil imaginar sua forma, função e simbolismo. O Mar de bronze era um grande reservatório de água, necessária para as purificações rituais e a limpeza do Templo.
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1-13
A inauguração do Templo é o momento solene para reunir todo o povo. Nota-se que o centro da festa é a introdução da Arca da Aliança no Santíssimo. Contudo, o que é sagrado nessa arca são as tábuas de pedra, isto é, o Decálogo, onde estão normas que testemunham a aliança de Deus com o seu povo. O Decálogo é a fonte de uma sociedade nova, fundada na liberdade e na vida, que gera novas relações entre as pessoas (cf. notas em Ex 20 e Dt 5). Observa-se ainda que a presença de Javé se manifesta e, ao mesmo tempo, se esconde na Nuvem escura (provavelmente formada pela fumaça do incenso). Deus está presente, mas de modo misterioso. Ele não se deixa reduzir a idéias ou formas definidas. Noutras palavras, Deus é o mistério insondável, que não pode ser reduzido ou manipulado dentro de um sistema teológico, instituição religiosa ou política, nem mesmo numa representação teológica definida (cf. v. 27).
14-29
Esta primeira parte da oração tem importância política e ideológica muito grande: Javé, o Deus libertador dos pobres e oprimidos, é tomado agora como o Deus que protege o poder político, perpetuando na descendência de Davi. Os profetas, através de suas críticas, mostrarão que isso no mínimo é ambíguo, e no máximo é um grande mal. Tal ambiguidade e mal já aparecerão na própria vida de Salomão. Sobre o templo como lugar do Nome, cf. nota em Dt 12,2-13,1.
30-66
Nesta prece, o Templo é visto como lugar de oração, e não de sacrifícios. O núcleo da oração de Salomão (vv. 30-51) contempla sete casos que mostram a ligação entre o Templo e o céu, entre o orar e o escutar, salientando a relação do povo com Deus: o povo suplica, e Deus responde com a libertação.
O sétimo pedido (vv. 46-51) foi acrescentado no período do exílio na Babilônia e contêm a chave para se compreender toda a história que vai de Josué até Segundo Reis. O que pretendia o autor dessa história? Mostrar o que o povo exilado deve fazer: rever a própria história, reconhecer seu pecado e converter-se a Javé, a fim de que este o reúna de novo para uma vida e histórias novas.
9
1-9
A dinastia de Davi, para continuar, deverá ser fiel ao projeto de Javé, que deseja construir uma sociedade livre dos ídolos e alicerçada na justiça e liberdade. O texto soa como solene advertência para o regime monárquico, consolidado através de Salomão.
10-25
Era a febre faraônica de construir um Estado poderoso "como as outras nações": grandes construções, burocracia complicada, aparelhamento militar e bélico, luxo da corte. Isso implicava em pesados impostos e até mesmo em trabalhos forçados parte do povo. As informações de 1Rs 5,27 e 11,28 contradizem o v. 22: também os israelitas foram recrutados para o trabalho forçado. O peso de todas essas iniciativas foi aos poucos gerando descontentamento, que iria provocar sérias consequências no futuro.
26-28
Embora seja breve, o texto mostra que Salomão praticava por via marítima o comércio com o exterior. Aqui só se menciona o comércio de luxo (ouro), mas não se diz o que se pagava em troca.
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1-13
A visita da rainha de Sabá é um exemplo das relações diplomáticas mantidas por Salomão com os reinos vizinhos. O que mais chama a atenção nessas relações é, de um lado, a superficialidade (brincadeiras e adivinhação) e, de outro, o gasto com o luxo despendido nessas visitas (grande comitiva, presentes caros, banquetes). Os vv. 11 e 12 ficariam melhor antes do v. 14.
14-25
O fascínio provocado pelo esplendor e riqueza hipnotizam o povo e lhe tiram o senso crítico. Para quem serve toda essa riqueza? Quem goza de toda essa mordomia? Quem sustenta esse cúmulo de riquezas?
26-29
A descrição do exército de Salomão é grandiosa: 1.400 carros e 12.000 cavaleiros! É a preocupação com a segurança nacional de um império rico. O que o texto não conta é de onde vinha toda prata para esse comércio bélico. O texto de Dt 17,16 faz supor que o rei Salomão chegou a comprar cavalos do Egito em troca de mão-de-obra escrava. Em outras palavras, como se pode justificar a busca de segurança que faz o povo voltar à escravidão? Até que ponto os gastos para sustentar o aparato militar trazem benefícios e segurança~para o povo? O exército defende o povo ou defende o sistema que explora e oprime o povo?
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1-13
O texto mostra que o pecado de Salomão foi a idolatria provocada por suas mulheres. Isso não quer dizer que a mulher seja fonte de infidelidade a Deus. Devemos lembrar que os casamentos de reis, em geral com filhas de outros monarcas, implicava em verdadeiras alianças econômicas, políticas, ideológicas e religiosas. Tais casamentos, portanto, significavam desvio dos ideais de um povo: deixava-se de lado a ideologia igualitária da religião javista, para seguir a ideologia da desigualdade sustentada pela religião de outras nações. Já se começa a perceber a decadência do grande império.
14-25
O império começa a desmoronar: Edom no Sul, e Aram no Norte, proclamam a própria independência. Israel perde duas importantes vias de acesso aos países vizinhos.
26-40
Os sinais da ruína se manifestam também internamente. O texto não deixa claro o motivo da revolta de Jeroboão, porque aí foi inserido um texto sobre o profeta Aías, texto que procura explicar a divisão do império entre Judá e as tribos do Norte. A revolta foi motivada provavelmente pelos trabalhos forçados que Salomão impunha às tribos (vv. 27-28). O regime que explora o povo vai fabricando a própria ruína: cedo ou tarde, o povo toma consciência e se rebela.
41-43
O "Livro da História de Salomão" é um documento antigo; talvez Anais da corte de Salomão.
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1-24
É um momento crucial na história de Israel: as tribos se dividem, e a ruptura nunca mais vai ser curada. O povo do Norte, explorado e oprimido por Salomão, pede que i novo rei alivie o fardo. Os anciãos, depositários da experiência popular, relembram ao jovem rei que é função da autoridade servir ao povo e ouvir o seu clamor. Os jovens da corte, porém, aconselham o contrário: aumentar a exploração e opressão, para não perder a autoridade sobre o povo. Roboão segue o último conselho, e acaba perdendo o povo, ao violar o requisito básico para ser autoridade justa: saber escutar o povo (cf. nota em 1Rs 3,4-15). Diante de uma autoridade que não o escuta, cedo ou tarde o povo acaba se revoltando e declarando: "Não temos nada com você".
E Javé, de que lado está? Ele vê a exploração e a opressão, e ouve o clamor do seu povo (cf. Ex 3,7). O v. 24 deixa bem claro que Javé aprova a revolta do povo contra uma autoridade injusta.
25-33
Jeroboão procura dar uma nova identidade político-religiosa para as tribos do Norte. Para isso, muda o calendário, os lugares de culto, a data das festas, e institui o sacerdócio não levítico, tudo para impedir o povo de frequentar Jerusalém e voltar para Roboão. Os santuários de Betel e Dá, ao Sul e ao Norte, criam a delimitação religiosa para as tribos do Norte. Os bezerros de ouro não são deuses estrangeiros, mas representações ou símbolos da presença e poder de Javé. Equivalem a arca com os querubins que estavam no Templo de Jerusalém.
13
1-34
O texto deve ser compreendido no clima da reforma político-religiosa, que será realizada, trezentos anos mais tarde, pelo rei Josias (cf. 2Rs 22-23 e notas). Para reunir as tribos, Josias centraliza o culto em Jerusalém e destrói todos os outros santuários. Para tornar isso aceitável, se faz uma nova redação da história, projetando no passado uma "profecia" que já anunciava os atos do rei (cf. 2Rs 23, 15-18).
14
1-20
O mesmo profeta que anunciou a divisão do reino de Salomão e estimulou a revolta de Jeroboão (cf. 11,29-39), agora profetiza a desgraça para toda a dinastia de Jeroboão. O profeta é um crítico da revolução: também está sob o julgamento de Javé, pois aqueles que realizaram continuam a praticar a idolatria.
21-31
A situação em Judá é semelhante à de Israel: Roboão pratica a idolatria. A campanha do Faraó Sesac é a principal responsável pelo empobrecimento da região. E isso mostra porque o grand eimpério de Salomão se transforma de repente em dois reinos sem projeção. O fausto da corte diminui sensivelmente (bronze em lugar do ouro) e Roboão, provavelmente, se torna vassalo do Egito.
15
1-8
O breve reinado de Abiam é visto como castigo de seus pecados. Seu governo fraco e cheio de erros faz relembrar o tempo de Davi e acreditar que Judá ainda mantém o seu rei porque Davi realizou a vontade de Javé.
9-24
O elogio ao rei Asa se deve ao fato de ele ter se esforçado para preservar o javismo no país, eliminando parcialmente o culto a outros divindades.
25-32
Com o golpe de Baasa, termina a dinastia de Jeroboão e se inicia uma nova.
15,33-16,7
A mudança de dinastia não muda a situação no Reino do norte.
16
8-14
O curto reinado de ela é marcado pelo golpe dado por um de seus oficiais.
15-22
Sem o apoio do exército e do povo, Zambri não teve como se manter no trono.
23-28
Com Amri começa a dinastia mais estável do Reino do Norte. Mas seus sucessores, principalmente Acab, serão os principais responsáveis pela introdução de outras divindades. Amri fundou a cidade de Samaria, nova capital do Reino.
29-34
Com Acab se inicia um período importante na história de Israel: nasce o profetismo, dentro de uma época em que a religião javista se verá profundamente ameaçada. Não se trata de sincretismo, mas de substituição oficial: Javé no lugar de Baal.
1Rs 17-2Rs 2
Estes capítulos apresentam a história de elias, que praticamente encabeça em Israel a história do profetismo clássico. O texto fornece seis episódios, que transmitem narrativas populares sobre a pessoa e atividade do profeta. O tema central é o confronto de Elias com a política do rei Acab, que trazia sérias consequências para a vida do povo. Desse modo, Elias cunhou o profetismo clássico com a marca da ação política e social, que estará presente em todos os outros profetas.
17
1-6
Elias quer dizer: "Meu Deus é Javé". Esse nome é para o profeta todo um programa de vida. Ele entra em cena com o anúncio do julgamento: traindo a Javé, o Deus da vida, a terra ficará sem vida (seca). E quem está com Javé encontra o necessário para viver.
7-16
Elias quer dizer: "Meu Deus é Javé". Esse nome é para o profeta todo um programa de vida. Ele entra em cena com o anúncio do julgamento: traindo a Javé, o Deus da vida, a terra ficará sem vida (seca). E quem está com Javé encontra o necessário para viver.
7-16
Javé se manifesta no meio dos pobres
e necessitados, dando a vida através dos gestos capaz de repartir o pouco que
se tem. Deus não deixa faltar nada para aqueles que estão dispostos a repartir.
O episódio lembra de perto em Mc 6, 30-44.
17-24
O verdadeiro profeta não é portador da morte para o povo. O sinal de que o profeta anuncia a palavra de Deus é o fato de ele ser o portador de vida.
18
1-46
Casando-se com a princesa fenícia Jezabel, o rei Acab adota os costumes e a religião dos fenícios, onde o deus Baal é considerado senhor da fertilidade e da vida. Em vez da vida, porém, vem a seca e, consequentemente, a morte para o povo. Elias mostra que a situação é castigo de Javé (cf. nota me 17,1-6). Por isso é perseguido pelo rei. O centro do texto é o confronto de Elias com a autoridade e os profetas de Baal (ideólogos a serviço da autoridade). Cabe ao profeta do Deus vivo desmascarar os deuses falsos e aqueles que o servem, dando ao povo possibilidade para descobrir a verdade e fazer a escolha entre o Deus que dá a vida e os ídolos que provocam a morte. Feito isso, termina o castigo e retorna a vida (chuva).
17-24
O verdadeiro profeta não é portador da morte para o povo. O sinal de que o profeta anuncia a palavra de Deus é o fato de ele ser o portador de vida.
18
1-46
Casando-se com a princesa fenícia Jezabel, o rei Acab adota os costumes e a religião dos fenícios, onde o deus Baal é considerado senhor da fertilidade e da vida. Em vez da vida, porém, vem a seca e, consequentemente, a morte para o povo. Elias mostra que a situação é castigo de Javé (cf. nota me 17,1-6). Por isso é perseguido pelo rei. O centro do texto é o confronto de Elias com a autoridade e os profetas de Baal (ideólogos a serviço da autoridade). Cabe ao profeta do Deus vivo desmascarar os deuses falsos e aqueles que o servem, dando ao povo possibilidade para descobrir a verdade e fazer a escolha entre o Deus que dá a vida e os ídolos que provocam a morte. Feito isso, termina o castigo e retorna a vida (chuva).
19
1-18
O Profeta é perseguido quando
desmascara as aparências que encobrem uma política opressora. Ameaçado de
morte, Elias foge. Sua fuga, porém se
transforma na busca da fonte original, que é a fé javista. O monte Horeb (Simai).
Lugar da aliança com Deus, é o ponto de partida para de formar uma sociedade
justa e fraterna. Nessa experiência do Deus libertador, o profeta descobre os
próximos passos a dar: reunir as pessoas
fiéis ao projeto de Javé,criar um
novo quadro político, e providenciar um substituto para a sua missão.
19-21
O manto simboliza a atividade profética: jogando-o sobre Eliseu, Elias o escolhe para acompanhá-lo. A missão profética é empenhativa e supõe que a pessoa a coloque, em primeiro lugar, acima dos próprios bens, família e trabalho.
20
1-43
O capítulo interrompe as narrativas sobre Elias. Neste episódio, o rei Acab, num primeiro momento, consulta o povo e sabe ouvir os profetas. Desse modo, a sua política é benéfica. A seguir, porém, começa a tomar decisões por própria conta, tentando conciliar projetos contrários. O profeta denuncia o fato e anuncia as conseqüências.
21
1-29
O terreno que cada israelita possuía era sinal de sua pertença ao povo. Vendê-lo sem necessidade seria o mesmo que renegar a própria identidade. Os ricos e poderosos não têm direito nenhum de extorquir os pobres. Note-se que Jezabel manipula a religião e a justiça, para satisfazer a ganância do marido. Cabe ao profeta defender a causa dos pobres, que facilmente se tornam vítima do abuso dos poderosos.
22
1-40
Os fatos aqui narrados continuam a descrever a guerra dos israelitas contra os arameus. O texto mostra a importância que os profetas adquiriram em Israel, tornando-se até mesmo conselheiros em questões de segurança nacional; Muitos desses profetas acabaram se tornando convenientes e bajuladores. Outros, porém, foram capazes de se posicionar de maneira realista e crítica, sendo por isso mal vistos, perseguidos, presos e até mortos.
41-51
Depois de Asa, Josafá é o segundo rei elogiado. O seu tempo foi de paz para os dois reinos e, provavelmente, de expansão comercial.
52-54
A narrativa sobre o reinado de Ocozias, apenas iniciada, vai continuar em 2Rs 1.
O manto simboliza a atividade profética: jogando-o sobre Eliseu, Elias o escolhe para acompanhá-lo. A missão profética é empenhativa e supõe que a pessoa a coloque, em primeiro lugar, acima dos próprios bens, família e trabalho.
20
1-43
O capítulo interrompe as narrativas sobre Elias. Neste episódio, o rei Acab, num primeiro momento, consulta o povo e sabe ouvir os profetas. Desse modo, a sua política é benéfica. A seguir, porém, começa a tomar decisões por própria conta, tentando conciliar projetos contrários. O profeta denuncia o fato e anuncia as conseqüências.
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1-29
O terreno que cada israelita possuía era sinal de sua pertença ao povo. Vendê-lo sem necessidade seria o mesmo que renegar a própria identidade. Os ricos e poderosos não têm direito nenhum de extorquir os pobres. Note-se que Jezabel manipula a religião e a justiça, para satisfazer a ganância do marido. Cabe ao profeta defender a causa dos pobres, que facilmente se tornam vítima do abuso dos poderosos.
22
1-40
Os fatos aqui narrados continuam a descrever a guerra dos israelitas contra os arameus. O texto mostra a importância que os profetas adquiriram em Israel, tornando-se até mesmo conselheiros em questões de segurança nacional; Muitos desses profetas acabaram se tornando convenientes e bajuladores. Outros, porém, foram capazes de se posicionar de maneira realista e crítica, sendo por isso mal vistos, perseguidos, presos e até mortos.
41-51
Depois de Asa, Josafá é o segundo rei elogiado. O seu tempo foi de paz para os dois reinos e, provavelmente, de expansão comercial.
52-54
A narrativa sobre o reinado de Ocozias, apenas iniciada, vai continuar em 2Rs 1.
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