sábado, 27 de dezembro de 2014

Permita que a salvação de Jesus entre em sua vida

Programa Ecoando
Dia 28: Domingo da 8ª de Natal  Ano B  (Cor Branca)

 Sagrada Família: Jesus, Maria e José 

Permita que a salvação de Jesus entre em sua vida

 1ª Leitura: Eclo 3, 3-7.14-17a

É um comentário ao quarto mandamento do Decálogo. O respeito e o cuidado para com os pais preservam a consciência viva da identidade de um povo.

 Salmo- 127

Oração em estilo sapiencial sobre a felicidade do justo.
Temer a Deus consiste em reconhecer que só ele é Deus, e o homem não é Deus. Daí nasce a obediência à vontade de Deus, que abençoa e ensina o caminho da vida: trabalho honesto, amor matrimonial, paternidade e maternidade que partilham a vida.
Do ciclo familiar para todo o povo: da cidade da aliança Deus abençoa a todos, criando uma história de paz.

 2ª Leitura: Cl 3, 12-21  

Através do batismo, os cristãos passam por uma transformação radical: deixam de pertencer à velha humanidade corrompida (homem velho) e começam a pertencer à nova humanidade (homem novo), que é a criação realizada em Cristo, o novo Adão, imagem de Deus (1,15). Na comunidade cristã, semente da nova humanidade, não se admitem distinções de raça, religião, cultura ou classe social: todos são iguais e participam igualmente da vida de Cristo. A transformação é coisa prática: deixar as ações que visam egoisticamente aos próprios interesses, em troca de ações a serviço de reconciliação mútua e do bem comum.
Paulo aplica às relações humanas o princípio enunciado no v. 17: fazer tudo “em nome do Senhor Jesus”. Note-se que ele prega uma única moral a todos (homem, mulher, crianças, adultos, senhores e escravos): todos devem ser leais e respeitosos com os outros. Embora Paulo não se afaste do modo de pensar da sua época, sua proposta é um passo para que se reconheça a igualdade de direitos entre os homens e para que aconteçam importantes transformações sociais.

 Evangelho: Lc 2, 22-40

Simeão e Ana também representam os pobres que esperam a libertação. E Deus responde a esperança deles. O cântico de Simeão relembra a vida e Missão do Messias: Jesus será sinal de contradição, isto é, julgamento para os ricos e poderosos, e libertação para os pobres e oprimidos (cf. Lc 6,20-26).


sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

“Filho de Maria, Deus Conosco”

Programa Ecoando
Dia 21: 4º Domingo do Advento  Ano B  (Cor Roxa)

 “Filho de Maria, Deus Conosco”

 1ª Leitura: 2Sm  7, 1-5.8b-12.14ª.16

Davi quer construir uma casa, isto é, um templo para Deus. Deus recusa, pois está presente no meio do povo que luta pela vida e liberdade. Em troca, é Deus quem vai construir uma casa, isto é, uma dinastia para Davi: o poder político estará sempre na mão de seus descendentes. O oráculo é sem dúvida um ato político que procura justificar e preservar o poder dinástico da família de Davi, principalmente o poder de Salomão. As tribos do Norte, porém, vão logo rebelar-se contra esse verdadeiro “ato institucional” (cf. 1Rs 12).
Esse texto fundou a concepção messiânica, elaborada tanto no Antigo como no Novo Testamento. Com o fracasso da realeza em Judá, o Messias (rei descendente de Davi) torna-se o rei ideal que libertará o povo e o fará viver conforme a justiça e o direito (cf. Is 11, 1-9 e nota). O Novo Testamento vê a pessoa de Jesus como a realização da promessa do Messias (Cristo = Ungido = Messias).

Salmo- 88

Oração de súplica numa catástrofe nacional, com especial menção da promessa de Deus feita a dinastia de Davi.
O amor e a fidelidade são termos básicos da Aliança e dão a tônica a todo este Salmo.
A Aliança com Davi fundou uma dinastia perpétua.
Hino de louvor, proclamando a soberania de Javé sobre o universo e a história. Acima de homens e autoridades está Deus. Ele firma o governo delas com amor e fidelidade, a fim de produzir justiça e direito.

2ª Leitura: Rm 16, 25-27  

O louvor exprime a alegria da Igreja que já vive o tempo que se realiza o mistério da salvação. (cf. nota em Ef 3, 1-13).

 Evangelho: Lc 1, 26-38

Maria é outra representante da comunidade dos pobres que espera pela libertação. Dela nasce Jesus Messias, o Filho de Deus. O fato de Maria conceber sem ainda está morando com José indica que o nascimento do Messias é obra da intervenção de Deus. Aquele que vai iniciar nova história surge dentro da história de maneira totalmente nova.


A CATEQUESE NO BRASIL: ORGANIZAÇÃO E INDENTIDADE

A catequese no Brasil vai assumindo diversas formas, linguagens e métodos, à medida que a realidade a interroga. A Igreja no Brasil chega ao século XX com duas atitudes principais diante dessa realidade: a de condenação e a de acolhida críticas das mudanças. Essas posturas ainda podemos ver nos cristãos de hoje diante do mundo que rapidamente se modifica, trazendo sempre desafios à evangelização. Podemos começar nos perguntando: que situações teriam ocorrido no Brasil, entre os anos de 1.800 e 1900, que influenciaram a forma de a Igreja se organizar? (Conversa em Grupo).

Separação entre Igreja e Estado

A virada do século, para os brasileiros, foi um período de intensas mudanças: econômicas, políticas, sociais e culturais. O fato que mais demonstra isso foi a proclamação da República, que mudou a forma de organização do estado brasileiro. Entre essas mudanças, estava a instauração do Estado laico, ou seja, uma forma de governo fundada no princípio de que o poder religioso não deveria influenciar na esfera pública, pois a decisão de seguir uma religião é de cunho privado. Houve muitas críticas por parte dos católicos, visto que, entre outras questões, a igreja já não  poderia intervir, com a mesma força de antes, nas decisões político- sociais. Mesmo os católicos se dividiram diante dessa situação: alguns defenderam a monarquia (no estilo que vinha sendo exercida até então, em relação direta com a Igreja Católica) e outros, a república, que acenava com maior liberdade política e da própria Igreja.
Assim, sem dependência do governo, como afirma frei Bernardo Cansi, a Igreja buscou organizar, com maior autonomia, a catequese, as dioceses e a ação pastoral. Vieram da Europa para o Brasil diversas congregações religiosas, como os maristas e os lassalistas, que muito contribuíram (e ainda o fazem) para a educação religiosa em colégios. De outro lado, não querendo perder os recursos para suas obras, muitos membros da hierarquia da Igreja uniram-se à burguesia em troca de financiamento de construções e ações sociais (colégios, hospitais, asilos, igrejas etc.). Aquela aproximação anterior com os mais pobres, principalmente índios, negros, camponeses e operários, não foi a grande preocupação da Igreja nesse momento histórico.

Educadores da fé

No início da República, entre as vozes da Igreja no Brasil, uma que se fez ouvir com fervor foi a do padre redentorista Júlio Maria. O sacerdote tinha como lema “catolicizar” o Brasil” e, para isso, via a importância do púlpito e também da imprensa. Acreditava que era preciso unir o povo e a Igreja, sem privilégios do governo. Valorizava a democracia e propunha uma evangelização junto as classes populares, dando grande destaque às questões sociais. O caminho proposto por padre Júlio Maria, para a catequese, era o de assumir a cultura e a religiosidade populares. No entanto, esse apelo não foi seguido e a catequese, assim como praticamente toda a ação pastoral, não teve um rosto brasileiro.
Também se destaca nessa época o monsenhor  Álvaro Negromonte, pernambucano que trabalhou em Belo Horizonte, onde criou o Boletim Catequético. A convite de Dom Helder Câmara, foi para o rio de Janeiro, onde assumiu o Departamento de Ensino Religioso daquela arquidiocese e lecionou, no Seminário São José, a disciplina “pedagogia catequética”, tema de um de seus livros. Seus manuais de ensino religioso, muito aceitos e utilizados no país, fundamentavam-se na Sagrada Escritura, principalmente nos evangelhos e na liturgia. O eixo central do seu método era a reflexão da doutrina, da moral e liturgia católicas. Seu campo de atuação era a escola, o que levou a catequese a assumir a linguagem, os métodos e a pedagogia dessa instintuição de ensino. Frei Bernardo Cansi a denomina “catequese escolarizada”. Hoje, a visão construída é que ensino religioso e catequese se complementam, embora sejam ações diferentes.

Catequese apologética

Nessa época, a Igreja no Brasil assumiu um catolicismo romantizado, de inspiração tridentina,  em que se valorizava mais os aspectos doutrinário e moralista, centrado no clero e nos sacramentos, e a organização se centrava na paróquia conforme explica  Henrique Cristiano José Matos.
Algo novo surgiu com Pio X, eleito papa em 1893, que, preocupado com a “ignorância religiosa”, escreveu a encíclica Acerbo Nimis em 1905, a primeira sobre catequese. Pio X também escreveu o Catecismo da Doutrina Cristã, que logo foi assumido pela Igreja no Brasil. Numa reunião em Aparecida (SP), em 1904, os bispos brasileiros estudaram esse catecismo e, em 1915, mostram-se favoráveis à aquisição e uso do Catecismo do Concílio de Trento para a catequese com adultos. Apontam como conteúdo fundamental: o Símbolo dos Apóstolos (Credo), os sacramentos e os sacramentais, os dez mandamentos e os mandamentos da Igreja, a oração, a graça e os conselhos evangélicos, as virtudes, o pecado e os novíssimos (céu, inferno, purgatório...).  Salientam também a importância de falar  do papa, do “primado e do magistério infalível”.
Nossos bispos, em 1939 no Rio de Janeiro, voltam a se encontrar para refletir sobre a catequese. Foi o primeiro Concílio  Plenário Brasileiro. Nesse encontro, os bispos, no entanto, concluem que a ignorância religiosa é a causa dos grandes males da Igreja e da sociedade. Não fazem uma leitura da realidade social, econômica e política, mas reduzem a visão do mal ao “não saber” do povo. Veem como inimigos o espiritismo e o protestantismo e definem como solução para defesa da fé cristã (apologética) o forte teor doutrinário da catequese.

Para conversar:
1)-Como percebemos a influência dessas idéias e metodologias catequéticas em nossa formação e nos dias atuais?
2)-O que essas propostas tem de riqueza e que limites apresentam?

Para rezar:
Rezemos por todos os leigos e leigas, religiosos e religiosas e sacerdotes que muito fizeram pela nossa catequese. Que aprendamos com eles a valorizar a educação da fé, e a promover, sempre mais, a reflexão profunda e madura de nossa ação catequética.

Cantemos: “Vinde , Espírito de Deus, e enchei os corações dos fiéis com vossos dons...” (ou outro conhecido da comunidade).

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

“JOÃO BATISTA VEIO PARA DAR TESTEMUNHO DA LUZ”

Programa Ecoando
Dia 14: 3º Domingo do Advento  Ano B  (Cor Rósea )

 “JOÃO BATISTA VEIO PARA DAR TESTEMUNHO DA LUZ”


1ª Leitura: Is  61, 1-2 a. 10-11

O profeta é enviado para  proclamar a Boa Notícia da libertação (VV. 1-3ª), e os destinatários são os pobres (v.1), porque estão abertos à fraternidade e à partilha. Para que a libertação se torne realidade, deverá acontecer no país uma restauração, que se abre para o futuro. Dentro do país, terá que triunfar a justiça nas relações entre os cidadãos; fora, terão que acessar as injustiças e opressões contra o país. A condição para acabar com as opressões externas é abolir as explorações que existem dentro do país; para isso, é preciso reconstruir a cidade e reestruturar o campo, através de uma nova política agrícola e pastoril. Não basta está na terra; é preciso possuí-la. Após sair da escravidão, é preciso caminhar para a libertação e dar-lhe consistência, restaurando o país dilapidado. Os estrangeiros já não irão explorar , participarão da partilha, através do trabalho (VV. 4-5). Dessa maneira, o povo será sacerdote ou ministro de Deus (v. 6), isto é, será oficiante de um culto que agrada a Javé (cf. cap. 58). Se há injustiça no país, exige-se conversão; se a injustiça vem de fora por não de outros, deverão ser enfrentados. Direito e justiça são o fiel da balança (v. 8b); através deles haverá alegria (v. 7), fidelidade a Deus (Aliança, v. 8b), bênção e reconhecimento das nações (v. 9): é o ano da graça de Javé.

Salmo- Lc, 1, 46ss

O cântico de Maria é o cântico dos pobres que reconhecem a vinda de Deus para libertá-los através de Jesus. Cumprindo a promessa, Deus assume o partido dos pobres, e realiza uma transformação na história, invertendo a ordem social: os ricos e poderosos são depostos e despojados, e os pobres e oprimidos são libertos e assumem a direção dessa nova história.


2ª Leitura: 1 Ts 5, 16-24

Paulo termina a carta com diversos conselhos para a construção e crescimento da comunidade: respeitar os  que tem encargo de dirigir, ajudar os irmãos que estão em dificuldade, vivwer em clima de alegria e oração. Os VV. 19-21 convidam os cristãos a exercitar mo discernimento e espírito crítico, para se tornarem capazes de reconhecer e assimilar o bem, onde quer que este se encontre.
Espírito, alma e corpo (v. 23) significam aqui o homem inteiro na sua vida concreta, participando do Espírito de Deus.

Evangelho: Jo 1, 6-8.19-28

Quando João Batista começou a pregação, os judeus estavam esperando o Messias, que iria libertá-los da miséria e da dominação estrangeira. João anunciava que a chegada do Messias estava próxima e pedia a adesão do povo, selando-a com o batismo. As autoridades religiosas estavam preocupadas e mandaram investigar se João pretendia ser ele o Messias. João nega ser o Messias, denuncia a culpa das autoridades, e dá uma notícia inquietante: o Messias já está presente a fim de inaugurar uma nova era para o povo.
Messias é o nome que os judeus davam ao Salvador esperado. Também o chamavam o Profeta. E, conforme se acreditava, antes de sua vinda deveria reaparecer o profeta Elias.
João Batista é a testemunha que tem como  função preparar o caminho para os homens chegarem até Jesus. Ora, a testemunha deve ser sincera, e não querer o lugar da pessoa que ela está testemunhando.


sexta-feira, 28 de novembro de 2014

“Eis que o Eterno Redentor vem ao nosso encontro!”

Programa Ecoando
Dia 30: 1º Domingo do Advento  Ano B  (Cor Roxa)

 “Eis que o Eterno Redentor vem ao nosso encontro!”

A vinda de Cristo não anula a liberdade humana, mas é convite a perseverança na justiça. Todo aquele que põe em Cristo o sentido de sua vida, acolhe a graça divina e participa da redenção trazida por Ele.

1ª Leitura: Is  63, 16b-17.19b; 64, 2b-7

Trata-se de uma súplica em quatro partes: meditação histórica (63,7-14); invocação a Deus Pai (63,15-19a ); pedido por uma manifestação de Deus (63, 19b-64, 4a ); confissão do pecado (64, 4b-11). Este salmo data provavelmente dos início dos exílio: diante do sofrimento, o povo relembra o passado com suas horas tristes e seus momentos de esperança, e dirige sua súplica a Deus, Pai e protetor de Israel, único que pode libertar seu filho da miséria. Para o povo, a libertação de uma questão de honra para Javé: que ele perdoe os filhos humilhados e lhes reavive a esperança.

Salmo 79

Oração coletiva de súplica, por ocasião de uma invasão inimiga.
Israel e Javé representam o reino do Norte, do qual se mencionam três tribos.  Trata-se de uma súplica, talvez motivada pela invasão assíria, que destruiu o reino de Israel em 722 a. C.
Refrão que se repete nos VV. 8 e 20, ampliando a cada vez o nome de Deus. Ele está sempre no meio de seu povo. No entanto os momentos de perigo e dificuldades são ocasiões de suas grandes  manifestações.
Javé dos Exércitos é o título do Deus guerreiro, que luta junto com seu povo. A derrota frente ao inimigo é interpretada como castigo divino.
A situação presente contrasta com a história que Deus já realizou com o seu povo: libertação do Egito, ocupação da terra, expansão no tempo do rei Davi. A imagem da videira ou vinha é comum para representar o povo de Deus.
Súplicas repetidas, apresentando o motivo para Deus agir: trata-se da tua videira, da tua vinha. A situação difícil é também momento para tomada de consciência e conversão (v. 19).

 2ª Leitura: 1 Cor 1, 3-9

 O único Senhor das igrejas é Jesus Cristo.
A evangelização da comunidade de Corinto foi completa: ela recebeu a riqueza do Evangelho e da sabedoria da vida Cristã. Este é outro tema importante da carta. Resta à comunidade perseverar no testemunho de Jesus Cristo até o fim.

 Evangelho: Mc  13, 33-37

Somente agora Jesus responde a pergunta dos discípulos (v. 4). Mas, mas em vez de dizer “quando” ou “como” acontecerá o fim, ele indica apenas como o discípulo deve se comportar na história. A tarefa do discípulo é testemunhar sem desanimar, continuando a ação de Jesus. A espera da plena manifestação de Jesus e o mundo novo por ele prometido impede, de um lado, que o discípulo se instale na situação presente; de outro, evita que o discípulo desanime, achando que o projeto de Jesus é difícil, distante e inviável.

Ao fazer memória da primeira vinda de Cristo, o Tempo do Advento é convite à vigilância. Estar vigilante significa ter consciência da liberdade que Deus nos concede e orientar nossas atitudes na busca da justiça do Reino. Imploremos a Deus a graça da perseverança na escuta e vivência do Evangelho

NO CAMINHO DO TREM

Para esta dinâmica, vamos precisar:
a)-De um trem, em sulfite, cartolina ou outro material, com a máquina e os vagões de carga e de passageiros;
b)-Do trilho do trem;
c)-Do cenário por onde “andará” o trem: montanhas, rios, árvores, flores, pedras, regiões mais secas, outras mais floridas, cidades, fazendas, vales... Neste caso, pode-se desenhar num papel maior, que servirá de “pano de fundo”;
d)-Da estação final do trem.

OBJETIVO:
O objetivo desta dinâmica é trabalhar “processos”, caminhadas, história. É ajudar os catequisandos a compreender  a “jornada” da vida, com suas belezas, dificuldades, potencialidades e limites. Pode ser usada para encontro com catequistas, também para avaliar a caminhada catequética.

COMO FAZER:
1)-O trem é um símbolo da própria pessoa, grupo ou instituição. Pode representar o(a) cristão(ã), a comunidade, a paróquia, a diocese ou a Igreja como um todo. Que tipo de trem sou eu? (ou o meu grupo/comunidade?) – é a pergunta que inicia a dinâmica. Os nomes podem ser colados na máquina  do trem.
2)-Os trilhos são o modo de caminhar de cada um, seu trajeto. Como são os trilhos da nossa vida? (ou da nossa ação catequética?) – esta é a pergunta que guia a reflexão neste momento. Ouvir as pessoas e escrever, em pequenos papéis, as respostas, que serão coladas junto aos trilhos.
3)-O cenário tem várias representações: os lugares onde vivemos ou passamos, as situações diferentes encontradas em nossa vida (de alegria, de tristeza, de dificuldades de encontros e desencontros), os eventos, os fatos vivenciados. Como tem sido a nossa vida? (ou a nossa caminhada deste ano?) – pergunta que nos ajuda a refletir sobre o que vivemos. As pedras, as flores, as cidades, enfim, ajudam a representar esses momentos.
4)-O Trem também carrega coisas: sonhos, projetos, experiências de vida, objetivos, fé, amor, esperança, caridade. O que temos carregado, trazido conosco? As observações podem ser colocadas nos vagões.
5)- O(a) cristão(ã), o grupo, a comunidade precisam se alimentar, assim como trem, para prosseguir a jornada: nós, além dos alimentos, com a fé, com a Palavra de Deus, com os sonhos e projetos de vida (pessoal, profissional, comunitário, social, vocacional). O que tem alimentado a nossa jornada? Os carvões do vagão de carga podem servir aqui de símbolo para ajudar as pessoas a se expressar.
6)-A estação é a grande meta da nossa vida, assim como a do trem. Aonde queremos chegar, o que queremos construir? O que for expresso pelo grupo pode ser colocado na estação, ou em forma de palavras ou de figuras.
Feito o “passeio” com o trem, refletir sobre aquilo que estamos dando importância a nossa vida, do que ela está cheia e do que ela está vazia, como temos colocado Deus e a comunidade em nossa jornada. Refletir sobre o que podemos ainda acrescentar ou observar melhor a nossa caminhada. Um poema propício, ou uma música e uma oração podem encerrar esse momento.



quarta-feira, 26 de novembro de 2014

TEXTOS E MANUAIS NA CATEQUESE: LIMITES E POSSIBILIDADES

Iniciando a conversa

- Colocar a Bíblia em lugar de destaque, rodeada por textos e manuais de catequese.
- Canto: “Toda Bíblia é Comunicação”
- Conversar sobre os textos usados pelo grupo na catequese: como são usados, necessidade e importância etc.
- Invocar o Espírito Santo.

A vida fala

Em nossos encontros com catequistas, uma das  dúvidas que nos são apresentadas é: que manual catequético utilizar, ou não utilizar nenhum? É uma preocupação coerente com a responsabilidade de educar na fé: queremos ter alguma certeza positiva quanto ao material que subsidiará nossa ação na comunidade.

Para aprofundar nossa reflexão, será bom retornar ao sentido da catequese: um caminho de maturidade na fé, de encontro com Deus, consigo e com os irmãos e irmãs (a comunidade). A fé cristã é, por essência, vivida em comunidade. A catequese é processo, porque acompanha o cristão em toda a sua vida, e não um curso ou uma aula. Ela tem compromisso com a Igreja, para formar o povo de Deus, e com o Reino, para anunciá-lo e denunciar tudo que vai contra ele (é o seu caráter profético).
E onde, então, entram os textos e manuais de catequese? Eles fazem  parte desse processo, há muito tempo, na história da catequese e também  da própria Igreja. Lembremos que, desde o início, nas primeiras comunidades cristãs, as cartas apostólicas ajudaram (e continuam ajudando) a  caminhada do povo de Deus. Textos catequéticos favoreceram a reflexão sobre o caminho a ser tomado (por exemplo, a Didaqué). Qual, então, o jeito “certo” de lidar com esse material hoje?

Critérios e perspectivas

O Estudo n. 53 da CNBB, Textos e manuais de catequese, busca colaborar com os catequistas nessa tarefa. Ele propõe critérios para essa escolha e para a confecção de textos. Assim, aqueles grupos de catequistas que se dispõe à tarefa de produzir um material de auxílio às suas comunidades também devem estar atentos a esses princípios.
Respeitando a diversidade de linguagens, pontos de partida, dinâmicas de estruturação do material, contextos socioculturais que os autores possuem, as propostas da CNBB nos ajudam na seguinte reflexão:
a)- A catequese é realizada em comunidade a fim de formar membros das comunidades cristãs. Pergunta-se: onde está a comunidade nos textos e manuais? Que relevância lhe é dada e como os textos auxiliam na compreensão da vida comunitária cristã?
b)- A catequese é um caminho que busca a interação entre vida e fé, pois recebe o ser humano em sua integridade e a presença de Deus na vida e na história humanas. Pergunta-se como os textos ajudam os catequisandos a expressar as suas experiências de vida e de fé e a integrar essas duas dimensões em suas vidas? A vida e a fé estão presentes como realidades que se integram? A fé ilumina a vida para transformá-la e fazer dos cristãos agentes de transformação das realidades que estão fora do plano de Deus?
c)- A catequese tem na Bíblia seu livro principal, assim como toda a vida e a ação cristã. Os manuais e textos também apresentam a Palavra de Deus como fonte de reflexão? Que tipo de interpretação bíblica é utilizada: ela está coerente com a proposta da Igreja? Jesus Cristo é o centro dos textos e manuais? É para ele que os textos apontam sempre? Ele (suas palavras e gestos) é o conteúdo principal da catequese proposta?
d)- A catequese é, também, “escola de oração”. Dessa forma, os textos ajudam os catequisandos a celebrar a fé e a vida? Ajudam, também, a compreender e vivenciar bem a liturgia na comunidade?
e)- A moral cristã tem na prática do amor seu maior princípio. Qual a visão moral apresentada nos textos manuais a serem utilizados? Propõe, além da moral pessoal, uma moral comunitária e social com base na vida e nas palavras de Jesus e nos ensinamentos da Igreja?
f)- A catequese busca construir uma linguagem que se adapte às várias situações de vida. Os textos e manuais contemplam esse princípio? Levam em conta a idade, as condições sociais e culturais, as condições de necessidades diferenciadas dos catequisandos? As dinâmicas e as linguagens utilizadas consideram o processo de catequese de educação da fé? Ajudam a formar discípulos missionários capazes de responder às questões da vida iluminados pela fé, atuando no sentido de promover a dignidade de todos e todas?

A utilização do material

Feita a escolha, será importante refletir com o grupo de catequistas sobre qual será o papel desses materiais na catequese. Salientamos que o processo catequético deve envolver catequista, catequizando e comunidade. Eles são os agentes principais do processo. Iluminados pela palavra de Deus, os catequistas têm a responsabilidade de preparar os encontros catequéticos. Esse planejamento nunca deve ser substituído pelo “comodismo” de ter um manual.
Os textos e manuais podem contribuir, oferecendo um roteiro organizado para todo o ciclo catequético. Porem não devem ser a única fonte em que os catequistas buscam orientação e material de apoio. Outros textos, livros, vídeos, músicas, jornais, revistas devem também ser consultados e acrescentados ao planejamento catequético. Principalmente a Bíblia: esta nunca deve ser substituída pelos textos nos manuais, mas estes devem apontar para a leitura da palavra de Deus.
O que se espera é que o manual e os textos sejam “subsídios” que contribuam para a caminhada de fé do catequisando, orientado por seu catequista com sua comunidade cristã. Uma tarefa criativa assume seu papel com a participação ativa da coordenação de catequese, do pároco e da comunidade como um todo, para que o catequisando faça seu encontro pessoal com Jesus Cristo e o siga na comunidade e na sociedade.

Para conversar:
a)-Que critério temos seguido para escolher/produzir os manuais e textos da catequese?

b)-Que mudanças temos de fazer, com base nesta reflexão, para melhor utilizar os manuais e textos catequéticos?