quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

CATEQUESE PERMANENTE E INICIAÇÃO A VIDA CRISTÃ

A iniciação a vida cristã é um dos temas que vem sendo retomado gradativamente na caminhada da Igreja como tarefa central e como cumprimento do mandato missionário deixado por Jesus Cristo.
“Ide pois fazer discípulos entre todas as nações, e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. E ensinai-lhes a observar tudo o que vos tenho ordenado. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28, 19-20)
Na verdade, o mandato missionário é o envio e missão, é chamado de vocação cristã. Podemos dizer que nele está o fundamento da Iniciação à vida cristã, como o agir missionário, como resposta ao dinamismo do Espírito, que impulsiona e nos convida a acolher a Revelação, enviando-nos a anunciar a Boa Nova em todo mundo.
Mas a experiência nos ensina que o anuncio do Evangelho exige fidelidade, pelo menos a dois aspectos:
• Ao conteúdo que é anunciado
• Ao caminho pelo qual se faz este mesmo anuncio.
O conteúdo, nós sabemos que é Jesus Cristo, morto e ressuscitado para a nossa salvação (cf. At 2,36)
O caminho é uma conseqüência do conteúdo. Se Jesus Cristo é o Verbo que se fez carne, feito humano em tudo, menos no pecado, o caminho para o anuncio deste mesmo Jesus Cristo só pode ser a encarnação, o mergulho, na vida de pessoas, grupos e povos.
Para isso, necessário se faz que cada pessoa faça a experiência do encontro com Jesus Cristo, morto e ressuscitado para nossa salvação, é necessário propiciar o encontro com Cristo que da origem à iniciação cristã.
Deseja-se realizar uma formação que ajude as pessoas a anunciar com a vida e comunicar com eficácia a boa notícia do Evangelho, favorecendo a implantação de uma nova mentalidade. Para a partir daí, tornar-se missionárias e evangelizadoras.
É preciso convergir para a meta que é o reino de Deus. Os bispos, presbíteros, diáconos permanentes, consagrados e consagradas, leigos e leigas, são chamados a assumir atitude de permanente conversão pastoral, que implica escutar com atenção e discernir “o que o Espírito está dizendo às Igrejas”.
Se não acontecer uma mudança real na ação pastoral serão inúteis nossos esforços de uma renovação catequética e conseqüentemente na formação de catequistas.
Mas como formar catequistas se muitos de nossos formadores não estão em condições de acompanhar os catequistas.
Nossa atenção hoje deve ser voltada também com a formação permanente e continuada dos educadores ou orientadores de cursos espalhados pelo país.
É necessário o acompanhamento na formação do catequista para a catequese iniciática. Não queremos mais pensar em uma formação como simples repasse de conceitos, alguém que repete o que ouviu nos cursos e congressos.
Queremos formar catequistas competentes, capazes de responder aos inúmeros desafios da nossa realidade atual. Temos que capacitar o catequista para ser uma pessoa de relações com alegria e otimismo.
Constatamos que muitos encontram dificuldades na transmissão da mensagem cristã e também de contar experiências.
Como levar as pessoas a um contato vivo e pessoal com Jesus Cristo, como fazê-los mergulhar nas riquezas do Evangelho, como iniciá-los verdadeiramente e eficazmente na vida da comunidade cristã e fazê-los participar da vida divina, cuja expressão maior são os sacramentos da iniciação?
Dada a necessidade de uma aprendizagem gradual e sistemática no conhecimento, no amor e no seguimento a Jesus Cristo, propõe-se:
a) Assumir, na comunidade eclesial, a iniciação cristã, buscando renovar a vida comunitária, despertando para a ação, compromisso missionário e sócio transformador.
É necessário esclarecer, em primeiro lugar, que por Iniciação cristã se entende todo o processo pelo qual alguém é incorporado ao mistério de Cristo Jesus. Iniciação é sempre iniciação ao mistério, é mergulho pessoal no mistério; ele está presente também no centro da fé.
Para ter acesso aos divinos mistérios a pessoa precisa, de uma maneira ou de outra, ser iniciada a essas realidades maravilhosas através de experiências que marcam profundamente. São os ritos iniciaticos. No decorrer dos séculos, porém, a iniciação foi se limitando à preparação aos sacramentos da iniciação Cristã (Batismo, Eucaristia, Confirmação). Às vezes tal preparação foi reduzida a uma síntese doutrinal, enfeixada no tradicional estilo de catecismo, pressupondo a vivencia cristã na família e na sociedade, marcadas, então, pelo cristianismo.
b) Motivar as comunidades para que o processo catequético de formação, adotado pela Igreja para a iniciação cristã, seja assumido por todos.
c) Investir na implementação da catequese de inspiração catecumenal, apresentando um itinerário catequético permanente (cf. DA 298).
d) Motivar os adultos para a vivencia da fé em comunidade, para que ela seja lugar de acolhida e de ajuda (cf. DGC 182c).
“O desejo de Deus está inscrito no coração do homem, já que o homem é criado por Deus e para Deus; e Deus não cessa de atrair o homem a si, e somente em Deus o homem há de encontrar a verdade e a felicidade que não cessa de procurar” (CIC 27)
Quem chega a idade adulta com essas indagações precisa de mais do que uma síntese doutrinal. Traz toda uma vida, cheia de experiências, perplexidades, alegrias e decepções.
O adulto cheio de perguntas quer descobrir sentido na vida, nos seus relacionamentos, no mistério de Deus já percebido através da criação, como primeiro livro da Revelação divina.
e) Criar condições na ação evangelizadora para que possa desenvolver uma catequese que fale ao coração dos adultos.
É necessário um verdadeiro mergulho no mistério, com uma experiência cada vez mais profunda das diversas dimensões da vida cristã. Isso não se faz num cursinho rápido e nem mesmo numa catequese isolada de outros aspectos da vida eclesial. Não se trata de aprender coisas, trata-se de adesão consciente a um projeto de vida.
f) Organizar meios e serviços, sobretudo paroquiais, para oferecer formação diferenciada aos adultos praticantes, aos batizados não praticantes ou afastados e aos convertidos que pedem o Batismo. Nisto está a riqueza do processo catecumenal, proposto pelo Rito de Iniciação Cristã de Adultos (RICA).
Brilhaste e resplandeceste diante de mim, e expulsaste dos meus olhos a cegueira. Exalaste o teu Espírito e aspirei o teu perfume, e desejei-te. Saboreei-te, e agora tenho fome e sede de ti. Tocaste-me, e abrasei-me na tua paz” (Santo Agostinho, Confissões X,27,38).
O catecumenato se define como “processo educativo-cristão, demarcado por tempos e etapas, dirigido a convertidos, no seio de uma comunidade eclesial, por meio de uma regeneração sacramental”.
O catecumenato foi um caminho antigo e eficiente, desenvolvido pelas comunidades cristãs, aprofundado pelos Santos Padres.
A restauração do catecumenato, solicitada pela Igreja, quer retomar a dimensão mística, celebrativa, da catequese, considerando que um dos aspectos essenciais da educação da fé é levar as pessoas a uma autentica experiência cristã, na integridade de suas várias dimensões.
Teologicamente falando a iniciação Cristã possui quatro características que definem sua natureza:
1- Ela é obra do amor de Deus.
A iniciação cristã é graça benevolente e transformadora, que nos precede e nos cumula com os dons divinos em Cristo.
2- Esta obra divina se realiza na Igreja e pela mediação da Igreja.
Como corpo de Cristo, coloca os fundamentos da vida cristã e principalmente incorpora a Cristo os que estão sendo iniciados pelos sacramentos da iniciação.
3- Este dom de Deus realizado na e pela Igreja tem um terceiro elemento: requer a decisão livre da pessoa.
No processo ou itinerário de iniciação a pessoa é envolvida inteiramente em todas as esferas e dimensões do ser. O fracasso ou falta de perseverança no caminho da fé se deve, muitas vezes, à falta deste envolvimento total dos iniciados.
4- Por fim, a iniciação cristã é a participação humana no diálogo da salvação.
É na iniciação cristã que a pessoa começa a fazer parte da historia da Salvação.
O itinerário da iniciação cristã inclui sempre “o anuncio da Palavra, o acolhimento do Evangelho, que implica a conversão, a profissão de fé, o Batismo, a efusão do Espírito Santo, o acesso à comunhão eucarística.”
Jesus evangelizou os adultos e abençoou as crianças. NNós muitas vezes fazemos o contrario. Mas adultos que vão descobrindo o que, sem saber, seu coração sempre buscou, precisam de um processo bem vivido de iniciação. (cf. DNC 180-184)
Para sentir-se parte de uma tradição, um povo, uma comunidade religiosa (ou até mesmo de uma família) a pessoa precisa estar imersa no sentido de vida que caracteriza essa pertença.
Ficamos espantados quando ouvimos alguém que passou anos na Igreja de repente dizer que mudou de Igreja: “Encontrei Jesus!” “Como pode ser isso? Jesus estava aqui o tempo todo, na Palavra, na Eucaristia, na Missão...” Mas fica meio evidente que, mesmo que não tenha faltado a presença de Jesus, algo importante ficou ausente. Quem não encontrou Jesus de fato não foi iniciado na fé, mesmo que tenha estado junto de nós por muitos anos.
• Se vamos criar estruturas pastorais que possibilitem um real processo de iniciação, tanto para não batizados como para batizados insuficientemente catequizados, teremos que ter uma Igreja muito consciente da necessidade permanente de um testemunho qualificado. Os que vão acompanhar os que se iniciam, sem exceção, terão que crescer também.
A iniciação à vida cristã supõe uma comunidade que passe no teste do “vinde e vede”.
Uma comunidade comprometida com um processo de iniciação é aquela Igreja onde quem chega se sente em casa, acolhido num ambiente de fraterna cooperação, estimulado a servir com alegria e com a esperança de poder fazer diferença em meio aos sofrimentos e injustiças deste nosso mundo. Afinal, “A comunhão é missionária e a missão é para a comunhão.” (Chl,32; cf Dap 163).
A iniciação cristã é uma exigência da missão da Igreja nos dias de hoje: formar cristãos firmes e conscientes, nos tempos em que a opção religiosa é uma escolha e não tradição e imersão cultural.
A missão visa proclamar e fazer experimentar o mistério, não escondê-lo. mas ao mesmo tempo não podemos banalizar o acesso ao sagrado como se estivéssemos distribuindo algo sem conseqüências mais sérias.
Catecumenato: um caminho antigo e eficiente
Desde o século II, a iniciação cristã se fazia através do catecumenato. Foi uma feliz criação da Igreja, num tempo em que ela não podia contar com o apoio de uma cultura cristã na sociedade e ainda havia muito clima de segredo na prática cristã.
O núcleo do próprio desenvolvimento do ano litúrgico foi gerado nesse processo.
O catecúmeno, que corresponderia ao nosso catequizando de hoje, era visto como “aquele que deve ser iniciado na fé.”
O vocabulário da iniciação cristã foi elaborado pelos Santos Padres: refere-se às etapas consideradas indispensáveis para mergulhar (batismo significa mergulho) no mistério de Cristo e começar a fazer parte da comunidade eclesial em espírito e verdade.
O valor desse mistério de Cristo e da Igreja era experimentado e depois explicado numa vivencia marcada pelo Ito através de uma catequese chamada “mistagógica” (que inicia ao mistério).
Essa catequese fazia a pessoa recém batizada perceber o significado, valor e alcance dos ritos realizados. O rito, ao envolver a pessoa por inteiro, marca mais profundamente do que uma simples instrução e interioriza o que foi aprendido e proclamado, realçando a dimensão de compromisso.
Ao longo do tempo, fomos perdendo a ligação com o real processo de iniciação. Principalmente com a cristandade.
Etimologicamente “iniciação” provem do latim “in-re”, ou seja, ir bem para dentro. No Dicionário Aurélio, sua definição é assim: “Processo ou série de processos de natureza ritual, que efetivam e marcam a promoção de indivíduos a novas posições sociais (como, por exemplo, sua passagem à diferentes fases do ciclo de vida e, em particular, sua incorporação à comunidade dos adultos) ou acesso a determinadas funções religiosas ou políticas”, OU AINDA “preparação pela qual se inicia alguém nos mistérios de alguma religião ou doutrina e a cerimônia dela decorrente”.
Em outras palavras, é um tempo de aproximação e imersão em novo jeito de ser, sinaliza uma mudança de vida, de comportamento, com a inserção num novo grupo.
O Documento de Aparecida é enfático ao falar da necessidade urgente de assumir o processo iniciático na evangelização: “Ou educamos na fé, colocando as pessoas realmente em contato com Jesus Cristo e convidando-as para seu seguimento, ou não cumpriremos nossa missão evangelizadora.
A restauração do catecumenato, solicitada pela Igreja (cf. CD 14, SC 64-68 e AG 14), com a devida inculturação, quer retomar a dimensão mística, celebrativa, da catequese, considerando que um dos aspectos essenciais da educação da fé é levar as pessoas a uma autentica experiência cristã, na integridade de suas várias dimensões.
A iniciação é graça benevolente e transformadora, que pelo Batismo nos torna filhos do Pai, na Eucaristia nos alimenta com o Corpo de Cristo e na Confirmação nos unge com a unção do Espírito.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O NOVO DIRETÓRIO NACIONAL DE CATEQUESE

Este diretório é destinado aos catequistas, Bispos, padres religiosos e deverá ser de ajuda para uma nova dimensão e qualificar o processo de evangelização, educação e amadurecimento da fé.
Dedica grande espaço para tratar dos eixos centrais da catequese: A Bíblia como texto base e principal da catequese; os momentos celebrativos; a unidade que deve haver entre liturgia e catequese; o princípio de interação, fé e vida; a importância da caminhada de fé da comunidade, como lugar e ambiente da catequese e o conteúdo da educação da fé. Ressalta ainda o grande desafio de uma catequese adulta com adultos, resgatando o catecumenato da Igreja primitiva.
O diretório Nacional de Catequese tem como objetivo apresentar a natureza e a finalidade da catequese, traçar os critérios de ação catequética, orientar, coordenar e estimular a atividade catequética nas diferentes regiões.
2.3. A finalidade do diretório
 Estabelecer os grandes princípios bíblicos teológicos pastorais que ajudam a promover e a renovar a mentalidade catequética;ü
Coordenar as diversas iniciativas catequéticas;ü
Orientar o planejamento e a realização da atividade catequética nos diferentes âmbitos: paróquia, diocese, regional;ü
Articular a ação catequética com a liturgia e com outras pastorais afins;ü
Estimular a ação catequética e promover a educação da fé.ü
2.4. O Novo diretório nos aponta para alguns desafios
A unidade na pastoral catequética;ü
Aü formação do catequista como comunicado de experiência de fé;
Fortalecer a unidade do princípio entre fé e vida na ação catequética;ü
O desafio da catequese com adultos;ü
O desafio de uma linguagem da fé mais compreensível às pessoas;ü
Instituir o ministério da catequese na Igreja;ü
Suscitar o gosto pela celebração litúrgica e pela dimensão orante e celebrativa da catequese;ü
O desafio de buscar uma catequese que ajude os catequizando a pensa, recriar, interiorizar valores;ü
2.5. O esquema geral do Novo diretório
Primeira parte: fundamentos teológicos-pastorais da catequese.
Segunda parte: Orientações para a catequese na Igreja particular: destinatários do processo catequético, lugares da catequese e sua organização; o ministério da catequese e seus protagonistas.
Capítulo primeiro: As conquistas do recente movimento catequético à luz do concílio vaticano II;
Capítulo segundo: A catequese na missão evangelizadora da Igreja;
Capítulo terceiro: A catequese no contexto da história e da realidade;
Capítulo Quarto: fala da mensagem e do conteúdo da catequese;
Capítulo quinto: A catequese como educação da fé; o modo de proceder de Deus e a pedagogia catequética;
Capítulo sexto: A catequese conforme as idades: com adultos, com idosos, na primeira infância, com jovens e adolescentes...
Capítulo sétimo: A catequese na Igreja particular e a formação e perfil dos catequistas
Capítulo oitavo: Este capítulo trata dos lugares da catequese, família, comunidade eclesial; e da missão do ministério da coordenação de catequese nos diferentes níveis.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

IDENTIDADE E DIVISÕES DA CATEQUESE

A identidade da catequética resulta do objeto do qual ela se ocupa, da catequese na variedade de suas manifestações, mas se desenvolve num terreno semeado de muitas tensões. Tensão entre fidelidade a Deus e fidelidade ao homem, entre pedagogia divina e pedagogia humana, maturidade cristã e maturidade humana; conteúdo e método, dimensão teológica e pedagógica da catequese, caráter científico e sapiencial da catequese, ciência e arte da catequese, teoria e práxis, reflexão e ação; entre nível empírico e científico do planejamento e da realização da catequese.

Na verdade, preocupando-se a catequética com o ser humano em sua integralidade não pode fugir das tensões dialéticas porque essas são inerentes à mesma realidade. A catequética, de fato, tem como princípio uma antinomia fundamental: fidelidade a Deus e fidelidade ao homem. E é, sem dúvida, essa dupla fidelidade que se traduz muitas vezes em fonte de exigências contrapostas, mas não inconciliáveis.
Também em razão da complexidade e amplitude do objeto estudado pela catequética, ela admite em seu seio divisões e modalidades que podem levar a distinção entre catequética fundamental, material e formal.
Por Catequética Fundamental entende-se o estudo das condições e dos pressupostos de base da ação catequética, sua identidade e dimensões fundamentais. A Catequética material, por sua vez, tem como objeto os conteúdos da comunicação catequética como estrutura e articulação da mensagem, temas, critérios de escolha e fontes do conteúdo. Enquanto que a Catequética formal trata dos aspectos propriamente metodológicos e pedagógicos da transmissão ou mediação catequética, seus métodos, estruturas, agentes, linguagens e programação.
Outro elemento distintivo da catequética relaciona-se com a pluralidade de métodos utilizados no seu desenvolvimento que vão desde técnicas de conhecimento e análise da realidade, a instrumentos hermenêuticos de interpretação; de métodos de planejamento e organização, a técnicas de expressão e sistemas de avaliação. E isso ocorre porque a catequética configura-se com um saber multidisciplinar ao orientar a catequese para uma interdisciplinaridade que leve a uma interação e diálogo entre os diversos processos disciplinares envolvidos na reflexão catequética.
Esse diálogo interdisciplinar se realiza, sobretudo, com a teologia que fornece os conteúdos fundamentais da catequese, mas também com a filosofia que fornece os instrumentos hermenêuticos de interpretação. Mas, uma vez que a catequética focaliza-se sobre o sujeito, a pessoa humana na sua situação, sua dimensão histórica e cultural, interessa-lhe toda e qualquer contribuição capaz de iluminar sua ação efetiva: antropologia cultural, sociologia, psicologia, ciências da religião e ciências da comunicação entre outras.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

DELIMITANDO A CATEQUESE

Toda ação catequética envolve um conjunto de ações, projetos e objetivos que fazem com que ela seja estruturada num planejamento de Pastoral Catequética no âmbito concreto da práxis catequética da Igreja, em nível diocesano, paroquial e comunitário.

Em um sentido estrito: é a ação dos Pastores na coordenação, animação, defesa e alimentação dos fiéis no que se refere à busca do amadurecimento na fé, na esperança e na caridade, como membros na Igreja e como fermento e agentes na transformação evangélica da sociedade. Os bispos e presbíteros assumem, pela vocação e missão, o cuidado dos discípulos e discípulas do Senhor Jesus, já que se situam na linha de sucessão ao mandato do pastoreio dado por Jesus aos Apóstolos, tendo à frente deles Pedro.
A Pastoral é um desdobramento da missão evangelizadora da Igreja, que existe em função da construção do Reino de Deus no coração das pessoas, nas relações humanas e na sociedade.
Em um sentido amplo: é o agir da Igreja como um todo, ministérios ordenados, não ordenados, religioso e leigos num esforço continuo, consciente, articulado e organizado para proclamar e construir o Reino de Deus na história, através da comunhão, do anúncio, do serviço libertador e do diálogo. Cada fiel exerce, portanto, e cada um segundo sua vocação e missão dentro da Igreja, as três funções bíblicas constitutivas do Povo de Deus. (sacerdotes, reis e profetas).
A catequética ou ciência catequética é a disciplina que se ocupa da reflexão sistemática sobre toda Catequese, em quanto ato no contexto da práxis pastoral da Igreja. Sua existência e legitimidade são hoje um fato firmemente aceito no âmbito da reflexão e da práxis pastoral da Igreja.
É também Ciência e Arte:
Ciência: porque é o estudo organizado do conteúdo de nossa fé cristã, segundo o projeto de Jesus Cristo na vivência da Igreja, procurando resolver e esclarecer cada vez melhor os métodos a serem utilizados por meio da observação experimental dos dados, elaboração de hipótese e formulação de leis, através da adaptação à realidade.
Arte: inclui a “simpatia” entre educando e educador, catequizando e catequista através da criatividade e da motivação, por isso necessita estar sempre atualizada, Gevaert disse que: a Catequética “é o estudo científico (metódico e sistemático) da Catequese, conforme todos os seus fatores e em todas as suas dimensões”.
Por estas definições podemos perceber a vastidão do campo da Catequética. A Catequética faz parte da teologia, em quanto é uma dimensão da missão evangelizadora da Igreja, e portanto se insere no contexto das suas atividades pastorais, mas é também disciplina que faz parte das ciências da educação, por ser organização do ensino, aprendizagem e da educação religiosa-eclesial. Como processo educativo, a catequética levanta problemas que encontram resposta na sociologia e na psicologia, porque faz parte do dinamismo global do crescimento e do amadurecimento da pessoa.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Ação Pastoral - PATORAL CATEQUÉTICA

São as ações da Igreja, das quais os cristãos participam; através das atividades e propostas de ação pastoral que continuam alimentando sua fé e crescendo na ação transformadora, na reflexão, no estudo, na oração, na liturgia, no serviço aos necessitados de todo tipo, no dialogo e no anúncio missionário. A ação pastoral conduz os cristãos já iniciados no aprofundamento contínuo da fé, para que ela possa ser cada vez mais esclarecida, operante e atualizada.

Enfim, a evangelização é abrir a mente, o coração e a vida para Cristo. É Ele o Evangelho, a Boa Nova para a humanidade, porque a liberta do pecado, do mal e da morte e a introduz no mistério da comunhão Trinitária.
Cristo realiza na história da humanidade a maior revolução social, impensável nas outras culturas, justamente por que Jesus é Deus conosco; por isso:
1. Revela a natureza de cada ser humano como filho de Deus;
2. Proclama igual dignidade de todas as mulheres colocando-as ao lado do homem;
3. Indica que o matrimonio deve ser uma escolha de amor;
4. Aponta toda forma de escravidão;
5. Prega a fraternidade universal, porque todos formam a família de Deus;
6. Procura sempre à paz, o perdão, a misericórdia, contra qualquer tipo
violência ou submissão;
7. Proclama abençoados pelo Pai aqueles que assistem os pobres, os deficientes... de qualquer idade e condição;

Ação Catequizadora - PASTORAL CATEQUÉTICA

2.Educa para a fé em Jesus Cristo os que optaram pelo Evangelho e necessitam de uma iniciação para uma aprofundada vida cristã e eclesial.

3.A Catequese de fato é uma forma de serviço da Palavra que tem o desígnio de ajudar àqueles em um primeiro momento acolheram o primeiro anúncio para continuar aprofundado e amadurecendo a mentalidade da fé.
4. É uma ação eclesial direcionada as pessoas que acreditam; procurando que nelas aconteça um aprofundamento sistemático da mensagem cristã, tendo em vista a educação da mentalidade de fé e de uma coerente vida cristã.
5. Não deve ser vista como ensino teológico. Porque freqüentemente identifica-se a Catequese como ensino da religião católica com o ensino da teologia. Na realidade o ensino teológico tem como finalidade oferecer o conhecimento objetivo e crítico aos conteúdos da fé na fundamentação, sistematização e aprofundamento científico da mensagem.

Ação Missionária - PASTORAL CATEQUÉTICA

É a primeira e principal missão da Igreja. E toda ação da Igreja precisa ter uma dimensão evangelizadora, isto é, de anuncio de Jesus, provocando nossa liberdade e nosso coração a uma adesão cada vez mais coerente a ele.

Primeiro anuncio: No início do Caminho na fé é necessário levar as pessoas o Evangelho, isso é, o anuncio do amor de Deus revelado em Jesus Cristo, Senhor morto e ressuscitado por nós todos. O desígnio específico deste primeiro anúncio é:
1. Suscitar a fé no único e verdadeiro Deus, criador do céu e da terra.
2. Suscitar a fé em Jesus Cristo e a decisão de segui-lo como único Senhor.
3. O primeiro anúncio não deve ser levado apenas as pessoas que não acreditam; deve ser novamente proposto para àqueles que já acreditam.

Processo Evangelizador - PASTORAL CATEQUÉTICA

O processo evangelizador, conseqüentemente, é estruturado em etapas ou momentos essenciais

• Ação missionária para os não-fiéis e para aqueles que vivem na indiferença religiosa;
• Ação catequética de iniciação para aqueles que optam pelo Evangelho e para aqueles que necessitam completar ou reestruturar a sua iniciação.
• Ação pastoral para os fiéis, já maduros, no meio da comunidade cristã.
Esses momentos, no entanto, não são etapas concluídas: reiteram-se, se necessário, uma vez que darão o alimento evangélico mais adequado ao crescimento espiritual de cada pessoa ou da própria comunidade.
Por tanto podemos dizer que a ação evangelizadora da Igreja compreende três ações intimamente ligadas entre elas e que comportam uma multiplicidade de ações e atividades no seio da Igreja: ação missionária,
catequizadora e pastoral.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

PASTORAL CATEQUÉTICA

"Brilhaste e resplandeceste diante de mim, e expulsaste dos meus olhos a cegueira. Exalaste o teu Espírito e aspirei o teu perfume, e desejei-te. Saboreei-te, e agora tenho fome e sede de ti. Tocaste-me, e abrasei-me na tua paz” (Santo Agostinho, Confissões X,27,38).
Introdução:

A palavra "PASTORAL" deriva de PASTOR. Seu significado está estreitamente ligado à alegoria do "Bom Pastor". Jesus intitulou-se pastor das ovelhas. A pastoral, portanto está diretamente ligada a ação do pastor no cuidado das ovelhas.
Trabalho pastoral, portanto, é toda a tarefa vocacional específica de serviço desenvolvida pela comunidade local, a fim de contribuir no processo de evangelização, transformando os reinos deste mundo, no reino de nosso Senhor Jesus Cristo.
CATEQUÉTICA= “é a Ciência (enquanto estudo organizado dos conteúdos do Creio) e Arte (inclui a simpatia e a criatividade entre educando e educador) do ensinamento e da aprendizagem da catequese”.
Significado Pastoral Catequética: Ação fundamental de todo processo de Evangelização. Evangelizar constitui um processo amplo e complexo, em cujo corpo se encontra a catequese, como um dos seus momentos característicos.
Evangelizar é fazer chegar a Boa Nova a todos e a Boa Nova que Jesus anuncia é o Reino de Deus e a salvação para toda a humanidade.
Viver como Jesus é também um projeto de todos os cristãos evangelizador.
Para ser verdadeiro evangelizador, é necessário deixar-se evangelizar, sendo ouvinte atento ao que Deus fala. Acolher a palavra é aceita-la como Palavra de Deus que está produzindo efeito em nós e entre nós.
O evangelizador deve anunciar o Evangelho com vibração, entusiasmo e alegria, adaptar as diferentes ferramentas de hoje e de amanhã e de sempre para que a Palavra de Deus se torne fonte de inspiração para a vida das pessoas e para construção da sociedade.
Evangelizar é também anunciar a Boa Nova como fonte de esperança no meio de tantos conflitos que surgem no coração do homem e na sociedade desigual que impede a realização do Projeto de Deus. Evangelizar é suscitar a esperança de novos tempos de Justiça e Paz.
Não basta falar de Deus é necessário testemunhá-lo e dar exemplo através de uma vida de santidade encarnada em nossos dias. O testemunho da vida é a primeira e insubstituível forma de missão.
A evangelização exige a inculturação da fé e o respeito pelos valores próprios de cada grupo humano. Neste sentido a religiosidade popular é um caminho privilegiado de evangelização e nela os pobres manifestam seu potencial evangelizador.
A Igreja existe para evangelizar, isto é, para levar a Boa Nova a todas as parcelas da humanidade, em qualquer meio e latitude, pelo seu influxo transformá-las a partir de dentro e tornar nova a própria humanidade.
Proclamai (MC 16, 15), fazei discípulos e ensinai, sereis minhas testemunhas, batizai, fazei isto em minha memória. (LC 22, 19), amai-vos uns aos outros (JO 15, 12). Anuncio, testemunho, ensinamento, sacramentos, amor ao próximo, fazer discípulos: todos estes aspectos são vias e meios para a transmissão do único Evangelho, e constituem os elementos da evangelização.
Os agentes evangelizadores devem saber agir com a visão global da realidade humana e identifica-la com o conjunto da missão da Igreja.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

VIA CRUX, CAMINHO de FLÔRES!






Segundo à lenda antiga , Maria e São José ,
Fugindo da gente inimiga.
Transpuséram caminho a pé ,
Aos passos que Maria
Deichava o rasto no chão !
Todo o caminho flôria
de flôres em profusão ,
Subiram por muitas colinas ,
e atravessaram grandes "Pradarias !
ELA com o filho no cólo ,
e José conduzindo Maria
Cruzaram todas as trilhas

E as campinas dentro em breve
tornaram um estendal de rosas brancas!!!
Tôdo enfeitado de neve ! ! ! !
Depois de tempos corridos !!
Ao peso de imença CRUZ ! . . .
Pelos caminhos floridos


Um "HOMÉM" passa !!! JESUS !!! . . . .
Vai descalço e de seus Pés ferido !
Seu SANGUE cai !!!
Humilde , triste , calado, submisso !!!
Lacrimeja , nao geme , e nao solta umm Ai !
Passou pelas trilhas nas campinas !
o repasto das abelhas !
E nos tufos de rosas brancas !
Brotaram , ROSAS VERMELHS(R) ! ! ! . . . . .
De todas as rosas que conheço!
duas aqui eu registro ,
As da côr dos PÈS de MARIA !!!
E as da cõr das CHAGAS de C R I S T O ! ! !


Pobre menino JESUS !...
HOMEM E BÔIS O ADORARAM,
E MAIS TARDE numa cruz, os Homens o crucificaram !!
Muito tempo se passou ,
Isto é vinte séculos depois !!!
Os homens não melhoraram !...
e ainda são mancos os ( BÔIS) !


João Lima