sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

O compromisso da Comunidade de Jesus Cristo

 1ª Leitura - Hb 8,6-13

Israel é o povo da aliança manifestada na lei e no culto. Desde os tempos de Jeremias, porém, temos a profecia sobre a nova aliança, profecia que critica o passado e dá esperanças para o futuro (Jr 31, 31-34). A Sagrada Escritura, portanto, anuncia uma nova situação religiosa: a relação entre Deus e os homens não se realizará mais em base a leis ou instituições, mas se fundará na própria pessoa de Jesus Cristo, mediador das relações vitais de Deus (cf. 1Tm 2,5).

Salmo - Sl 84, 8.10.11-12.13-14 (R. 11a)

85(84)
Oração coletiva de súplica, logo após a volta do exílio.
2-4
Refere-se à recente libertação. O exílio deve valor de purificação, pois encobriu o pecado do povo, isto é, sua infidelidade a Deus.
5-8
Ao chegar do exílio, o povo se defronta com graves dificuldades: organizar a comunidade, estabelecer o culto, reconstruir o Templo, sanar sérios problemas sociais. O plano de restauração, portanto, é ainda uma grande aspiração.
9-14
A essa súplica responde um oráculo do sacerdote: Deus anuncia a paz, plenitude de condições de vida, se o povo se converter ao projeto dele. A glória ou presença de Deus volta à terra, acompanhada pelo amor, fidelidade, justiça e paz, que produzem prosperidade para todo o povo.

Evangelho - Mc 3,13-19

Dentre a multidão e os discípulos Jesus escolhe doze. Um pequeno grupo que será o começo de novo povo. A missão desse grupo compreende três atitudes: comprometer-se com Jesus (estar com ele) para anunciar o Reino (pregar), libertando os homens de tudo aquilo que os escraviza e aliena (expulsar os demônios).

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

As religiões mercenárias explora o povo pobre

 

1ª Leitura - Ez 47,1-2.8-9.12

A presença de Deus no Templo torna-se o centro da vida que se espalha por toda a terra, a fim de transformá-la em paraíso. Quando o povo se compromete com o projeto da vida, não só os bens naturais se multiplicam para serem repartidos entre todos, mas também o povo se revitaliza, abrindo-se para repartir sua própria vida em clima de fraternidade. João retoma esta passagem para mostrar que a história tende para a realização plena da vida de Deus, repartida entre todos os homens (cf. Ap 22,1-5 e nota).

Salmo - Sl 45(46),2-3.5-6.8-9 (R. 5)

Hino a Jerusalém, provavelmente depois que o exército de Sequerib se retirou no ano 701 a. C. (cf. 2Rs 18,13-19,37).
2-4
Javé, o Deus Criador e Senhor da história, está em aliança com seu povo, protegendo-o contra as forças do caos, que são as nações inimigas. O refrão (cf. VV. 8 e 12) exalta Javé como guerreiro que chefia as lutas do seu povo.
5-7
O cerco da cidade compreendia o corte do fornecimento de água. Ao romper da manhã, o exército de Senaquerib bate em retirada, provavelmente atingido por uma peste. Sua derrota é vista como vitória de Javé (2Rs 19, 35-37).
9-11
Pela manhã o povo destrói o acampamento assírio e incendeia  todos os despojos. O v. 11 talvez seja uma comemoração festiva do acontecimento: Deus vence, não apenas o inimigo, mas também a guerra toda.

1ª Leitura - 1Cor 3,9c-11.16-17

Paulo se serve de duas imagens (campo e edifício) para apresentar o verdadeiro agente de pastoral. Este é um servidor do projeto de Deus concretizado em Jesus Cristo e que consiste em reunir  os homens do compromisso de fé com Jesus, cuja ação devem continuar. Se os agentes de fato servem a Cristo, nunca se contradizem. O sucesso não deve levar o agente à vanglória, pois o projeto não é seu; a eficácia vem de Deus, que também dá as aptidões e capacidades. A responsabilidade é grande, pois o agente deverá prestar contas ao próprio Deus, que provará quanto vale a obra de cada um.

Evangelho - Jo 2,13-22

Para os judeus, o Templo era o lugar privilegiado de encontro com Deus. Aí se colocavam as ofertas e sacrifícios levados pelos judeus do mundo inteiro, e formavam verdadeiro tesouro, administrado pelos sacerdotes. A casa de oração se tornara lugar de comércio e poder, disfarçados em culto piedoso.
Expulsando os comerciantes, Jesus denuncia a opressão e a exploração dos pobres pelas autoridades religiosas. Predizendo a ruína do Templo, ele mostra que essa instituição religiosa já caducou. Doravante, o verdadeiro Templo é o corpo de Jesus, que morre e ressuscita. Deus não quer habitar em edifícios, mas no próprio homem.

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

A comunidade vive por meio de Jesus Cristo (Deus conosco)

 1ª Leitura - Jó 19,21-27

Jó não pode mais contar com a solidariedade de ninguém. Apesar de tudo, sabe que é inocente, e não lhe importa se os outros o consideram pecador por estar sofrendo. Ele declara que nessa condição terá uma experiência de Deus (“com os próprios olhos”), superando aquela concepção veiculada pelo dogma da retribuição. Na verdade, Deus não condena o justo que sofre; antes se solidariza com ele e o defende contra essa própria teologia que considera qualquer sofredor como pecador.
O tema do redentor (v. 25) prolonga o tema do árbitro (9,33) e da testemunha de defesa (16,19), salientando que é necessário um mediador vivo entre o homem e Deus.
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Salmo - Sl 22(23),1-3.4.5.6 (R. 1)

Oração de confiança de uma pessoa perseguida que se refugiou no templo. O temas do Pastor e do anfritião recordam a marcha pelo deserto e pelo dom da terra. A segurança junto a Deus se expressa com da ovelha cuidada pelo pastor. Junto a Deus a pessoa adquire forças para enfrentar as situações mais adversas.
Asilado no Templo, o peregrino experimenta a hospitalidade de Deus, que o acolhe, ampara e defende dos inimigos. Essa atitude de Deus é modelo para todas as comunidades que se comprometem com o projeto dele.

2ª Leitura - 1Cor 15,20-26.28

Dois estados da humanidade se opõem: o pecado e a morte, dos quais Adão é o símbolo; a graça e a vida, realizadas em Cristo (cf. Rm 5,17-21). A partir do pecado, existem na sociedade forças e estruturas que invertem o destino humano, desagregando, pervertendo, e até mesmo levando os homens à morte. Cristo foi morto por esta estrutura, mas Deus o ressuscitou e lhe deu poder de destruí-las. Após vencer essas forças, também a morte será vencida; então o triunfo será definitivo. Unida a Cristo, a humanidade estará de novo submetida a Deus e o Reino de Deus se manifestará completamente.

Evangelho - Lc 12,35-40

Esperando continuamente a chegada imprevisível do Senhor que serve, a comunidade cristã permanece atenta, concretizando a busca do Reino através da prontidão para o serviço fraterno. Os VV. 41-46 mostram que isso vale ainda mais para os dirigentes da comunidade, que receberam de Jesus o encargo de servir, provendo às necessidades da comunidade. A responsabilidade é ainda maior, quando se sabe o que deve ser feito (VV. 47-48).
49-53
A missão de Jesus, desde o batismo até a cruz, é anunciar e tornar presente o Reino, entrando em choque com as concepções dominantes na sociedade. Por isso, é preciso tomar uma decisão diante de Jesus, e isso provoca divisões até mesmo no relacionamento familiar.



sexta-feira, 30 de outubro de 2020

A Comunidade de Jesus educa os santos para a misericórdia.

 1ª Leitura - Fl 1,1-11

A carta é dirigida a toda a comunidade. Os dirigentes (em grego: epíscopos) não são exatamente os bispos; trata-se de um grupo, cuja função é zelar pelo bom andamento da comunidade. Os diáconos são os encarregados de atender às necessidades materiais da comunidade e, talvez, também de pregar.
3-11
A oração Paulo mostra o seu afeto particular pela comunidade de Filipos. De fato, esta comunidade desde o início coopera e participa ativamente no trabalho de evangelização, seja colaborando no anúncio, defesa e confirmação do Evangelho, seja pela ajuda material oferecida ao Apóstolo. Paulo só pede uma coisa: o crescimento no amor. Vivendo o amor, a comunidade será sempre capaz de distinguir o que mais favorece a prática da justiça.

Salmo - Sl 110 (111),1-2. 3-4. 5-6 (R. 2a)

Hino de louvor, resumindo temas de outros hinos.
1-5
No louvor o povo perpetua a memória dos atos de Deus na história, que leva para a liberdade e a vida. Esta é a grande tradição que o povo de Deus conserva.
6-10
Toda a ação de Deus se encaminha para a posse da terra e da Aliança. O grande discernimento da vida (sabedoria) consiste em temer a Javé, ou seja, reconhecer que ele é Deus e que o homem não é Deus.

Evangelho - Lc 14,1-6

A lei do sábado deve ser interpretada como libertação e vida para o homem.

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

A comunidade é a armadura de Deus

 29/10/2020

1ª Leitura - Ef 6,10-20

A vida cristã é luta contínua contra o mal, e as armas para o combate são: verdade, justiça, testemunho do Evangelho, fé, Palavra de Deus. Para os antigos, o mal era personificado por demônios e forças invisíveis que dominam os homens (Principados, Autoridades, Poderes, Soberanias). Traduzindo o mítico para o histórico, poderíamos falar de estruturas que geram egoísmo, injustiça, ódio, opressão e morte.

Salmo - Sl 143 (144), 1. 2. 9-10 (R. 1a)

Súplica do rei para que Deus o ajude na luta contra os inimigos do povo.
1-2
Agradecimento ao Deus que lidera as lutas do povo.
3-8
Para desempenhar sua função de defensor do povo, o rei reconhece as próprias limitações e recorre ao supremo Senhor.
9-11
Confiante no auxílio de Deus, o rei promete a ação de graças.

Evangelho - Lc 13,31-35

A atividade de Jesus provoca temor e reação das autoridades. Jesus não as teme, e continua a realizar a missão que liberta as pessoas e ao mesmo tempo vai levá-lo à morte.

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

O Evangelho forma comunidades de Jesus e Uni o mundo inteiro.

 1ª Leitura - Ef 2,19-22

A participação de judeus e pagãos no único povo de Deus é sinal concreto do homem novo. A morte de Cristo derrubou o muro de separação que a Lei colocava entre judeus e pagãos; surgiu assim o novo Israel, a Igreja, que se abre para todos os homens e os coloca sob uma cabeça única, Cristo. O Evangelho fará cair todas as diferenças. Por mais que surjam sociedades classistas, suas leis e instituições injustas virão abaixo pela força do Evangelho, desprestigiadas por sacrificarem seus povos, em lugar de ajudá-los.

Salmo - Sl 18(19A),2-3.4-5 (R. 5a)

Hino de louvor, em estilo sapiencial, enaltecendo a glória de Deus, que criou a ordem da natureza  do mundo humano.
2-7
A ordem e beleza do universo são como silencioso e contínuo louvor ao Criador. O homem humaniza a natureza, articulando esse louvor com suas próprias palavras.

Evangelho - Lc 6,12-19

O povo vem de todas as partes ao encontro de Jesus, porque a ação dele faz nascer a esperança de uma sociedade nova, libertada da alienação e dos males que afligem os homens.

A vida em sociedade é feita de relacionamentos de interesses e reciprocidade, que geram lucro, poder e prestígio. O Evangelho revoluciona o campo das relações humanas, mostrando que, numa sociedade justa e fraterna, as relações devem ser gratuitas, à semelhança do amor misericordioso do Pai.

terça-feira, 27 de outubro de 2020

Família é a Comunidade de Jesus.

 1ª Leitura - Ef 5,21-33

Este versículo apresenta uma espécie de princípio fundamental que terá três diferentes aplicações nos versículos seguintes. A submissão de que pode ser compreendida como forma de amor, caracterizado pela humildade e doação. O temor de Cristo apresenta a motivação: assim como Cristo é o Salvador de todos, ele será também o juiz de todos. Esse princípio fundamental atinge a todos indistintamente.

Paulo Compara a relação Jesus Cristo e a Igreja com a visão do matrimônio na sociedade antiga, onde a mulher devia submeter-se inteiramente ao marido. De fato, Cristo é chefe e salvador da Igreja, e esta deve submeter-se a ele como seu Senhor. Numa concepção atual de relação marido-mulher, onde existe igualdade de direitos e deveres, Paulo certamente faria outro tipo de aplicação. Da mesma forma que Jesus deu sua vida pela Igreja o marido deve dar sua vida pela família. Direitos e deveres. 

Salmo - Sl 127 (128),1-2. 3. 4-5 (R. 1a)

Oração em estilo sapiencial sobre a felicidade do justo.
1-4
Temer a Deus consiste em reconhecer que só ele é Deus, e o homem não é Deus. Daí nasce a obediência à vontade de Deus, que abençoa e ensina o caminho da vida: trabalho honesto, amor matrimonial, paternidade e maternidade que partilham a vida.
5-6
Do ciclo familiar para todo o povo: da cidade da aliança Deus abençoa a todos, criando uma história de paz.

Evangelho - Lc 13,18-21

Diante das estruturas e ações deste mundo, a atividade de Jesus e daqueles que o seguem parece impotente, e mesmo ridícula. Mas ela crescerá, até atingir o mundo inteiro.