1º Domingo da Quaresma Ano A - Dia 05 de março de 2017 - Roxo - 1ª Semana do Saltério
1ª Leitura: Gêneses 2, 7-9; 3,1-7
A primeira narrativa da criação (1,1-2,4ª) apresenta as águas disformes como caos, desordem e ausência de vida. A segunda narrativa, elaborada no tempo do rei Salomão (séc. X a.C.), se originou entre nômades que viviam no deserto; para eles, terra seca é ausência de vida. Por isso imaginam, como início da criação, a chuva e a possibilidade de o homem encontrar água. A grande bênção inicial é, portanto, a água (VV. 4b-7). Os VV. 8-7 narram a história do Éden, um paraíso na terra, para onde confluem os maiores rios do mundo estão conhecido, e onde as árvores e frutos são abundantes. Deus criou a terra para que o homem usufrua dela e possua vida plena (árvore da vida). A condição única é o homem se subordinar a Deus: obedecer o seu projeto de vida e fraternidade, e não querer decidir por si mesmo o que é bem e o que é mal (comer o fruto da árvore do bem e do mal), a fim de não ser causa a espécie alguma de opressão e morte.
O texto procura explicar a origem do mal. O centro dessa questão é a pretensão de ser como Deus (v.5), usurpando o lugar de Deus verdadeiro para torna-se auto suficiente, isto é, um falso deus. A auto suficiência é a mãe de todos os males, que são apenas consequência dela. Deus é o Senhor absoluto, e seu projeto é vida e liberdade para todos, no clima de fraternidade e partilha. Quando o homem se torna auto suficiente, se rebela contra o projeto de Deus e faz o seu próprio projeto: liberdade e vida só para si mesmo. O homem sonha possuir liberdade e vida plenas; porém na sua auto-suficiência, ele produz o contrário: escravidão e morte. As relações de fraternidade se transforma em relações de poder e opressão; a relação de partilha transforma-se em exploração, e esta produz a riqueza de poucos e a pobreza de muito. Desse modo, as relações ficam distorcidas e quebradas, tanto dos homens entre si como dos homens com a natureza. Nesse clima gerado pelo mal, que tende a multiplicar, o caminho já não leva para a vida, mas para a morte (VV. 22-24). Tudo perdido? Não. Diante do mal gerado pelo homem, Deus promete uma descendência que estará comprometida com o projeto de Deus, projeto este que triunfará sobre todo o mal. O Novo Testamento vê nessa descendência o povo com o povo comprometido com Jesus Cristo, que é o supremo revelador do projeto de Deus.
Salmo: 50
Súplica penitencial, com reconhecimento do pecado e com pedido de perdão. É a segunda parte da cerimônia iniciada com o salmo 50: frente à acusação feita por Deus, só resta ao homem confessar o próprio pecado.
3-11- Retrato do pecador. Obsecado pesa culpa o pecador descobre que o pecado é sempre, e em primeiro lugar, uma ofensa contra Deus, o parceiro da Aliança. Assim, confessar o pecado, significa, ao mesmo tempo, absorver Deus como inocente, libertando-o de qualquer cumplicidade. Reconhecendo a solidariedade dele, o pecador começa a ressuscitar,pedindo perdão: “purifica-me”, “lava-me”, “devolve-me a alegria”.
12-15- No arrependimento começa o reino da graça. O perdão é nova criação, que dá ao homem um espírito firme, santo e generoso. Resultado disso é a missão: o pecador perdoado trona-se missionário que ensina aos outros o caminho da volta para Deus.
16-19- Castigo do pecado é a morte (sangue). Alusão talvez a um crime que merecia a pena capital. Perdoado, o homem pode louvar a Deus, reconhecendo-lhe a misericórdia (cf. salmo 32 e 103). Os VV. 18-19 retomam o tema do salmo 50,14.23: Deus quer o sacrifício da confissão, para que o homem se liberte do pecado, e o próprio Deus fique isento de qualquer cumplicidade.
20-21: Claro acréscimo feito depois do exílio. No espírito do salmo, os exilados primeiro deverão converter-se, confessando a própria infidelidade ao projeto de Deus. Depois, Deus aceitará novamente as cerimônias cultuais.
2ª Leitura: Romanos 5, 12-19
Paulo contrapões duas figuras, dois reinos e duas conseqüências: Adão-Cristo, pecado-graça; morte-vida. Adão é o único e a personificação da humanidade mergulhada no reino do pecado e caminhando para a morte; Cristo, o novo Adão, é início e personificação da humanidade introduzida no reino da graça e caminhando para a vida. Paulo não está interessado nas semelhanças entre Cristo e Adão. Ele os contrapõe apenas para mostrar a supremacia de Cristo e do reino da graça sobre Adão e o reino do pecado; pois o dom de Deus supera de longe o pecado dos homens.
Evangelho: Mateus 4, 1-11
Cf. nota em Mc 1,12-13.
A tentação no deserto resume os conflitos que Jesus vai experimentar em toda a sua vida. Deverá enfrentar o representante das forças do mal que escravizam os homens. E Deus o sustentará nessa luta.
Mateus pormenoriza, salientando três tentações. Nelas, Jesus é tentado de falsificar a própria missão, realizando uma atividade que só busque satisfazer às necessidades imediatas, buscar o prestígio e ambicionar o poder e as riquezas. Jesus, porém, resiste a essas tentações. Seu projeto de justiça é transformar a essas estruturas segundo a vontade de Deus (palavra que sai da boca de Deus), não pondo Deus a seu próprio serviço ou interesse (Não tente o Senhor seu Deus), e não absolutizando coisas que geram opressão e exploração sobre os homens, criando ídolos (Você adorará ao Senhor seu Deus...).
Edinólia Oliveira
Jesus se tornou famoso pela promessa de salvação e libertação que tanto os Judeus esperavam.. Famoso pela cura dos doentes, famoso por sua pregação e ensinamento da verdadeira felicidade. Famoso porque só ela tem palavra de vida eterna. O testemunhos dos Apóstolos comprovam os milagres e todo o poder do Filho Ungido de Deus.. Deus se manifestou por seu Filho jesus e passou por ritos de Salvação que todos nos vamos ter que passar para se tornar um verdadeiro cristão.. Vencer todas as tentações. Deus se tornou um de nós para nos manifesta que é com simplicidade e obediência que se alcança a verdadeira salvação. Sendo pobre e caridoso. A morte de Cruz é o sinal de seu reinado de amor e misericórdia para todos nós.. Muitos não entenderão o projeto de Deus, porque se renderam a tentação do poder, do dinheiro e da fama. Mas Jesus é o único caminho para vencer essas tentações. Seguindo os ensinamentos de Jesus Cristo podemos vencer essas tentações e sermos muito mais caridosos com nossos irmãos necessitados.
amém,