sábado, 13 de agosto de 2011

É NORMAL

                Olhando para a vida
          É fácil ouvir por aí que é normal: a corrupção na vida política do país e do mundo; a violência; a exploração da natureza; as drogas no meio da juventude; o alto custo da vida; mentir para conseguir vantagens; a prostituição; a gravidez na adolescência; a falta de responsabilidade; o sexo livre, desde que com segurança; a infidelidade nas relações entre homens e mulheres; o extremo entre a riqueza e a miséria; burlar as leis; "fazer as coisas por debaixo do pano"; subornar pessoas, desde que ninguém saiba; roubar dilheiro do povo; falar uma coisa e fazer outra; manter as aparências...
           Mas será verdade que tudo isso é normal? Hoje em dia, é preciso muito discernimento diante da realidade para não "comer gato por lebre", para não dizer que "pau é pedra", para não perder o bom senso, para não fazer da maldade um ideal de vida.
          E as pessoas de fé buscam na palavra de Deus os critérios para esse discernimento.
               A palavra de Deus ilumina a vida - Deuteronômio 30,15-19
          "Veja: hoje eu estou colocando diante de você a vida e a felicidade, a morte e a desgraça. Se obedecer aos mandamentos de Javé seu Deus, que hoje lhe ordeno, amando a Javé seu Deus, andando em seus caminhos e observando os seus mandamentos, estatutos e normas, você viverá e se multiplicará. Javé Deus o abençoará na terra onde você está entranto para tomar posse dela. Todavia, se o seu coração se desviar e você não obedecer, se você se deixar seduzir e adorar e servir a outros deuses, eu hoje lhes declaro: é certo que vocês perecerão! Vocês não prolongarão seus dias sobre a terra, onde estão entrando, ao atravessar o rio Jordão, para dela tomar posse. Hoje eu torno o céu e a terra como testemunhas contra vocês: eu lhe propus a vida ou a morte, a bênção e a maldição. Escolha, portanto, a vida, para que você e seus descendentes possam viver...".
               REFLETINDO
           Tudo o que somos é fruto, em parte, de nossas relações sociais e de nossa liberdade. É pela convivência que, desde pequenos, aprendemos a nos relacionar, a assumir determinados comportamentos, a entender o mundo, os outros e a nós mesmos e a fazer nossas escolhas.
           A sociedade, filha dessas relações, existe para garantir a vida daqueles que a constituem, de modo que a todos se propicie a oportunidade de crescer como pessoas, tendo como pano de fundo o bem comum.
           A vida exige a capacidade de entender que nenhum homem é uma ilha e que o desafio do encontro de liberdade é constante. A liberdade de um termina onde começa a do outro. As leis, os cosntumes sociais e ética tem a função de garantir, de acordo com as personalidades, aquilo que permite a realização de todos. Fora dessas considerações, torna-se difícil a vida comum e individual, porque ambas são realidades entrelaçadas.
          Quando falamos que algo ou alguém está ou é normal, estamos dizendo que algo ou alguém se encontra numa situação equilibrada, saudável, tranquila...
           Normalidade, para nós, lembra harmonia, paz, estabilidade, naturalidade, aquilo que está de acordo com as "normas", padrões, costumes, leis, comportamentos, da natureza ou de uma sociedade. Do ponto de vista da natureza, normal é aquilo que obedece às leis que regem as diversas etapas do mistério da vida e das coisas constituintes do mundom material. Do ponto de vista social, normal é aquilo que permite o desenvolvimento equilibrado de condições que possibilitam a vida das pessoas em sociedade.
          Quando se diz que uma situação se normalizou, significa que aquilo que estava desorganizado, em crise, em conflito, encontrou um ponto de harmonia, de equilíbrio.
          Quando se diz que " é preciso normalizar", significa que é necessário ajudar as coisas, situações ou pessoas a encontrar um caminho seguro, orientado.
          Quando dizemos que algo é normal, estamos aprovando determinada realidade, estabelecendo-a como orientação, norma, uma referência, um exemplo a seguir.
          Se as pessoas e, com elas, a sociedade começam a achar normais determinadas atitudes, situações e práticas que não promovem a dignidade do ser humano e dificultar a vida de todos, para onde caminharemos? É uma atitude inteligente propor como norma, como referência, como exemplo, realidades que não trazem a felicidade? É normal considerar o mal como se fosse um bem? é normal escolher a morte e não a vida?
          A palavra de Deus faz um convite constante para que as pessoas não considerem como normal o caminho de morte, mas encontrem e trilhem o caminho da vida.
          Catequizar é crescer e amadurecer na capacidade de discernir entre a vida e a morte e, sabiamente, escolher a vida, como discípulo missionário de Jesus Cristo.

Revista ECOANDO - Formação Interativa com Catequistas - Ano VI - nº 22.

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