sábado, 27 de dezembro de 2014

Permita que a salvação de Jesus entre em sua vida

Programa Ecoando
Dia 28: Domingo da 8ª de Natal  Ano B  (Cor Branca)

 Sagrada Família: Jesus, Maria e José 

Permita que a salvação de Jesus entre em sua vida

 1ª Leitura: Eclo 3, 3-7.14-17a

É um comentário ao quarto mandamento do Decálogo. O respeito e o cuidado para com os pais preservam a consciência viva da identidade de um povo.

 Salmo- 127

Oração em estilo sapiencial sobre a felicidade do justo.
Temer a Deus consiste em reconhecer que só ele é Deus, e o homem não é Deus. Daí nasce a obediência à vontade de Deus, que abençoa e ensina o caminho da vida: trabalho honesto, amor matrimonial, paternidade e maternidade que partilham a vida.
Do ciclo familiar para todo o povo: da cidade da aliança Deus abençoa a todos, criando uma história de paz.

 2ª Leitura: Cl 3, 12-21  

Através do batismo, os cristãos passam por uma transformação radical: deixam de pertencer à velha humanidade corrompida (homem velho) e começam a pertencer à nova humanidade (homem novo), que é a criação realizada em Cristo, o novo Adão, imagem de Deus (1,15). Na comunidade cristã, semente da nova humanidade, não se admitem distinções de raça, religião, cultura ou classe social: todos são iguais e participam igualmente da vida de Cristo. A transformação é coisa prática: deixar as ações que visam egoisticamente aos próprios interesses, em troca de ações a serviço de reconciliação mútua e do bem comum.
Paulo aplica às relações humanas o princípio enunciado no v. 17: fazer tudo “em nome do Senhor Jesus”. Note-se que ele prega uma única moral a todos (homem, mulher, crianças, adultos, senhores e escravos): todos devem ser leais e respeitosos com os outros. Embora Paulo não se afaste do modo de pensar da sua época, sua proposta é um passo para que se reconheça a igualdade de direitos entre os homens e para que aconteçam importantes transformações sociais.

 Evangelho: Lc 2, 22-40

Simeão e Ana também representam os pobres que esperam a libertação. E Deus responde a esperança deles. O cântico de Simeão relembra a vida e Missão do Messias: Jesus será sinal de contradição, isto é, julgamento para os ricos e poderosos, e libertação para os pobres e oprimidos (cf. Lc 6,20-26).


sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

“Filho de Maria, Deus Conosco”

Programa Ecoando
Dia 21: 4º Domingo do Advento  Ano B  (Cor Roxa)

 “Filho de Maria, Deus Conosco”

 1ª Leitura: 2Sm  7, 1-5.8b-12.14ª.16

Davi quer construir uma casa, isto é, um templo para Deus. Deus recusa, pois está presente no meio do povo que luta pela vida e liberdade. Em troca, é Deus quem vai construir uma casa, isto é, uma dinastia para Davi: o poder político estará sempre na mão de seus descendentes. O oráculo é sem dúvida um ato político que procura justificar e preservar o poder dinástico da família de Davi, principalmente o poder de Salomão. As tribos do Norte, porém, vão logo rebelar-se contra esse verdadeiro “ato institucional” (cf. 1Rs 12).
Esse texto fundou a concepção messiânica, elaborada tanto no Antigo como no Novo Testamento. Com o fracasso da realeza em Judá, o Messias (rei descendente de Davi) torna-se o rei ideal que libertará o povo e o fará viver conforme a justiça e o direito (cf. Is 11, 1-9 e nota). O Novo Testamento vê a pessoa de Jesus como a realização da promessa do Messias (Cristo = Ungido = Messias).

Salmo- 88

Oração de súplica numa catástrofe nacional, com especial menção da promessa de Deus feita a dinastia de Davi.
O amor e a fidelidade são termos básicos da Aliança e dão a tônica a todo este Salmo.
A Aliança com Davi fundou uma dinastia perpétua.
Hino de louvor, proclamando a soberania de Javé sobre o universo e a história. Acima de homens e autoridades está Deus. Ele firma o governo delas com amor e fidelidade, a fim de produzir justiça e direito.

2ª Leitura: Rm 16, 25-27  

O louvor exprime a alegria da Igreja que já vive o tempo que se realiza o mistério da salvação. (cf. nota em Ef 3, 1-13).

 Evangelho: Lc 1, 26-38

Maria é outra representante da comunidade dos pobres que espera pela libertação. Dela nasce Jesus Messias, o Filho de Deus. O fato de Maria conceber sem ainda está morando com José indica que o nascimento do Messias é obra da intervenção de Deus. Aquele que vai iniciar nova história surge dentro da história de maneira totalmente nova.


A CATEQUESE NO BRASIL: ORGANIZAÇÃO E INDENTIDADE

A catequese no Brasil vai assumindo diversas formas, linguagens e métodos, à medida que a realidade a interroga. A Igreja no Brasil chega ao século XX com duas atitudes principais diante dessa realidade: a de condenação e a de acolhida críticas das mudanças. Essas posturas ainda podemos ver nos cristãos de hoje diante do mundo que rapidamente se modifica, trazendo sempre desafios à evangelização. Podemos começar nos perguntando: que situações teriam ocorrido no Brasil, entre os anos de 1.800 e 1900, que influenciaram a forma de a Igreja se organizar? (Conversa em Grupo).

Separação entre Igreja e Estado

A virada do século, para os brasileiros, foi um período de intensas mudanças: econômicas, políticas, sociais e culturais. O fato que mais demonstra isso foi a proclamação da República, que mudou a forma de organização do estado brasileiro. Entre essas mudanças, estava a instauração do Estado laico, ou seja, uma forma de governo fundada no princípio de que o poder religioso não deveria influenciar na esfera pública, pois a decisão de seguir uma religião é de cunho privado. Houve muitas críticas por parte dos católicos, visto que, entre outras questões, a igreja já não  poderia intervir, com a mesma força de antes, nas decisões político- sociais. Mesmo os católicos se dividiram diante dessa situação: alguns defenderam a monarquia (no estilo que vinha sendo exercida até então, em relação direta com a Igreja Católica) e outros, a república, que acenava com maior liberdade política e da própria Igreja.
Assim, sem dependência do governo, como afirma frei Bernardo Cansi, a Igreja buscou organizar, com maior autonomia, a catequese, as dioceses e a ação pastoral. Vieram da Europa para o Brasil diversas congregações religiosas, como os maristas e os lassalistas, que muito contribuíram (e ainda o fazem) para a educação religiosa em colégios. De outro lado, não querendo perder os recursos para suas obras, muitos membros da hierarquia da Igreja uniram-se à burguesia em troca de financiamento de construções e ações sociais (colégios, hospitais, asilos, igrejas etc.). Aquela aproximação anterior com os mais pobres, principalmente índios, negros, camponeses e operários, não foi a grande preocupação da Igreja nesse momento histórico.

Educadores da fé

No início da República, entre as vozes da Igreja no Brasil, uma que se fez ouvir com fervor foi a do padre redentorista Júlio Maria. O sacerdote tinha como lema “catolicizar” o Brasil” e, para isso, via a importância do púlpito e também da imprensa. Acreditava que era preciso unir o povo e a Igreja, sem privilégios do governo. Valorizava a democracia e propunha uma evangelização junto as classes populares, dando grande destaque às questões sociais. O caminho proposto por padre Júlio Maria, para a catequese, era o de assumir a cultura e a religiosidade populares. No entanto, esse apelo não foi seguido e a catequese, assim como praticamente toda a ação pastoral, não teve um rosto brasileiro.
Também se destaca nessa época o monsenhor  Álvaro Negromonte, pernambucano que trabalhou em Belo Horizonte, onde criou o Boletim Catequético. A convite de Dom Helder Câmara, foi para o rio de Janeiro, onde assumiu o Departamento de Ensino Religioso daquela arquidiocese e lecionou, no Seminário São José, a disciplina “pedagogia catequética”, tema de um de seus livros. Seus manuais de ensino religioso, muito aceitos e utilizados no país, fundamentavam-se na Sagrada Escritura, principalmente nos evangelhos e na liturgia. O eixo central do seu método era a reflexão da doutrina, da moral e liturgia católicas. Seu campo de atuação era a escola, o que levou a catequese a assumir a linguagem, os métodos e a pedagogia dessa instintuição de ensino. Frei Bernardo Cansi a denomina “catequese escolarizada”. Hoje, a visão construída é que ensino religioso e catequese se complementam, embora sejam ações diferentes.

Catequese apologética

Nessa época, a Igreja no Brasil assumiu um catolicismo romantizado, de inspiração tridentina,  em que se valorizava mais os aspectos doutrinário e moralista, centrado no clero e nos sacramentos, e a organização se centrava na paróquia conforme explica  Henrique Cristiano José Matos.
Algo novo surgiu com Pio X, eleito papa em 1893, que, preocupado com a “ignorância religiosa”, escreveu a encíclica Acerbo Nimis em 1905, a primeira sobre catequese. Pio X também escreveu o Catecismo da Doutrina Cristã, que logo foi assumido pela Igreja no Brasil. Numa reunião em Aparecida (SP), em 1904, os bispos brasileiros estudaram esse catecismo e, em 1915, mostram-se favoráveis à aquisição e uso do Catecismo do Concílio de Trento para a catequese com adultos. Apontam como conteúdo fundamental: o Símbolo dos Apóstolos (Credo), os sacramentos e os sacramentais, os dez mandamentos e os mandamentos da Igreja, a oração, a graça e os conselhos evangélicos, as virtudes, o pecado e os novíssimos (céu, inferno, purgatório...).  Salientam também a importância de falar  do papa, do “primado e do magistério infalível”.
Nossos bispos, em 1939 no Rio de Janeiro, voltam a se encontrar para refletir sobre a catequese. Foi o primeiro Concílio  Plenário Brasileiro. Nesse encontro, os bispos, no entanto, concluem que a ignorância religiosa é a causa dos grandes males da Igreja e da sociedade. Não fazem uma leitura da realidade social, econômica e política, mas reduzem a visão do mal ao “não saber” do povo. Veem como inimigos o espiritismo e o protestantismo e definem como solução para defesa da fé cristã (apologética) o forte teor doutrinário da catequese.

Para conversar:
1)-Como percebemos a influência dessas idéias e metodologias catequéticas em nossa formação e nos dias atuais?
2)-O que essas propostas tem de riqueza e que limites apresentam?

Para rezar:
Rezemos por todos os leigos e leigas, religiosos e religiosas e sacerdotes que muito fizeram pela nossa catequese. Que aprendamos com eles a valorizar a educação da fé, e a promover, sempre mais, a reflexão profunda e madura de nossa ação catequética.

Cantemos: “Vinde , Espírito de Deus, e enchei os corações dos fiéis com vossos dons...” (ou outro conhecido da comunidade).

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

“JOÃO BATISTA VEIO PARA DAR TESTEMUNHO DA LUZ”

Programa Ecoando
Dia 14: 3º Domingo do Advento  Ano B  (Cor Rósea )

 “JOÃO BATISTA VEIO PARA DAR TESTEMUNHO DA LUZ”


1ª Leitura: Is  61, 1-2 a. 10-11

O profeta é enviado para  proclamar a Boa Notícia da libertação (VV. 1-3ª), e os destinatários são os pobres (v.1), porque estão abertos à fraternidade e à partilha. Para que a libertação se torne realidade, deverá acontecer no país uma restauração, que se abre para o futuro. Dentro do país, terá que triunfar a justiça nas relações entre os cidadãos; fora, terão que acessar as injustiças e opressões contra o país. A condição para acabar com as opressões externas é abolir as explorações que existem dentro do país; para isso, é preciso reconstruir a cidade e reestruturar o campo, através de uma nova política agrícola e pastoril. Não basta está na terra; é preciso possuí-la. Após sair da escravidão, é preciso caminhar para a libertação e dar-lhe consistência, restaurando o país dilapidado. Os estrangeiros já não irão explorar , participarão da partilha, através do trabalho (VV. 4-5). Dessa maneira, o povo será sacerdote ou ministro de Deus (v. 6), isto é, será oficiante de um culto que agrada a Javé (cf. cap. 58). Se há injustiça no país, exige-se conversão; se a injustiça vem de fora por não de outros, deverão ser enfrentados. Direito e justiça são o fiel da balança (v. 8b); através deles haverá alegria (v. 7), fidelidade a Deus (Aliança, v. 8b), bênção e reconhecimento das nações (v. 9): é o ano da graça de Javé.

Salmo- Lc, 1, 46ss

O cântico de Maria é o cântico dos pobres que reconhecem a vinda de Deus para libertá-los através de Jesus. Cumprindo a promessa, Deus assume o partido dos pobres, e realiza uma transformação na história, invertendo a ordem social: os ricos e poderosos são depostos e despojados, e os pobres e oprimidos são libertos e assumem a direção dessa nova história.


2ª Leitura: 1 Ts 5, 16-24

Paulo termina a carta com diversos conselhos para a construção e crescimento da comunidade: respeitar os  que tem encargo de dirigir, ajudar os irmãos que estão em dificuldade, vivwer em clima de alegria e oração. Os VV. 19-21 convidam os cristãos a exercitar mo discernimento e espírito crítico, para se tornarem capazes de reconhecer e assimilar o bem, onde quer que este se encontre.
Espírito, alma e corpo (v. 23) significam aqui o homem inteiro na sua vida concreta, participando do Espírito de Deus.

Evangelho: Jo 1, 6-8.19-28

Quando João Batista começou a pregação, os judeus estavam esperando o Messias, que iria libertá-los da miséria e da dominação estrangeira. João anunciava que a chegada do Messias estava próxima e pedia a adesão do povo, selando-a com o batismo. As autoridades religiosas estavam preocupadas e mandaram investigar se João pretendia ser ele o Messias. João nega ser o Messias, denuncia a culpa das autoridades, e dá uma notícia inquietante: o Messias já está presente a fim de inaugurar uma nova era para o povo.
Messias é o nome que os judeus davam ao Salvador esperado. Também o chamavam o Profeta. E, conforme se acreditava, antes de sua vinda deveria reaparecer o profeta Elias.
João Batista é a testemunha que tem como  função preparar o caminho para os homens chegarem até Jesus. Ora, a testemunha deve ser sincera, e não querer o lugar da pessoa que ela está testemunhando.